🚨#PúblicaNasEleições Rondônia tem sido descrita como “reduto do bolsonarismo na Amazônia”. O governador do estado “passou boiada” com lei que fez desmatamento explodir em parque estadual, reduzindo unidades de conservação e estimulando invasões. 🧶
Ataques se tornaram frequentes para fiscais da Sedam e policiais militares que operam em ações de fiscalização ambiental no Parque Guajará-Mirim, em Porto Velho. A realidade é semelhante para ativistas socioambientais e indígenas da região.
Eles descrevem um recrudescimento no clima de hostilidade embalado pela forte influência política de Jair Bolsonaro no estado.
Em agosto, quando esteve na capital, a reportagem experimentou essa sensação ao receber de diferentes pessoas os mesmos conselhos: tomar cuidado, evitar se expor enquanto jornalista, não dizer que visitaria terras indígenas.
“Eu nunca vi tanto tiro de uma vez só, a não ser em filme. Foi muito tiro mesmo. A bala passava levantando areia perto da minha cabeça, e eu deitado, pensando: ‘Meu Deus, vou sair morto daqui’”, contou à Pública João*, um dos servidores alvo de uma emboscada dentro do parque.
João saiu do tiroteio baleado no braço direito e precisou ser socorrido. Dias depois, uma surpresa: a Sedam pediu que ele devolvesse as diárias referentes aos dias de operação em que não trabalhou por estar ferido. Abaixo, a sua camiseta ensanguentada no lugar onde foi baleado.
Segundo servidores ouvidos pela Pública, a violência no interior do parque se intensificou a partir de maio de 2021, quando entrou em vigência a Lei Complementar estadual 1.089, que reduziu em 23,3% a área do Parque Guajará-Mirim e em 88,6% a Resex Estadual Jaci-Paraná.
A proposta da lei, elaborada pelo governador Marcos Rocha (União Brasil), foi modificada e aprovada por unanimidade pela Assembleia Legislativa de Rondônia sem a realização de estudos técnicos ou consulta às populações tradicionais afetadas.
A lei foi uma das principais “boiadas” patrocinadas pelo mandato de Rocha, um coronel da Polícia Militar de Rondônia que se elegeu na onda do bolsonarismo em 2018 e agora lidera a disputa eleitoral em busca da reeleição.
Para o promotor Pablo Viscardi, coordenador do Grupo de Atuação Espacial em Meio Ambiente (Gaema) do MP de Rondônia, a lei “tentou legalizar” a grilagem de terras nas duas unidades de conservação e “ainda estimulou o aumento significativo de novas invasões e danos ambientais”.
A dimensão do estrago é escancarada pelos dados: segundo números do Inpe, em 2021, ano em que a lei esteve vigente por quase 6 meses, o parque viu uma explosão no desmatamento: um aumento de cerca de 74% em relação a 2020.
Já na Resex Jaci-Paraná, 2021 foi o terceiro pior ano em termos de desmatamento desde 2008 – em comparação com 2020, a alta foi de 3,26%. A Resex e o parque foram, respectivamente, a segunda e a terceira unidades de conservação estaduais mais desmatadas do Brasil em 2021.
A Resex e o parque formam um mosaico junto a outras unidades de conservação estaduais e federais e terras indígenas (TIs). Por isso, o que acontece em seu interior tem consequências também para os territórios ao redor. É o caso da TI Karipuna, que tem tido aumento de invasões.
“Os invasores crescem na terra. E aí a insegurança pra nós cresce também. As ameaças crescem. A gente fica cercado, estamos quase presos no nosso espaço", denuncia André, cacique dos Karipuna.
Está acompanhando e achando relevante a cobertura eleitoral da Pública? Então contribua com o jornalismo que revela quem age contra o meio ambiente e os povos originários! Seja nosso Aliado hoje e nos ajude a fazer mais reportagens como essa. 🔗agen.pub/aliadosdemocra…
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
🚨Materiais inéditos obtidos pela Pública mostram que Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição e líder nas pesquisas para o governo do DF, foi advogado de um dos maiores grileiros do país enquanto governava o estado. agen.pub/ibaneis
Em 2016, como principal sócio de um renomado escritório em Brasília, Rocha tornou-se um dos advogados de três réus acusado de grilar uma porção de terras equivalente ao Rio de Janeiro inteiro, mas disperso pelo extremo sul do Piauí – em plena fronteira agrícola do país.
