Frame de um vídeo caseiro mostrando a futura rainha do Reino Unido, Elizabeth II, fazendo a saudação nazista. O filme foi produzido nos jardins do Castelo de Balmoral, na Escócia, em 1933, quando Elizabeth tinha sete anos de idade.
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Nas imagens, Elizabeth aparece acompanhada da irmã Margaret, da mãe, a rainha consorte Elizabeth Bowes-Lyon, e do tio Eduardo VIII, Príncipe de Gales e Duque de Windsor. Todos fazem a saudação, exceto a pequena Margaret.
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O filme foi produzido no mesmo ano em que Hitler ascendeu ao cargo de chanceler. As imagens foram publicadas em 2015 pelo jornal The Sun. A família real britânica reagiu com indignação, afirmando que a publicação foi tirada do contexto.
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"Ninguém nesse momento tinha ideia de como evoluiria o nazismo (...). Essa é uma família brincando e, num momento, fazendo referência a um gesto que muitos tinham visto nas notícias", afirmou o porta-voz do Palácio de Buckingham.
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Malgrado as explicações, a historiografia mostra que as ligações entre a família real britânica e o nazismo iam muito além do vídeo. É bem documentada a simpatia que Eduardo VIII, registrado no vídeo, nutria pelo nazismo. Eduardo VIII chegou a ser entronado como rei,...
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...mas abdicou da coroa para se casar com a socialite Wallis Simpson, Duquesa de Windsor, que também nutria fervorosa admiração pelo "Führer". Em 1937, o casal visitou a Alemanha a convite do próprio Hitler, que os acomodou em sua casa de campo em Obersalzberg.
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Durante a viagem, o tio de Elizabeth distribuiu saudações nazistas e elogios ao regime hitlerista, que definiu como "um baluarte da luta contra o comunismo", chegando propor uma aliança entre Reino Unido e Alemanha nazista para combater a União Soviética.
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Documentos encontrados no Castelo Marburg, em Hesse, revelam que os nazistas chegaram a orquestrar um plano para cooptar apoio oficial de Eduardo VIII à causa nazista e restabelecê-lo como monarca do Reino Unido no lugar de seu irmão.
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Uma outra correspondência direcionada a Francisco Franco, publicada pelo diplomata espanhol Javier Bermejillo, revela que Eduardo VIII declarou ansiar por um bombardeio nazista contra a Inglaterra, de forma a assegurar a vitória nazista na Segunda Guerra Mundial.
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Alertado pelos aliados que o Duque de Windsor e sua esposa estariam ajudando Hitler com o repasse de informações confidenciais durante a guerra, o próprio Winston Churchill tratou de afastá-los das missões militares, enviando-os para as Bahamas.
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Décadas mais tarde, Eduardo VIII negaria que fosse um simpatizante nazista, mas costumava dizer para pessoas próximas que Hitler "era uma pessoa boa", que fez "um ótimo trabalho na Alemanha" e que as críticas que lhe dirigiam eram "calúnias inventadas por judeus".
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Jorge VI, irmão de Eduardo VIII e pai de Elizabeth, também nutria simpatia pelo nazismo, mas era mais reservado em seus posicionamentos, limitando-se a apoiar a política colaboracionista de Neville Chamberlain e criticar as lideranças que advertiam sobre a ameaça nazista.
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Boa parte da aristocracia britânica que compunha o círculo imediato da família real simpatizava com o nazismo. É o caso de Lorde Londonderry e Henry Channon, da nobreza de Buccleuch, Westminster, Bedford e Wellington e das famílias Mitford, Marlborough e Hamilton.
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O baronete Oswald Mosley, líder da extrema-direita no Reino Unido e fundador da União Britânica de Fascistas, também tinha vínculos de parentesco com a realeza. Seu pai era primo do Conde de Strathmore e Kinghorne, por sua vez pai de Elizabeth Bowes-Lyon, a rainha mãe.
