A #PEC206 que estabelece cobranca nas universidades públicas está nos trends. O texto camara.leg.br/proposicoesWeb… é muito ruim. Não conceitualmente, pois é um debate necessário. As universidades públicas no BR são, em parte, mais uma transferência de renda dos pobres --> ricos 1/6
É importante ressaltar que a proposta quer cobrar "de quem pode pagar". Mas, "quem pode pagar?". Não há nenhuma definicão, em nenhum dos documentos que encontrei. O @PauloMeyerNasc1 tem estudado isso a muito tempo e pode falar muito melhor que eu sciencedirect.com/science/articl… 2/6
Segundo, é preciso mostrar quanto de receita a cobranca vai gerar para as universidades. É relevante? Como exemplo, a receita da UFBA em 2021 foi R$ 1.976.394.942,90 proplan.ufba.br/sites/proplan.…. O único parágrafo da proposta sobre isso parece que saiu de um grupo de Whatsapp. 3/6
Minha impressão é que existe um tesão de cobrar por cobrar, sem uma discussão profunda sobre o orcamento, fontes de financiamento e o sistema de gestão das universidades. Eu que fui aluno e professor de federal posso citar N exemplos do dia a dia sobre a má alocacão 5/6
Mas também posso citar outros fatores estruturais que limitam a arrecadão das universidades, ou a produtividade de professores e funcionários técnicos-administrativos.
Cobrar mensalidade de "quem pode pagar" não é bala de prata. 6/6
A mudanca com as cotas coloca ainda mais forca no meu ponto sobre arrecadacao. Só da pra cobrar de 50%. Porém, da pra cobrar destes 50%? Essa PEC me parece muito barulho por nada
Vou condensar tudo que eu achar interessante nesse fio:
I am delighted to see the first output of this amazing project available online! The study has been developed with @SaspriSA and @Uni_of_Essex, but I would like to highlight the collaboration with Ghana, Mozambique, Tanzania, Uganda, and Zambia local partners
The #PressRelease shares key findings, but also check our blog to read about the process of collecting information about the lockdown measures and COVID-19 response policies and the #data challenges 👇 wider.unu.edu/publication/wo… which you can see in detail at Appendix D 2/n
The study has comparative results but also country-specific results. The country-specific results are also available for each country in the new policy briefs. Find the #WorkingPaper and all the briefs at wider.unu.edu/publication/mi…
As example, MZ PB: wider.unu.edu/publication/ro… 3/n
Prometi no perfil do @jcaetanoleite falar um pouco sobre o QUALIS depois que saiu a notícia de que a comissão da CAPES, formada por pesquisadores (isso não tem nada a ver com governo), sugeriu a extinção da métrica. Primeira coisa a falar é que sim, acho o QUALIS bem ruim 1/n
É importante pontuar que o QUALIS cumpriu um papel importante na pesquisa no BR. Ele foi importante para estruturação da pesquisa e da pós graduação, mas ele possui muitos problemas e o Brasil precisa internacionalizar mais sua produção científica. Só o BR usa o QUALIS 2/n
O primeiro problema se relaciona aos incentivos. A pontuação da pós graduação e dos pesquisadores individuais se baseia no QUALIS. Isso pode gerar um incentivo ruim que vai afetar fortemente o tradeoff Qualidade vs Quantidade 3/n
1 - Motivado por recentes declarações de economistas nessa rede, decidi escrever algumas recomendações para alunos de pós graduação ou jovens pesquisadores em economia. O que vem a seguir pode ser trivial para alguns, sobretudo os que estão em universidades com melhor conceito
2 - A primeira coisa que vocês precisam saber é que, como disse Dani Rodrik, Economia é Clube. Isso não significa que para ser um bom pesquisador você tem que fazer parte do clube, mas é bom entender como eles trabalham e como o clube funciona.
3 - Mas Rodrigo, você não faz parte do clube e também não tem publicação em top journal, pq vc acha que pode dar alguma dica sobre isso? Digamos que eu sou o Douglas Santos no Barcelona. Nunca entrei em campo, mas to ali todo dia treinando.
Contar uma história pra vcs. Na minha graduação tive um professor brilhante: Vitor Athayde. Na sua disciplina de aconomia agrícola ele nos levou para passar 3 dias em uma comunidade no sul da Bahia que produzia Óleo de Dendê de forma artesanal.
A impressão é que estávamos em um cenário da primeira revolução industrial. Uma das nossas atividades era entrevistar agricultores. Tínhamos um conjunto de perguntas e um punhado de grãos de feijão. basicamente líamos as perguntar e pedíamos p/ colocarem os grãos ...
nas questões mais importantes para eles, que mostravam as dificuldades na produção. Incialmente eu ficava impaciente com a dificuldade dos agricultores responderem, mas depois de um tempo percebi que falar apenas uma vez não era suficiente, pois aquelas pessoas ....
Após o resultado de enquete que fiz sobre Cotas nas Universidades, decidi fazer uma mini-Thread sobre o assunto. Vou apresentar evidências empíricas que usam alguma estratégia de identificação para mensurar o impacto das Cotas em Universidades.
Inicio com o excelente paper de Badge, Eppe e Taylor (2016) publicado na AER. O estudo analisa universidades indianas de engenharia. As Cotas são sociais e focam em castas sociais minoritárias. Não há evidência de pior performance dos cotistas em relação aos não cotistas.
O tema da desigualdade de renda no Brasil tem sido frequente no Twitter, mas tem um aspecto negligenciado no debate, a desigualdade regional. Vou aproveitar pra fazer uma thread sobre o assunto. Segue o fio....
A desigualdade regional no BR remonta ao período colonial, quando a economia era baseada sobretudo em atividades agrícolas e/ou de exploração. A desigualdade tinha, portanto, uma forte correlação com os ciclos econômicos Werber Baer em A Economia Brasileira faz uma boa análise.
A preocupação dos policy makers com esta questão ganha evidência na década de 1960 com Celso Furtado. O marco é o famoso relatório GTDN: sudene.gov.br/images/2017/ar…. Uma boa análise das ideias de Furtado foi realizada por Clelio Campolina Diniz: scielo.br/pdf/neco/v19n2…