Todos discutindo quem venceu o #DebateDaBand, mas na minha coluna de hoje eu mergulho nas pesquisas nos Estados para tentar vislumbrar como vai ficar o Senado em 2023. Afinal, independentemente de quem ganhar as eleições, vai precisar governar com o Congresso. Segue o fio. 🧶
Dos 81 senadores atuais, 54 têm mandato até 2027.
Desses, a coligação de Lula tem assegurados 8 senadores (5 do PT, uma do PSB, uma do Pros e um da Rede). O PDT tem mais dois, que podem ser colocados na conta da esquerda. É pouco. (cont)
O Centrão de Bolsonaro não está muito melhor: tem apenas 11 senadores garantidos em 2023 (6 do PL, 4 do PP e um do Republicanos).
As bases de senadores de Lula e de Bolsonaro podem crescer nas eleições de outubro? (cont)
De acordo com as pesquisas, se for eleito, o bloco de Lula no Senado certamente se ampliará com a vitória dos ex-governadores nordestinos Camilo Santana (PT-CE), Wellington Dias (PT-PI) e Flávio Dino (PSB-MA). (cont)
A conta de Lula ainda pode aumentar caso se confirmem os favoritismos de Márcio França (PSB-SP) e Ricardo Coutinho (PT-PB) - embora a candidatura de Coutinho tenha sido contestada na Justiça. (cont)
Pelo lado de Bolsonaro, sua bancada certamente vai crescer com Tereza Cristina (PP-MS) e Wellington Fagundes (PL-MT).
Há boas chances com Magno Malta (PL-ES) e Mariana Carvalho (Rep-RO). (cont)
No DF, não faz diferença se der Flávia Arruda (PL) ou Damares Alves (Rep): ambas são bolsonaristas. E em Minas, o líder nas pesquisas é Cleitinho Azevedo (PSC) também bolsonarista (e há outro bolsonarista na disputa, Marcelo Aro, o candidato de Zema ao Senado) (cont)
Há embates entre candidatos de esquerda e bolsonaristas em 4 Estados:
Olívio Dutra (PT) e Mourão (Rep) no RS;
Carlos Eduardo (PDT) e Rogério Marinho (PL) no RN;
Valadares Filho (PSB) e Eduardo Amorim (PL) e Danielle Garcia (Pode) no SE;
Romário (PL) e Molon (PSB) no RJ (cont)
A depender da confirmação do favoritismo e dessas brigas diretas, tanto Lula quanto Bolsonaro, se vencerem, terão em torno de 20 senadores no seu núcleo de apoio mais próximo.
Com essa base de apoio não se aprova nada no Senado. (cont)
No caso de Lula é natural que haja uma aproximação com o MDB (com quem tem uma boa relação, principalmente das lideranças do Nordeste) e com o PSD de Kassab.
Não por acaso, MDB e PSD têm o maior número de senadores já com mandato garantido em 2023: 8 cada um. (cont)
O MDB deve ainda ampliar sua bancada no Senado com a eleição de Renan Filho (AL) e o retorno de Romero Jucá (RR).
O partido ainda tem esperanças de conseguir uma cadeira a mais com Rayssa Furlan, primeira-dama de Macapá (AP), que ameaça a reeleição de Davi Alcolumbre (cont)
O PSD conta com a reeleição quase certa de Otto Alencar (BA) e lidera as pesquisas com Raimundo Colombo (SC) e Omar Aziz (AM). E Alexandre Silveira ainda tem chances de reeleição em Minas. (cont)
Outros 3 partidos surgem como forças médias e podem entrar nesse leilão, embora com um perfil de senadores mais distante de Lula (e mais próximo de Bolsonaro): União Brasil, Podemos e PSDB. (cont)
O União Brasil terá garantidos 6 senadores que têm mandato até 2027, e ainda lidera no Amapá, com Alcolumbre, e no Tocantins, com Professora Dorinha (embora aqui haja uma disputa aberta com Kátia Abreu, do PP). E tem esperanças com Moro, em 2º lugar no Paraná (cont)
O Podemos também terá 6 senadores atuais e conta com a reeleição de Álvaro Dias, caso se confirme sua vitória sobre Moro no Paraná. (cont)
Já o PSDB terá 4 senadores e pode ganhar uma cadeira a mais com Marconi Perillo em Goiás. (cont)
Restam 3 Estados que ainda são incógnitas: Acre e Pará, que não tiveram pesquisas confiáveis para o Senado publicadas nas últimas semanas; e Pernambuco, que tem quatro candidatos embolados dentro da margem de erro. (cont)
Resumindo aqui a perspectiva de configuração do Senado em 2023:
Esquerda (PT, PSB, Rede, Pros e PDT): 10 garantidos + 5 prováveis + 4 em disputa
3 variações na margem captadas pela @quaestpesquisa que vale a pena observar daqui pra frente:
1) Caiu o percentual de entrevistados que atribui o aumento no Auxílio Brasil a Bolsonaro, enquanto subiu a atribuição ao Congresso. A estratégia de Janones pode estar dando certo +