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Conforme relatado por John Harris e Richard Wilbourn em sua obra sobre o líder do Partido Nazista Rudolf Hess, outro irmão de Eduardo VIII, o príncipe Jorge, Duque de Kent, também tinha ligações com os nazistas e chegou a se envolver na articulação de um golpe de Estado...
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…visando remover Winston Churchill do cargo de primeiro-ministro e forjar um tratado de paz com a Alemanha. Os historiadores alegam que a articulação com o príncipe Jorge teria sido o motivo de Hess ter viajado para a Escócia em 1941.
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O ramo alemão da família real britânica também estava repleto de nazistas. Um dos mais notáveis era o neto da rainha Vitória, Carlos Eduardo, Duque de Saxe-Coburgo-Gota. Ele era filiado ao Partido Nazista e membro da Sturmabteilung, milícia paramilitar hitlerista.
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Frequentador assíduo do Palácio de Buckingham, Carlos Eduardo ocupou diversos cargos de destaque no Terceiro Reich e era considerado um ativo fundamental por Adolf Hitler, integrando inúmeras reuniões de cúpula.
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O marido de Elizabeth II, príncipe Philip, Duque de Edimburgo, também pertencia a uma família aristocrática com vínculos nazistas. Três de suas irmãs foram casadas com príncipes alemães filiados ao Partido Nazista - Sofia, Teodora e Cecília.
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Sofia, princesa da Grécia e da Dinamarca, era casada com Cristóvão, Conde de Hesse-Cassel, que foi chefe do serviço secreto de Hermann Göring, ajudante de Heinrich Himmler e membro dos esquadrões de morte da Schutzstaffel, a SS.
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Cristóvão também era irmão de Filipe de Hesse-Cassel, um dos mais importantes aristocratas ligados à cúpula do Partido Nazista, que ajudou a coordenar o programa de eutanásia Aktion T4, responsável por assassinar 300 mil pessoas com deficiência.
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Teodora era casada com Bertoldo, Marquês de Baden, que fez parte dos quadros da Wehrmacht, as Forças Armadas da Alemanha Nazista. Cecília e seu marido, o Grão-Duque Jorge Donatus, eram ambos filiados ao Partido Nazista. O casal morreu em um acidente aéreo em 1937.
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Há uma fotografia de Philip no funeral dos dois, onde aparece ao lado de nazistas uniformizados e próximo aos caixões cobertos com suásticas.
É provável que as ligações entre a família real britânica e os nazistas tenham sido muito mais próximas e amigáveis do que se sabe.
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Os documentos dos arquivos reais referentes às relações entre os Windsor, seus parentes alemães e os nazistas permanecem até hoje confidenciais e inacessíveis, mesmo após repetidos apelos de parlamentares e historiadores pela liberação.
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É possível que os documentos mais comprometedores tenham sido destruídos após 1945, visando preservar a família, impossibilitando análises mais fidedignas sobre a profundidade dos vínculos entre a Casa de Windsor e o nazismo.
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Resta especular se aquelas outras fotografias mostrando o príncipe Harry, fantasiado de soldado nazista, usando uma braçadeira com suástica, são meros indicativos de um escolha de traje infeliz ou sintomas da persistência de valores inconfessáveis no seio da família real.
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O Museu de Arte de São Paulo (MASP) está vendendo os cavaletes de cristal desenhados pela arquiteta Lina Bo Bardi. As peças, símbolos do projeto expográfico do museu, são tombadas como patrimônio nacional pelo IPHAN.
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Os cavaletes foram idealizados no fim dos anos 50, como parte do esforço de Lina Bo Bardi em conceber o MASP como um espaço inovador. Ela não queria que o museu fosse "um túmulo para múmias ilustres", um mero "depósito de obras humanas". O MASP deveria ser um "museu vivo".
