Por mais que tenhamos essa certeza, ninguém está preparado para o momento da morte. Imagine passar por uma experiência onde se esteve muito próximo da morte?
O #neurofio de hoje é sobre experiências de quase morte (EQM) e o que a neurociência pode nos explicar sobre isso 🧶👇
Alguns avisos: esse fio vai focar em alguns aspectos que são abordados pela neurociência. Existe muita discussão sobre isso na esfera religiosa e cultural, por exemplo, mas não vou abordá-los nesse conteúdo em específico. Mas fiquem à vontade para comentar se quiserem🥰
Primeiro, vamos contextualizar essas experiências: elas acontecem em situações críticas do corpo, que podem envolver baixa oxigenação ou aporte de nutrientes para os tecidos (como o cérebro🧠, que demanda bastante dos dois, por sinal), por conta de acidentes, traumas, etc.
Essas situações colocam em risco a vida dessa pessoa, daí o nome da experiência, e daí o contexto de situações críticas que ela está inserida. Situações como essa podem desencadear respostas extremas ou peculiares de nossas células scientificamerican.com/article/what-n…
Muitas pessoas podem considerar que a EQM é parecida com alucinações, delírios ou até mesmo experiências próximas ao que substâncias psicodélicas induzem, mas o contexto que o corpo enfrenta é MUITO diferente, portanto, a EQM não é relacionada a isso
Inclusive, relatos dessas experiências acabam convergindo para alguns fenômenos (link acima 👆):
🔹Separação do corpo com um senso de consciência elevado e vasto e reconhecimento da morte;
🔹Viajar para um destino/lugar que parece "lar";
🔹"A vida passando diante dos olhos", etc
Segundo alguns estudos, a detecção de determinados padrões de oscilação (que são frutos da atividade dos neurônios em regiões do🧠), podem >sugerir< uma experiência de lucidez e consciência (e aqui fica complicado em saber o quanto) desse momento
Essas experiências que variam desde alteração da percepção do tempo até sensação de separação do corpo, podem refletir em estados dissociativos, que separam componentes (ex.: consciência, memória, identidade...) que normalmente seriam processados juntos na mesma experiência 👇
Esses estados de consciência durante uma EQM podem vir de tentativas de "regular a consciência em situações de crise". A recordação dessas EQMs está presente em 4–8% na população geral e 10–23% se considerados apenas os sobreviventes de parada cardíaca
Observando os relatos das lembranças desse evento, as memórias da EQM parecem ficar armazenadas como memórias episódicas de eventos vivenciados em um estado peculiar de consciência, e não memórias imaginadas. frontiersin.org/articles/10.33…
Em relação às experiências de "saída do corpo" (como a autoscopia, ver o corpo de cima), é possível que tenha uma relação com a atividade da junção temporoparietal direita, pois situações artificiais de estímulo nessa região podem induzir esses estados.
Inclusive, fora do contexto de EQM, essa sensação pode ser experienciada em pessoas que tem paralisia do sono, que pode afetar até 40% das pessoas em algum momento de suas vidas, conforme explicado aqui: medicalnewstoday.com/articles/30945…?
Outra questão que o texto acima aborda é a alteração na liberação de várias moléculas durante uma situação crítica como a EQM: vias de dopamina e opióides endógenos "parecem entrar em ação durante eventos traumáticos; embora não saibamos exatamente por que isso acontece"
Portanto, situações críticas que levam a falta de oxigênio, alteração na percepção sensorial e respostas neuroquímicas do corpo ao trauma podem construir esses estados alterados de consciencia e integração sensorial/diferentes estímulos. discovermagazine.com/mind/can-scien…
Há alguns grupos de estudo no mundo que tem como objetivo entender os processos neurais relacionados à EQM, como este aqui que tem uma página para informar possíveis interessados em participar da pesquisa: med.virginia.edu/perceptual-stu…
Ainda, esses estados alterados de consciência também poderiam, em parte, explicar aquele estado de lucidez, conhecido como "melhora súbita antes da morte" mas há mais perguntas que pedacinhos de respostas, atualmente. psychologytoday.com/us/blog/unders…
Infelizmente, alguns conteúdos desinformativos estão circulando (de novo), alegando que as vacinas estão aumentando o risco de morte na população.
