O PAPA ERA GAY?
Trabalhei para o Papa Bento em 2007, fui funcionário da rádio Vaticano, em Roma. A homossexualidade do pontífice era assunto proibido, mas estava sempre em pauta nos corredores. Principalmente quando Bento XVI fazia discursos homofóbicos, +
ele chegou a dizer que o “casamento gay” era obra do anticristo. De fato ele nunca casou com outro homem, o que não quer dizer que não tenha se apaixonado.
Seu secretário particular, padre Georg era apontado como o possível namorado.
No livro ‘The Pope Is Not Gay’, Angelo Quatrocchi afirma que havia uma relação de amor entre Georg e Ratzinger. O autor narra o encontro entre os dois, dez anos do alemão virar Papa: Nós podemos ao menos imaginar como uma alma pura se inflama quando conhece sua alma gêmea, +
quando um quase septuagenário membro da Congregação Pela Doutrina da Fé encontra um padre de 40 anos, brilhante, da sua Bavária natal.
Quando ele deixou o papado levou consigo Georg para seu retiro em Castel Gandolfo, em Roma. Georg passava o dia na sua função +
cuidando da residência do novo pontífice, Francisco, e a noite ia ao encontro de Bento. Não seriam os dois primeiros padres gays, no Vaticano conheci vários, no Brasil nem se fala. Certa vez, jornal italiano La Repubblica, mencionou documentos sobre um poderoso lobby homossexual
no Vaticano, que seria uma das razões de Ratzinger deixar o papado. Numa instituição homofóbica, com um papa que associou a homossexualidade à doença e à loucura, o assunto acabou tomando uma dimensão fora do controle.
No lugar de Bento entrou Francisco, que muitos LGBTs acham que aprova os gays, “você não ouviu, ele disse que a igreja acolhe os gays”. Não caia nessa mentira. A igreja aceita o gay, o trans, a travesti e a lésbica, desde que eles não queiram ser gay, trans, travesti e lésbica, +
se forem jamais serão autorizados a frequentar os dogmas da igreja, nunca poderão casar, serão obrigados a viver seus romances escondidos, igual aos inúmeros padres e freiras hipócritas que permanecem na igreja, pregam o celibato e se libertam entre quatro paredes.
A homofobia fica presa dentro da gente, sempre, um acumulado de episódios de exclusão, apagamento, agressões. Qualquer faísca vira gatilho.+
Quando alguém manifesta a homofobia de forma velada, daquele jeito que a pessoa nem sabe que cometeu, ou finge que não sabe, ninguém entende sua revolta. Você é taxado de impaciente, estressado. Por um tempo cheguei até a acreditar que a culpa era mesmo minha, falta de tato.+
Caramba Juliano, ainda se revoltando com a invisibilidade da população LGBTQIA+? Chega, né?
Se a função do tempo é minimizar a dor, lamento, ele tem falhado. O tempo atenuou o preconceito, me tornou mais atento.+
Quando nenhum político tem a ideia óbvia surge o artista, parabéns @LuluSantos e obrigado @silviolual pela prontidão. “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará” e, quem sabe um dia, esse deixará de ser o país q + mata LGBT.
Após o anúncio da criação da secretaria, a Coalizão Nacional LGBTI+, que reúne 100 entidades nacionais, enviou um documento ao presidente @LulaOficial, com demandas para a pop LGBT:
criar rede de prevenção e proteção contra a discriminação e a violência para pessoas LGBTI + (+)
Garantir o “Tripé da Cidadania LGBTI+”: o Conselho Nacional LGBTI+; o Plano Nacional LGBTI+ (com orçamento); e a Secretaria Nacional LGBTI+ (com equipe e orçamento, dentro da estrutura do Governo), com propositura de Leis / Decretos da autoria do Gov p/ a criação do Tripé; (+)