O grande perdedor, com exceção da própria Rússia, é a Alemanha, por uma série de razões que ultrapassa a da própria dependência energética. Esta dependência, crise e sofrimento de sua população em breve foi sedimentado por décadas, quando toda política externa alemã se resumia \1
seus interesses mercantis, “o que é bom e o que é ruim para nossas exportações”. Óbvio que pautar toda política externa e desenvolvimento econômico nas armas e segurança nacional é um equívoco, mas ignorá-la por completa também é. Se a França foi no caminho oposto ao da \2
Alemanha e agora colhe os frutos de sua política orientada pelo seu estado e para a defesa, as fragilidades da Alemanha foram escancaradas e todo seu papel de liderança na União Europeia se mostra um tigre de papel, um origami geopolítico. O que nós temos no exército alemão? \3
Soldados que, teoricamente, sabem atirar? Marinheiros que, teoricamente, sabem navergar? Pilotos que, teoricamente, sabem pilotar? Capacidade de, teoricamente, produzir armamento moderno? E tudo isso com o quê? Com mangueiras para incêndio? Com marinha mercante? \4
Com aviões da Lufthansa? Com fábricas que serão bombardeadas antes dos operários fazerem o desjejum? Não sejamos ingênuos, a piada sobre a Alemanha apoiar a Ucrânia com capacetes só seria pior se enviassem camisinhas para as mulheres ucranianas estupradas na invasão não serem \5
contaminadas com DSTs. O triste fato é que toda culpa histórica da Alemanha invadir países e colocar milhões em campos de concentração por sua etnia pode se repetir com o apoio indireto da Alemanha pela segunda vez na história devido a dependência do gás russo e \6
importações/exportações para a China. Não existem soluções simples, assim como qualquer dependente químico o corte abrupto das drogas que usa pode leva-lo à morte, o mesmo deve ser para o corte dos combustíveis que mantém a máquina industrial e urbana alemã, sob risco de levar \7
a morte por frio de milhões de idosos alemães, mas sua independência energética não pode mais ser ignorada e não há outro caminho a não ser reestabelecer suas usinas nucleares. #Alemanha#Rússia#Ucrânia
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Lembrei d'A Revolta de Atlas, Atlas Shrugged, no título original. Nesse romance de Ayn Rand, um grupo de empresários decide se revoltar contra o "sistema" que os oprime, uma paródia do que seria o espírito liberal contra o estatismo. É um dos poucos livros que conheço e aí \1
reside seu mérito de colocar o empresariado como protagonista, já que tantas vemos só a "classe operária", os espoliados, oprimidos nessa condição. Ocorre que nenhuma dessas dicotomias é próxima da realidade, onde os indivíduos opinam diferentemente sobre vários pontos podendo \2
haver (por que não?) confluência de interesses entre empregado e empregador em determinados tópicos como, p.ex., a reforma tributária. Mas dificilmente um romance que enveredasse por um debate racional teria tanto apelo sem o drama, sem romantismo do herói e, sobretudo, sem um \3
A economia russa vai sangrar, não apenas pelas sanções impostas e a fuga de dólares ou euros do país, mas como o país é muito corrupto, boa parte dos ativos dos oligarcas está investido no exterior. Toda e qualquer movimentação financeira deles será vista como ilegal. \1
Mas isso não para aí, a necessidade de importação de itens tecnológicos, inclusive para manutenção de seu armamento será dificultada, restando às suas forças armadas remenda-las. Outro detalhe é o setor de combustíveis que tende a definhar com a evolução das sanções contra as \2
exportações de gás e petróleo russos. Não se trata mais meramente de dissuadir a máquina de guerra russa, mas de punir todo o país, o que durará muito mais do que Putin, tendo seus efeitos sentidos por décadas, mesmo depois do mandatário ter sido colocado a dois metros de \3
A França também está no rol dos grandes beneficiários da Guerra da Ucrânia, basicamente porque o estado francês não se baseia na mera administração para tempos de paz, a França é um país voltado para a guerra, um país que tem uma estrutura armamentista e é exportador de armas \1
... para o mundo, notadamente o continente africano. Diferentemente da Alemanha, com baixos gastos militares, que lucrou com a expansão da sua economia tomando a direção da União Europeia, a França tem agora a sua chance e vai aproveitá-la. Isso explica a rusga diplomática \2
causada pela formação da organização de defesa mútua formada por Austrália, Reino Unido e Estados Unidos (AUKUS, na sigla em inglês) e a preferência dada à compra de submarinos australianos em detrimento dos franceses. Se observarmos as condições francesas, como o comércio \3
Bem, os Estados Unidos da América foram os grandes vencedores, não apenas pela expansão e galvanização da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), mas pela situação de dependência de segurança do continente europeu em relação à organização e aos EUA. Poucos anos atrás,\1
...Emmanuel Macron disse que a OTAN sofria de “morte cerebral” e em alguns meses o espírito que criou esta organização militar está mais forte do que nunca. Os europeus acreditaram piamente que a Rússia não seria capaz de invadir a Ucrânia, que os constantes alertas eram \2
...paranoicos, mas assim como Lavrov mentia Putin planejava o ataque com meses de antecedência. Dizer como faziam os europeus que “o cenário da guerra (com a China) está muito distante de nós” para justificar sua neutralidade em relação à contenda sino-americana não faz mais \3
A China sabe que tem a Rússia nas mãos, o isolamento financeiro e fuga de empresas europeias do território russo jogou o país no colo de Pequim, que saberá utilizar esse trunfo para si, contra a Europa e os EUA. A Europa mesmo tentará escapar o mais rapidamente possível da \1
...dependência do gás russo tornando a pátria de Putin um anexo econômico do gigante chinês que continuará seus planos de expansão. Isso atrairá a força militar americana para o teatro de operações asiático, mais do que os ocidentais gostariam, dissipando os esforços de \2
...Washington em dois flancos, o europeu e o asiático. Se antes Moscou vários países com os quais influenciar (e jogar), inclusive financiando candidatos anti-União Europeia, agora tem que lidar com um partido centralizado que acaba de sedimentar o poder de Xi Jinping para \3
Quando vejo alguém como @ViniciusPoit, dep. fed. pelo @partidonovo30 por SP dizer que devemos rejeitar @LulaOficial por "flertar com ditaduras como a da China socialista", a quantidade de erros aí contida é tamanha que nem sei por onde começar, mas vamos lá... \1
Sim, o governo petista tendia ao socialismo, embora nunca o concretizasse, pela dificuldade de implantá-lo em economias já consolidadas como a do Brasil, mas se vc entende "socialismo" como definem as sociais-democracias europeias, então se torna mais difícil ainda porque... \2
uma base econômica bem estruturada e isto subentende elevada produtividade econômica. Do contrário não teremos muito o que partilhar ou o que cobrar para implementar reformas básicas necessárias na estrutura do estado, como educação, saúde pública e segurança eficazes. \3