A cidade de Bagdá em chamas após ser bombardeada pela Força Aérea dos EUA. Há 20 anos, em 20/03/2003, tinha início a Guerra do Iraque. O país foi invadido sob a falsa alegação de que o presidente Saddam Hussein, estaria fabricando armas de destruição em massa.
1/25
O casus belli apenas confirmou uma tendência esboçada desde os atentados de 11 de setembro de 2001, que deram ao governo dos EUA e às corporações estadunidenses uma justificativa para avançar uma agenda estratégica de controle sobre os recursos energéticos do Oriente Médio
2/25
O Iraque é dono da 5ª maior reserva de petróleo do mundo, estimada em 143 bilhões de barris, bem como da 12ª maior reserva de gás natural, superior a 3.800 quilômetros cúbicos. Essas ricas reservas energéticas motivaram diversas disputas políticas ao longo do século XX.
3/25
Após a ascensão do partido Baath ao poder em 1968 e a adoção de um programa anti-imperialista, as reservas iraquianas foram estatizadas, frustrando os interesses econômicos das grandes petroleiras europeias e estadunidenses e acirrando as disputas no âmbito da OPEP.
4/25
Em agosto de 1990, os desentendimentos acerca das cotas de exportação de petróleo da OPEP evoluíram para um conflito entre Iraque e o Kuwait. A invasão do Kuwait pelas tropas iraquianas provocou a imediata resposta dos Estados Unidos, dando início à Guerra do Golfo.
5/25
Sob a liderança dos EUA, as potências ocidentais lançaram uma violenta campanha de bombardeios e incursões terrestres que forçou o Iraque a recuar. Os EUA também impuseram sanções severas contra o país, provocando uma escassez de comida que matou mais de 500.000 crianças.
6/25
Ao longo dos anos 90, o Iraque sofreu repetidos bombardeios e teve sua soberania limitada pela imposição das zonas de exclusão aérea. Saddam Hussein, entretanto, resistiu às tentativas de sufocar o seu governo. E as reservas de petróleo do país continuaram nacionalizadas.
7/25
Nos EUA, setores ligados ao complexo militar-industrial passaram a defender a derrubada de Saddam. O poderoso think tank "Projeto para o Novo Século Americano" fez lobby junto ao Congresso em prol do conflito, logrando a aprovação da Lei de Libertação do Iraque em 1998.
8/25
Os atentados de 11 de setembro de 2001 deram aos EUA a oportunidade de avançar a agenda estratégica de controle dos recursos energéticos do Oriente Médio sob a justificativa do combate ao terrorismo. Menos de um mês após os ataques, os EUA invadiram o Afeganistão.
9/25
Paralelamente, EUA passaram a acusar o Iraque de estar fabricando armas de destruição em massa. Mesmo após a ONU declarar não ter encontrado quaisquer vestígios de tais armas, a imprensa estadunidense prosseguiu com uma campanha de apoio à guerra calcada no apelo ao medo.
10/25
Apoiado pela mídia, plutocracia petroleira e complexo militar industrial, George W. Bush e seu vice-presidente, Dick Cheney, ex-CEO da petroleira Halliburton, iniciaram a ofensiva para remover de uma vez por todas o persistente obstáculo representado por Saddam.
11/25
A guerra teve início em 20/03/2003, com um violento bombardeio sobre Bagdá e ataques devastadores com mísseis de cruzeiro. Mais de 180.000 soldados atuaram na invasão — 98% dos quais estadunidenses e britânicos. As defesas iraquianas entraram em colapso após 3 semanas.
12/25
As tropas estadunidenses cometeram inúmeros crimes de guerra durante a invasão, incluindo o uso de fósforo branco, tortura e estupro de crianças e inúmeras chacinas contra civis (massacres de Haditha, Ishaqi, Hamadiya, Mahmudiya, Mukaradib, etc.).
13/25
Milhares de civis iraquianos presos pelas patrulhas de soldados estadunidenses também foram submetidos a torturas brutais na prisão de Abu Ghraib. A Cruz Vermelha estima que mais de 90% dos presos da instalação eram inocentes.
14/25
Capturado por soldados estadunidenses, Saddam Hussein foi entregue às facções políticas rivais, sendo posteriormente enforcado.
Uma pesquisa feita em 2007 pela Opinion Research Business estimou que a Guerra do Iraque já havia matado mais de 1,2 milhão de civis até então.
15/25
Com a morte de Saddam, o Iraque entrou em um estado de anomia política e mergulhou em uma violenta guerra civil. As disputas entre milícias, grupos insurgentes, facções rivais e organizações fundamentalistas seguem fazendo vítimas até hoje.
16/25
Se a vida dos iraquianos virou um inferno, as petroleiras ocidentais ganharam o paraíso. As enormes reservas de petróleo do Iraque finalmente foram privatizadas e agora geram lucros bilionários para empresas como ExxonMobil, Chevron, British Petroleum, Shell e Halliburton.
17/25
O governo estadunidense tenta ainda hoje tergiversar em resposta às acusações de que matou mais de um milhão de iraquianos para poder entregar o petróleo do país ao controle privado, mas até alguns altos burocratas já largaram a toalha.
18/25
O general John Abizaid, ex-chefe do Comando de Operações Militares do Exército dos Estados Unidos no Iraque, foi um dos mais categóricos: "É claro que a guerra é por causa do petróleo. Nós realmente não temos como negar isso".