2) Após o início do horário eleitoral, sabatinas no Jornal Nacional e debate na Band, há indícios de queda na certeza de voto em Bolsonaro e alta para Lula +
3) No momento em que a campanha no rádio e na TV esquenta, cresce o percentual daqueles que afirmam se informar sobre a política principalmente nas redes sociais e com parentes e amigos (zap?): +
Nomes mais comuns dos candidatos nascidos entre 1927 e 1949:
1) José (61) 2) Luiz (18) 3) Maria (17) 4) Antônio (16) 5) João (12) 6) Carlos (10) 7) Paulo (9) 8) Francisco (8) 9) Raimundo (6) 10) Mário, Fernando, Nelson e Pedro (5)
+
Curiosidades inúteis sobre as eleições deste ano:
Nomes mais comuns dos candidatos nascidos na década de 1950: 1) José (197) 2) Maria (156) 3) Antônio (108) 4) João (94) 5) Francisco (72) 6) Luiz (64) 7) Carlos (59) 8) Paulo (56) 9) Jorge (33) 10) Pedro e Roberto (25)
(cont)
Curiosidades inúteis sobre as eleições deste ano:
Nomes mais comuns dos candidatos nascidos na década de 1960:
1) José (407) 2) Maria (309) 3) Antônio (177) 4) Carlos (152) 5) Francisco (142) 6) João (129) 7) Paulo (120) 8) Luiz (108) 9) Marcos (83) 10) Ana (78)
O PT e demais partidos da coligação que apoia Lula e Alckmin divulgaram na semana passada as diretrizes para seu programa de governo.
A partir de suas propostas, fiz um exercício para imaginar como seria um eventual terceiro mandato de Lula. Siga o fio. 🧶⬇️
1. O programa fala em “revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro”. Lula deve queimar boa parte do seu primeiro ano de governo para garantir espaço fiscal para seus programas de estímulo ao crescimento da renda e do emprego. Não será fácil +
2. Para alterar o teto, ainda que para obter um alívio temporário, é preciso mudar a Constituição. E a esquerda ficará longe de ter 3/5 do Congresso no ano que vem. Ou seja: Lula terá que negociar com um Centrão turbinado por mais parlamentares e pelo orçamento secreto. +
Desde a Constituição de 1988 tentamos moralizar os supersalários da elite do serviço público, com teto e a extinção de penduricalhos como o auxílio-moradia. Mas o lobby da magistratura e do Ministério Público é incansável. A novidade agora é a PEC dos quinquênios. Siga o fio!🧶⬇️
A PEC 63/2013 ressuscita o “quinquênio”, adicional mensal de 5% a cada 5 anos de serviço, benesse que foi abolida no Executivo federal pela reforma administrativa de FHC em 1998 e, no Judiciário e MP, com a reforma do Judiciário de Lula em 2005. (cont)
Juízes e membros do MP argumentam que seu ofício precisa ser valorizado. Concordo 100% – assim como devemos valorizar professores, médicos e enfermeiros do SUS, fiscais do Ibama e tantos outras carreiras que prestam serviços tão essenciais quanto o provimento da Justiça. (cont)
De uma nova versão para o “Lulá lá” à chuva de papel picado sobre o palco com uma enorme bandeira do Brasil à la Duda Mendonça, o evento de lançamento da pré-candidatura de Lula teve referências a 1989 e 2002, as duas jornadas heroicas do PT. Siga o fio!
De 1989, houve o destaque à militância, no público e no palco: centrais sindicais, coletivos populares, movimentos de luta por direitos humanos, estudantes, sem-tetos e sem-terras, artistas e acadêmicos. A conexão com a raiz deu cor e vida ao anúncio da 6ª candidatura de Lula ⬇️
De 2002, a referência óbvia estava no discurso do vice. Como o José Alencar de 20 anos atrás, Alckmin representa a aliança com o conservadorismo, a busca pelo equilíbrio, a receita de "lula com chuchu" tentando reeditar a união do operário com o mega empresário.⬇️
O desconhecido deputado André Janones vem pontuando nas pesquisas para a Presidência à frente de muitas das apostas da terceira via, como os ex-governadores João Doria e Eduardo Leite e a senadora Simone Tebet. Isso diz muito sobre a política tradicional brasileira. Siga o fio!
Nos últimos meses, das prévias do PSDB às negociações para a formação de uma chapa única, houve forte exposição das candidaturas da "terceira via" na mídia, como mostram esses dados que eu coletei. Nenhum dos nomes lançados como alternativa a Bolsonaro e Lula, porém, decolou. ⬇️
Valendo-se de frases polêmicas e assumindo uma postura de "fiscal do povo" e defensor da concessão de benefícios sociais para a população, Janones criou uma conexão com o eleitorado por meio das redes sociais, como atestam os dados de buscas sobre seu nome no Google Trends: ⬇️