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🚨EXCLUSIVO. Levantamento da Agência Pública mostra que, entre o começo da campanha eleitoral e o fim do primeiro turno, ocorreram ao menos 3 casos de violência por dia e 6 assassinatos. Os agressores eram bolsonaristas em mais de um terço dos ataques.
agen.pub/vioeleitoral

Entre o começo da campanha, em 16 de agosto, e o primeiro turno, no último domingo, 2 de outubro, ocorreram ao menos 148 ataques contra eleitores, candidatos, jornalistas, mesários e trabalhadores de institutos de pesquisa.

Dos 148 casos mapeados, 25 envolveram armas de fogo (17% do total) e 4 ataques foram feitos com facas ou objetos cortantes, sendo que 3 das pessoas assassinadas foram esfaqueadas. Quase metade dos casos – 73 – envolveram violência física.

Casos de violência psicológica ou moral, ou seja, ofensas e ameaças, totalizaram 99. Em 29 casos houve violência patrimonial, como casos de ataques a carros ou comitês de campanha, por exemplo.

Mais de 50% dos casos de violência foram motivados por discordância política entre vítima e agressor. Em 36% das situações, o ataque foi cometido por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 8%, os agressores eram apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A violência eleitoral se fez presente em todas as regiões do Brasil, mas o Sudeste concentrou o maior número de ocorrências – 45%. Há ainda 54 ataques a políticos ou candidatos, 32 ataques a pesquisadores de institutos de pesquisas, 10 ataques a jornalistas e 2 contra mesários.

No domingo (2), dia do primeiro turno, foram registrados 11 casos de violência eleitoral, entre eles três ataques às urnas eletrônicas. Em Goiânia (GO), um homem usou um pedaço de madeira para quebrar a urna logo após votar.

Em Campo Grande (MS), Gabriel Scherer da Costa, de 22 anos, despejou cola em várias teclas da urna eletrônica. O delito foi percebido pelo eleitor seguinte, que informou o caso. Costa foi identificado e preso pela PF em casa.

Em Belo Horizonte (MG) uma mesária e o presidente de uma seção eleitoral foram ofendidos por um eleitor que se irritou com a solicitação para que deixasse o celular em cima da mesa na hora de votar, conforme determinado pela Justiça Eleitoral.

A violência política contra mulheres aparece em 58 dos casos mapeados. Os agressores foram predominantemente homens – em 110 casos (74% do total), pelo menos um agressor era do sexo masculino. Registramos ainda três casos de violência sexual durante as eleições.

Em um dos casos de violência contra mulher registrados no levantamento, uma grávida perdeu o bebê durante uma confusão em uma caminhada eleitoral em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no dia 26 de setembro. Um vídeo mostra homens fazendo ameaças com revólveres.

Entre os ataques, há ainda 11 casos de violência com teor racista. No dia da votação, um homem foi preso em flagrante em Salvador (BA) após chamar uma mesária de “negra incompetente”. Ele também teria dito que, se ele fosse negro, gay ou "índio", já teria conseguido votar.

Neste levantamento, consideramos apenas ataques presenciais, excluindo ataques por telefone, por email e pelas redes sociais. Continuaremos monitorando os casos de violência eleitoral até o segundo turno. Se você presenciar algum caso, conte para nós! 👇agen.pub/viopolitica

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