Segundo ex-juízes e professores em Direito ouvidos pela Pública, o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) proíbe a advocacia a governadores com mandato em vigor.
🚨Quem bancou a ida de tratores no 7 de setembro em Brasília? A Agência Pública identificou proprietários de 24 dos 28 veículos que participaram do evento na Esplanada dos Ministérios. O investimento foi de até R$ 15 mil. 🔗agen.pub/tratores
A lista contém nomes de grandes empresários de implementos e maquinários agrícolas, produtores rurais e representantes de sindicatos regionais do agro.
De acordo com a apuração, foram os produtores que pediram a Bolsonaro para integrar a comemoração e a maioria das colheitadeiras e tratores perfilados na Esplanada veio de Goiás, mas também havia ruralistas gaúchos, donos de concessionárias multados por desmatamento.
Ex porta-voz de Donald Trump e CEO da rede social Gettr esteve no ato bolsonarista de 7 de setembro em Copacabana com totem inflável e distribuição de camisetas. 🧶 agen.pub/gettr7set
“Não tomamos partido. A Gettr é para todos. Nós defendemos o livre discurso, a volta da diversão no uso das redes sociais e adoramos o Brasil, nosso segundo maior mercado”, afirmou o criador da rede Jason Miller, em entrevista à Pública.
Miller estava ao lado de um totem inflável com os dizeres “Gettr – Chegou a hora de dizer o que pensa do jeito que quer!”. Em 2021, ele foi questionado pela PF no aeroporto de Brasília, também no dia 7 de setembro.
Cabo de guerra nas redes: se as ruas no dia 7 foram bolsonaristas, nas redes, o dia foi de uma batalha intensa pelo significado do #7DeSetembro. Segue o fio para conferir a análise. 🧶
A disputa está nesta imagem: de vermelho, tweets contra Bolsonaro e pró-Lula; de amarelo, azul e verde, a rede bolsonarista. A @agenciapublica analisou 84 mil tweets com a hashtag #7desetembro, que foi a que alcançou maior destaque no trending da plataforma.
Os vermelhos largaram na frente. Contas críticas a Bolsonaro começaram a tuitar desde cedo, levantando hashtags contrárias ao presidente pro topo, como mostramos na reportagem: agen.pub/tts7setembro
Pública no 7 de setembro: Nossa equipe está nas ruas em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro acompanhando os atos de hoje. Também estaremos de olho nas movimentações das redes com o Sentinela Eleitoral. Acompanhe aqui nossa cobertura 🧵
Brasília: Operadores dos tratores que irão participar do desfile neste 7 de setembro estão reunidos no Ministério da Justiça. Eles começam a posicionar os veículos para o início do evento.
Fotos: Alice Maciel/Agência Pública
Barreira com blocos de concreto na via de acesso aos fundos do prédio do STF, em Brasília, impede a passagem de veículos. O acesso ao STF é liberado apenas a veículos credenciados.
🚨Membros do chamado Foro Conservador, que puxaram atos em 2021, organizam caravanas com ônibus e alimentos, mobilizam redes e articulam encontros com parlamentares e autoridades do Governo Federal para o 7 de setembro. #PúblicaNasEleiçõesagen.pub/foroconservador
Na época da fundação, em agosto de 2021, eles enviaram um ofício ao gabinete de Bolsonaro solicitando uma reunião com o presidente e se apresentando como uma “coalizão de forças para a construção dos próximos atos em defesa da nação e das eleições transparentes e democráticas”.
O Movimento Brasil Verde e Amarelo também afirmou que irá enviar 28 tratores para desfilar na Esplanada dos Ministérios, junto aos tanques militares. O movimento foi responsável por financiar outdoors espalhados em Brasília convocando a população para as ruas.