1. Um dos pontos que explica a reação do Conselho Nacional de Secretários de Educação em relação a reforma do ensino médio é a sua cooptação pelos atores privados da educação.
Essas entidades se enraizaram nos Estados, independentemente da posição ideológica dos Governos.
2. O grau de presença cresceu a partir da reforma do ensino médio para auxiliar na sua implementação, o que não deu certo, claramente.
A tomada de decisão da política educativa não pertence aos Secretários de Educação, a fragilidade política, técnica e intelectual facilitou a… twitter.com/i/web/status/1…
3. O fato de não se ter feito a revogação da reforma do ensino médio passa por isso também, esses mesmos ex governadores passaram a compor o Governo Lula.
A cuca feita por um discurso sobre evidências educacionais interessado para ser desfeita não é como uma volta no parque.
4. O problema não são as evidências científicas, a Universidade tem centenas delas mostrando os gravíssimos problemas e o equívoco de concepção da reforma do ensino médio.
O problema é que só são aceitas as evidências que encaminham para aquisição de materiais didáticos,… twitter.com/i/web/status/1…
5. Isso se limita ao Brasil? Não. Essa visão de mundo sobre educação e políticas educativas é parte de uma articulação internacional que agora recebeu o nome de Comunidade Araucária.
É a foto que ilustra o primeiro Tweet desse fio em que estão presentes os dirigentes do CONSED.
A Academia Brasileira de Ciências divulgou o documento "Um novo olhar sobre o ensino superior no Brasil", dada a importância do que está sendo proposto, comentarei no fio:
1. Logo na abertura do documento está uma tabela que serve para argumentar que o Brasil já faz gastos em educação compatíveis com a média mundial, o mesmo não se pode fizer quanto ao salário dos professores e ao gasto por aluno.
Comentário: Há um problema no ponto de partida. Comparar com a média mundial omite o esforço histórico já realizado por outros países e ainda não realizado pelo Brasil. A informação de compatível quanto ao percentual não se sustenta.
2. O panorama do ensino superior também não apresenta novidade, os dados oficiais indicam a prevalência da oferta da rede privada sobre a oferta da rede pública há décadas.
Ao mesmo tempo, se evidencia a maior exploração dos professores da rede privada ao ter de lidar com 5 x mais alunos que os da rede pública de ensino superior.
Foi divulgado o Censo da Educação Superior 2023, vamos a alguns destaques, segue o fio +
Primeiro, ainda temos muito por crescer, considerando o expressivo percentual de pessoas que concluíram o ensino médio, mas não estão na educação superior. +
Segundo, um exemplo claro da estagnação do ensino médio, negada pelos reformadores do NEM: somente 21% dos egressos das redes estaduais de ensino médio chegam ao ensino superior.
Compara-se com a rede privada (59%) e com a rede federal (58%), sempre omitida nas análises dos "especialistas". +
O MEC mudou a forma de avaliar os cursos de Licenciatura no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade.
1) Antes a avaliação ocorria a cada três. A partir de agora ocorrerá todos os anos no caso das Licenciaturas
2) Antes a avaliação era só teórica. A partir de agora também ocorrerá avaliação prática, a qual ocorrerá durante os estágios supervisionados obrigatórios.
3) Antes não havia uma matriz específica para as Licenciaturas. A partir de agora terão. Serão dois componentes, a Formação Geral Docente para todas as áreas e a Formação Específica de cada área.
4) A grande novidade é a Avaliação Prática, ela terá:
- instrumento de avaliação da prática (pelo estudante)
- questionário de avaliação da prática (pelo orientador de estágio)
- questionário de avaliação da prática (pelo supervisor de estágio)
Compreendendo a expulsão escolar como fenômeno que tem múltiplas dimensões (Fritsch e Pasinato, 2023):
a) política
b) saúde
c) sócio-cultural
d) educacional
e) econômica
a) política
- descontinuidade e apagamento das políticas públicas e educacionais
- reformas educacionais
- intersetorialidade
b) saúde
- cansaço/esgotamento
- exaustão
- tédio
- depressão
- ansiedade
- preguiça
- imaturidade
- pressões
- rotinas pesadas
- multiplicação de problemas relacionados a saúde mental na pandemia
O Ministério Público Federal via PFDC apresentou representação contra o Programa de Escola Cívico-Militar do Estado de São Paulo.
A representação mostra: 1) a inconstitucionalidade formal 2) a inconstitucionalidade material 3) a ausência de comprovação de melhoria de qualidade da educação
Vamos ao fio
1) inconstitucionalidade formal
- a matéria é de competência privativa da União
- logo o Estado de São Paulo (Estados ou Municípios) não pode legislar sobre o tema
- não há acolhida nem na Constituição Federal nem na LDB de um modelo híbrido de escola civil e militar
síntese: escola pública não é igual a carro híbrido para misturar gasolina/álcool e seguir funcionando
2) inconstitucionalidade material
a) ofensa ao princípio da valorização dos profissionais da educação
b) extrapolação dos limites constitucionais da força militar estadual
c) violação ao princípio da gestão democrática do ensino público