19/25
Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, escreveu em sua biografia que se sentia "triste por ser politicamente inconveniente reconhecer o que todo mundo sabe: a Guerra do Iraque foi em grande parte motivada por petróleo".
20/25
O senador e ex-secretário de defesa do governo estadunidense, Chuck Hagel, disse o mesmo em 2007: "As pessoas dizem que não estamos lutando por petróleo. É claro que estamos". "A guerra é só sobre petróleo", complementou.
21/25
Se não bastasse tudo isso, há a confirmação de Kenneth Derr, ex-CEO da petroleira Chevron, que ainda em 1998 relatou a uma plateia de executivos de São Francisco: "O Iraque possui imensas reservas de petróleo e gás natural. Eu adoraria que a Chevron pudesse acessá-las".
22/25
Antes mesmo da guerra, em fevereiro de 2002, o Departamento de Estado já havia montado uma comissão para decidir o "futuro do Iraque", chegando à conclusão de que "o petróleo do Iraque deve ser aberto para as petroleiras internacionais o mais rápido possível após a guerra"
23/25
A produção de petróleo do Iraque já cresceu mais de 50% desde 2008. Mais de 80% do petróleo extraído é exportado, grande parte para os EUA. Enquanto isso, os donos do petróleo, os cidadãos iraquianos, não tem acesso sequer ao básico para suprir as demandas internas.
24/25
Algo escandaloso, mas que passa como secundário para uma população que tem hoje como maior preocupação não morrer nas lutas entre facções políticas e atentados terroristas que viraram rotina no país.
25/25
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Há 80 anos, a cidade de Tóquio era devastada por um bombardeio massivo conduzido pela Força Aérea dos EUA. Quase meio milhão de bombas incendiárias foram lançadas sobre a cidade, matando cerca de 140.000 civis. Contamos essa história no @operamundi
Desde a Restauração Meiji, o Japão buscava consolidar sua posição como potência regional. Visando contornar a escassez de recursos e as limitações de seu território, o país adotou uma violenta política expansionista, avançando militarmente sobre os territórios vizinhos.
2/25
O imperialismo japonês logo se chocaria com a expansão ultramarina dos EUA, que tentava expandir seus domínios coloniais até o Pacífico. A disputa interimperialista entre os dois países se agravou de forma contínua, atingindo seu ápice após a eclosão da Segunda Guerra.
"Abaixo a escravidão da cozinha! Viva o nosso novo cotidiano!"
O cartaz soviético de 1931 faz referência à socialização das tarefas domésticas. A personagem aponta para as novidades da Revolução: clubes recreativos, restaurantes comunitários, lavanderias e creches.
1/15
A Revolução de Outubro de 1917 e a subsequente instalação do governo socialista transformaram a Rússia soviética em uma nação pioneira da promoção dos direitos das mulheres.
2/15
O governo revolucionário russo editou decretos estabelecendo a igualdade formal e jurídica entre homens e mulheres e instituiu o direito ao divórcio. No mesmo ano, a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a legalizar o aborto.
O presidente Lula entregou nessa sexta-feira, 7 de março, 12.297 lotes de terra para famílias acampadas em 138 assentamentos rurais espalhados por todo o Brasil. A ação ocorre no âmbito do programa Terra da Gente, que tem por objetivo ampliar e agilizar a reforma agrária.
1/13
A entrega foi realizada durante uma cerimônia sediada no Complexo Ariadnópolis, no município de Campo do Meio, em Minas Gerais. Os lotes entregues somam uma área de 385 mil hectares, dispersos por 24 estados do país.
2/13
Durante o evento, Lula também anunciou a desapropriação das fazendas Ariadnópolis (3.182 hectares), Mata Caxambu (248 hectares) e Potreiro (204 hectares), localizadas em Campo do Meio. A desapropriação era uma antiga reivindicação do MST, que ocupa o local há quase 30 anos.
Imagine uma cidade onde 60% da população reside em moradias subsidiadas ou pertencentes ao Estado. Dificilmente você pensaria em Viena, mas é de lá que estamos falando. Hoje no @operamundi, tratamos da experiência socialista da Viena Vermelha.
Todos os anos, a revista The Economist publica seu Índice Global de Habitabilidade. E, todos os anos, a cidade de Viena aparece encabeçando a lista, ostentando o impressionante título de “a melhor cidade do mundo para se viver”.
2/29
O que a revista não se preocupa em explicar é que os fatores que fazem de Viena uma cidade tão boa de se viver se originam de uma experiência socialista que transformou radicalmente a capital austríaca e impediu que seu tecido urbano fosse organizado pela lógica do mercado.
"O Combate entre o Carnaval e a Quaresma", pintura a óleo sobre madeira produzida em 1559 por Pieter Bruegel, o Velho, mestre do Renascimento flamengo. A obra representa uma disputa simbólica entre o hedonismo e os prazeres mundanos e a abnegação e a observância religiosa.
1/25
As origens do carnaval remontam aos grandes festivais da Antiguidade Clássica, sobretudo às festas dionisíacas da Grécia Antiga e aos bacanais, saturnais e lupercais romanos.
2/25
Diversas características do carnaval moderno já podiam ser vistas nas festas de "Navigium Isidis", quando a imagem de Ísis era levada até o mar para abençoar os velejadores — nomeadamente o desfile de mascarados acompanhando os barcos de madeiras enfeitados com alegorias.