Desinformações como essa já circularam anteriormente, já foram checadas e ganham espaço de novo.
Vamos aos porquês 🧶👇
Para não oferecer engajamento, não citarei a reportagem. O gráfico em questão que está sendo distorcido para desinformar é um dado importante da @ONS que mostra as taxas de mortalidade por 100 mil pessoas-ano, de acordo com alguns parâmetros, como a vacinação, em Jul/21
Em Jul/21, tinhamos cerca de 50% da população de UK vacinada com o esquema completo das vacinas contra a COVID-19 e quase 70% da população vacinada com pelo menos uma dose. Ou seja, pegando a população como um todo, sem diferenciar pela idade, já tinha muita gente vacinada.
A vacina CoronaVac está APROVADA para uso emergencial em crianças de 3 a 5 anos, ampliando a recomendação para indivíduos a partir dos 3 anos!
🔹2 doses, com intervalo de 28 dias
🔹Mesma vacina e dose utilizada em adolescentes e adultos!
Toda a cobertura da reunião da diretoria colegiada da Anvisa encontra-se no tuíte citado acima! ❤️
Reforço que as coberturas vacinais para o público mais jovem está BAIXA, principalmente para a 2ª dose. Ela é crítica para uma maior proteção contra a Omicron
Novas variantes do vírus da COVID-19?🤔 Muitos se depararam com essas notícias recentemente e estamos ainda falando da Ômicron e de suas sub-linhagens: BA.2.75 e BA.5.
São mais perigosas? As vacinas seguem funcionando? O que temos de novidades? 🧶👇
É preciso lembrar como e porque variantes surgem. Cada vez que o vírus infecta uma nova célula de um hospedeiro, ele passa a fazer várias cópias dele mesmo. Isso cria oportunidades de acumular mutações aleatórias e, algumas delas podem ser importantes
Por que isso acontece? Alta transmissão, p. ex. Não, não é por causa da vacina. Não, a vacina não seleciona variantes mais resistentes. Com a alta transmissão, aumentamos a frequência com que esse conjunto de mutações são adquiridas a cada vez que o vírus infecta e replica
Vacinas não geram novas variantes, tampouco selecionam variantes mais resistentes. O que gera novas variantes é a alta transmissão do vírus, criando novas oportunidades de infecção e de acúmulo de mutações. Vacinas seguem capazes de proteger contra a doença pelas variantes atuais
Há muita desinformação circulando e, honestamente, não sei a quem beneficia isso, dado que além de colocar a própria pessoa em risco por causar hesitação vacinal, em uma maior magnitude também está colocando em hesitação a própria estratégia de controle da pandemia
Se te deparar com um conteúdo que te deixa em dúvida, confira-o antes de compartilhar! Há muitos cientistas e divulgadores científicos que fazem um reconhecidamente incrível aqui nas redes sociais que podem ajudar. Ainda, vários conteúdos já foram checados g1.globo.com/google/amp/fat…
Hoje vou comentar sobre uma doença que afeta cerca de 10% das mulheres brasileiras. Pegando apenas o ano de 2019, 11.790 brasileiras precisaram de internação por causa da doença.
Falaremos sobre a endometriose, uma doença que precisa de atenção e conscientização 🧶👇
E PRECISAMOS falar da endometriose. Cerca de uma a cada 10 mulheres sofrem com os sintomas e, em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), e 8 mil internações registradas na rede pública de saúde 👇 aps.saude.gov.br/noticia/16316
A endometriose é considerada uma doença inflamatória, causada pelas células do endométrio (parte do tecido que recobre o útero), que podem se implantar em regiões FORA do endométrio, como nos ovários ou na cavidade abdominal. bvsms.saude.gov.br/endometriose/#….