Cabo de guerra nas redes: se as ruas no dia 7 foram bolsonaristas, nas redes, o dia foi de uma batalha intensa pelo significado do #7DeSetembro. Segue o fio para conferir a análise. 🧶
A disputa está nesta imagem: de vermelho, tweets contra Bolsonaro e pró-Lula; de amarelo, azul e verde, a rede bolsonarista. A @agenciapublica analisou 84 mil tweets com a hashtag #7desetembro, que foi a que alcançou maior destaque no trending da plataforma.
Os vermelhos largaram na frente. Contas críticas a Bolsonaro começaram a tuitar desde cedo, levantando hashtags contrárias ao presidente pro topo, como mostramos na reportagem: agen.pub/tts7setembro
Eles também conseguiram tomar parte da narrativa na hashtag #7desetembro: cerca de 17% de todos os tweets da hashtag era claramente contrários a Bolsonaro. Contas como a Mídia Ninja foram uma das principais.
Já o lado bolsonarista conseguiu dominar a conversa sobretudo após o discurso do presidente em Brasília, conseguindo consolidar a liderança à tarde, quando o presidente estava no Rio.
A bolha bolsonarista tomou mais da metade dos tweets com a hastag #7desetembro - 54%. Ela foi capitaneada por perfis explícitos de apoio a Bolsonaro, como as contas TeAtualizei, Patriotas e o próprio filho do presidente, Flávio Bolsonaro.
O saldo da batalha, contudo, precisa de ressalvas. Uma é que há pouco movimento no centro do discurso: no meio da imagem, de cinza, estão principalmente portais de notícias, que foram replicados pelos dois lados.
Isso pode ser um indício que a movimentação ocorreu principalmente em perfis que já participavam dos grupos bolsonaristas ou lulistas - o famoso pregar pra convertido.
Outra ressalva é que, embora bolsonaristas tenham vencido a batalha na #7desetembro, outras hashtags de crítica ao presidente estiveram todo o dia no trending topics.
Por outro lado, muitas lideranças bolsonaristas estavam focadas nas ruas e a produção de imagens e conteúdos deve seguir em alta para os próximos dias, reforçando a quantidade de manifestantes nos atos.
Essa análise foi feita pelo nosso editor e repórter @obrunofonseca, que faz parte da equipe do projeto Sentinela Eleitoral, que tem analisado os caminhos da desinformação durante as #Eleições2022. agen.pub/sentinela
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🚨Quem bancou a ida de tratores no 7 de setembro em Brasília? A Agência Pública identificou proprietários de 24 dos 28 veículos que participaram do evento na Esplanada dos Ministérios. O investimento foi de até R$ 15 mil. 🔗agen.pub/tratores
A lista contém nomes de grandes empresários de implementos e maquinários agrícolas, produtores rurais e representantes de sindicatos regionais do agro.
De acordo com a apuração, foram os produtores que pediram a Bolsonaro para integrar a comemoração e a maioria das colheitadeiras e tratores perfilados na Esplanada veio de Goiás, mas também havia ruralistas gaúchos, donos de concessionárias multados por desmatamento.
Ex porta-voz de Donald Trump e CEO da rede social Gettr esteve no ato bolsonarista de 7 de setembro em Copacabana com totem inflável e distribuição de camisetas. 🧶 agen.pub/gettr7set
“Não tomamos partido. A Gettr é para todos. Nós defendemos o livre discurso, a volta da diversão no uso das redes sociais e adoramos o Brasil, nosso segundo maior mercado”, afirmou o criador da rede Jason Miller, em entrevista à Pública.
Miller estava ao lado de um totem inflável com os dizeres “Gettr – Chegou a hora de dizer o que pensa do jeito que quer!”. Em 2021, ele foi questionado pela PF no aeroporto de Brasília, também no dia 7 de setembro.
Pública no 7 de setembro: Nossa equipe está nas ruas em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro acompanhando os atos de hoje. Também estaremos de olho nas movimentações das redes com o Sentinela Eleitoral. Acompanhe aqui nossa cobertura 🧵
Brasília: Operadores dos tratores que irão participar do desfile neste 7 de setembro estão reunidos no Ministério da Justiça. Eles começam a posicionar os veículos para o início do evento.
Fotos: Alice Maciel/Agência Pública
Barreira com blocos de concreto na via de acesso aos fundos do prédio do STF, em Brasília, impede a passagem de veículos. O acesso ao STF é liberado apenas a veículos credenciados.
🚨Membros do chamado Foro Conservador, que puxaram atos em 2021, organizam caravanas com ônibus e alimentos, mobilizam redes e articulam encontros com parlamentares e autoridades do Governo Federal para o 7 de setembro. #PúblicaNasEleiçõesagen.pub/foroconservador
Na época da fundação, em agosto de 2021, eles enviaram um ofício ao gabinete de Bolsonaro solicitando uma reunião com o presidente e se apresentando como uma “coalizão de forças para a construção dos próximos atos em defesa da nação e das eleições transparentes e democráticas”.
O Movimento Brasil Verde e Amarelo também afirmou que irá enviar 28 tratores para desfilar na Esplanada dos Ministérios, junto aos tanques militares. O movimento foi responsável por financiar outdoors espalhados em Brasília convocando a população para as ruas.
Hoje (5), #DiaDaAmazônia, a Agência Pública relembra como o governo Bolsonaro contribuiu para a destruição da Amazônia. 🧶
Em 2020, o Poder Executivo propôs o PL 191, que regulariza a mineração em terras indígenas. Para a deputada federal indígena @JoeniaWapichana, o projeto "vai significar a morte dos povos indígenas, a destruição do meio ambiente, a poluição das águas." agen.pub/joeniawapichana
O avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia, os ataques do governo Bolsonaro aos povos indígenas e o desmantelamento de agências governamentais, como a Funai, motivaram a apresentação de uma denúncia contra o presidente ao TPI. agen.pub/raonihaia
“Já atingimos ponto de não retorno” em algumas regiões da Amazônia, diz Marlene Quintanilla, em entrevista à Agência Pública, que coordenou o estudo "Amazônia contra o relógio: Um diagnóstico regional sobre onde e como proteger 80% até 2025".
Publicado hoje (05), a pesquisa, desenvolvida a partir de 2021 com dados de 1985 a 2020, identificou que, dos 9 países amazônicos, o Brasil é o que apresenta o pior nível de transformação (ou seja, desmatamento) e degradação do bioma – 34%.
O índice da Bolívia, segunda colocada no ranking, é dez pontos menor, de 24%. Os pesquisadores da Red Amazónica de Información Socioambiental Georreferenciada (RAISG), da qual Quintanilla faz parte, identificaram que 26% da Amazônia já estão transformados ou altamente degradados.