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Inaugurada em 68, a nova sede do MASP permitiria que Lina concretizasse esses anseios. Tentando fugir do caráter intimidador das construções palacianas, o MASP foi feito para evocar a coletividade, se conectar com a cidade. Um espaço acolhedor, sem muros, grades e barreiras
Jantares românticos, flores, presentes e juras de amor. Hoje é Dia dos Namorados. O Brasil é o único país que celebra a data em 12 de junho. E o responsável por isso é o pai do João Doria. Leia mais sobre a origem do Dia dos Namorados no @operamundi
Na maioria dos países ocidentais, o Dia dos Namorados é comemorado em 14 de fevereiro, designado Dia de São Valentim. Conforme a hagiografia, São Valentim foi um sacerdote cristão que viveu no Império Romano durante o século III.
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À época, o imperador Cláudio II teria proibido os legionários de se casarem, por considerar que os soldados solteiros eram mais eficientes nas batalhas. Não obstante, Valentim teria desafiado a ordem imperial, continuando a celebrar secretamente os matrimônios.
Há 81 anos, tropas dos EUA desembarcavam na Normandia. Heroicizado pelo Ocidente, o "Dia D" também deixaria uma marca sombria: o estupro em massa de mulheres francesas pelos soldados norte-americanos. Esse é o tema do artigo de hoje no @operamundi
De "O Mais Longo dos Dias" até "O Resgate do Soldado Ryan", poucos episódios da Segunda Guerra são tão heroicizados pela indústria cultural quanto o desembarque dos militares norte-americanos em solo francês no chamado "Dia D".
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Bem menos comentados, encobertos por narrativas fantasiosas e açucaradas de Hollywood, são os estupros em massa das mulheres francesas cometidos por esses soldados após o desembarque na Europa.
A incitação ao estupro começava já no recrutamento das tropas.
Há 36 anos, chegavam ao ápice os protestos na Praça da Paz Celestial. Insuflada com auxílio da CIA e de organizações ocidentais, a revolução colorida se tornaria um argumento recorrente da retórica anticomunista. Leia mais no @operamundi
A narrativa é bem conhecida. Um protesto de estudantes exigindo liberdades democráticas teria sido brutalmente reprimido pelo Exército de Libertação Popular por ordem do governo chinês - mais uma da série de "insurreições" que atingiram os países socialistas nos anos 80.
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O número de vítimas era uma incógnita. Jornais como o New York Times falavam entre 400 e 800 pessoas, ao passo que a Cruz Vermelha estimou mais de 10 mil mortos. EUA e União Europeia condenaram severamente o governo chinês e impuseram embargos que estão em vigor até hoje.
Há 45 anos, o mundo quase mergulhava em um apocalipse nuclear. Uma falha de um chip de 46 centavos fez com que o sistema de monitoramento dos EUA indicasse que o país estava sob ataque nuclear da URSS — e eles quase revidaram. Leia no @operamundi
Lançado pelos EUA em 1942, o Projeto Manhattan resultou na criação das primeiras bombas nucleares. O desenvolvimento dessa tecnologia havia sido uma recomendação de cientistas que temiam as consequências da Alemanha nazista desenvolver bombas atômicas antes dos Aliados.
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A Alemanha se rendeu aos soviéticos em maio de 45, mas o governo dos EUA, ciente das vantagens conferidas pelo domínio da nova tecnologia, deu continuidade ao Projeto Manhattan.
Em agosto de 45, os EUA lançaram bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Há 10 anos, o jornal britânico The Sun publicava uma imagem da rainha britânica Elizabeth II fazendo a saudação nazista aos 7 anos de idade. Hoje no @operamundi, falamos sobre as relações entre a família real britânica e o nazismo.
Nas imagens, Elizabeth aparece acompanhada da irmã Margaret, da mãe, a rainha consorte Elizabeth Bowes-Lyon, e do tio Eduardo VIII, Príncipe de Gales e Duque de Windsor. Todos fazem a saudação, exceto a pequena Margaret.
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O filme foi produzido no mesmo ano em que Hitler ascendeu ao cargo de chanceler. As imagens foram publicadas em 2015 pelo jornal The Sun. A família real britânica reagiu com indignação, afirmando que a publicação foi tirada do contexto.