A cidade de Bagdá em chamas após ser bombardeada pela Força Aérea dos EUA. Há 20 anos, em 20/03/2003, tinha início a Guerra do Iraque. O país foi invadido sob a falsa alegação de que o presidente Saddam Hussein, estaria fabricando armas de destruição em massa.
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O casus belli apenas confirmou uma tendência esboçada desde os atentados de 11 de setembro de 2001, que deram ao governo dos EUA e às corporações estadunidenses uma justificativa para avançar uma agenda estratégica de controle sobre os recursos energéticos do Oriente Médio
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O Iraque é dono da 5ª maior reserva de petróleo do mundo, estimada em 143 bilhões de barris, bem como da 12ª maior reserva de gás natural, superior a 3.800 quilômetros cúbicos. Essas ricas reservas energéticas motivaram diversas disputas políticas ao longo do século XX.
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Após a ascensão do partido Baath ao poder em 1968 e a adoção de um programa anti-imperialista, as reservas iraquianas foram estatizadas, frustrando os interesses econômicos das grandes petroleiras europeias e estadunidenses e acirrando as disputas no âmbito da OPEP.
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Em agosto de 1990, os desentendimentos acerca das cotas de exportação de petróleo da OPEP evoluíram para um conflito entre Iraque e o Kuwait. A invasão do Kuwait pelas tropas iraquianas provocou a imediata resposta dos Estados Unidos, dando início à Guerra do Golfo.
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Sob a liderança dos EUA, as potências ocidentais lançaram uma violenta campanha de bombardeios e incursões terrestres que forçou o Iraque a recuar. Os EUA também impuseram sanções severas contra o país, provocando uma escassez de comida que matou mais de 500.000 crianças.
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Ao longo dos anos 90, o Iraque sofreu repetidos bombardeios e teve sua soberania limitada pela imposição das zonas de exclusão aérea. Saddam Hussein, entretanto, resistiu às tentativas de sufocar o seu governo. E as reservas de petróleo do país continuaram nacionalizadas.
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Nos EUA, setores ligados ao complexo militar-industrial passaram a defender a derrubada de Saddam. O poderoso think tank "Projeto para o Novo Século Americano" fez lobby junto ao Congresso em prol do conflito, logrando a aprovação da Lei de Libertação do Iraque em 1998.
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Os atentados de 11 de setembro de 2001 deram aos EUA a oportunidade de avançar a agenda estratégica de controle dos recursos energéticos do Oriente Médio sob a justificativa do combate ao terrorismo. Menos de um mês após os ataques, os EUA invadiram o Afeganistão.
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Paralelamente, EUA passaram a acusar o Iraque de estar fabricando armas de destruição em massa. Mesmo após a ONU declarar não ter encontrado quaisquer vestígios de tais armas, a imprensa estadunidense prosseguiu com uma campanha de apoio à guerra calcada no apelo ao medo.
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Apoiado pela mídia, plutocracia petroleira e complexo militar industrial, George W. Bush e seu vice-presidente, Dick Cheney, ex-CEO da petroleira Halliburton, iniciaram a ofensiva para remover de uma vez por todas o persistente obstáculo representado por Saddam.
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A guerra teve início em 20/03/2003, com um violento bombardeio sobre Bagdá e ataques devastadores com mísseis de cruzeiro. Mais de 180.000 soldados atuaram na invasão — 98% dos quais estadunidenses e britânicos. As defesas iraquianas entraram em colapso após 3 semanas.
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As tropas estadunidenses cometeram inúmeros crimes de guerra durante a invasão, incluindo o uso de fósforo branco, tortura e estupro de crianças e inúmeras chacinas contra civis (massacres de Haditha, Ishaqi, Hamadiya, Mahmudiya, Mukaradib, etc.).
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Milhares de civis iraquianos presos pelas patrulhas de soldados estadunidenses também foram submetidos a torturas brutais na prisão de Abu Ghraib. A Cruz Vermelha estima que mais de 90% dos presos da instalação eram inocentes.
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Capturado por soldados estadunidenses, Saddam Hussein foi entregue às facções políticas rivais, sendo posteriormente enforcado.
Uma pesquisa feita em 2007 pela Opinion Research Business estimou que a Guerra do Iraque já havia matado mais de 1,2 milhão de civis até então.
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Com a morte de Saddam, o Iraque entrou em um estado de anomia política e mergulhou em uma violenta guerra civil. As disputas entre milícias, grupos insurgentes, facções rivais e organizações fundamentalistas seguem fazendo vítimas até hoje.
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Se a vida dos iraquianos virou um inferno, as petroleiras ocidentais ganharam o paraíso. As enormes reservas de petróleo do Iraque finalmente foram privatizadas e agora geram lucros bilionários para empresas como ExxonMobil, Chevron, British Petroleum, Shell e Halliburton.
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O governo estadunidense tenta ainda hoje tergiversar em resposta às acusações de que matou mais de um milhão de iraquianos para poder entregar o petróleo do país ao controle privado, mas até alguns altos burocratas já largaram a toalha.
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O general John Abizaid, ex-chefe do Comando de Operações Militares do Exército dos Estados Unidos no Iraque, foi um dos mais categóricos: "É claro que a guerra é por causa do petróleo. Nós realmente não temos como negar isso".
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Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, escreveu em sua biografia que se sentia "triste por ser politicamente inconveniente reconhecer o que todo mundo sabe: a Guerra do Iraque foi em grande parte motivada por petróleo".
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O senador e ex-secretário de defesa do governo estadunidense, Chuck Hagel, disse o mesmo em 2007: "As pessoas dizem que não estamos lutando por petróleo. É claro que estamos". "A guerra é só sobre petróleo", complementou.
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Se não bastasse tudo isso, há a confirmação de Kenneth Derr, ex-CEO da petroleira Chevron, que ainda em 1998 relatou a uma plateia de executivos de São Francisco: "O Iraque possui imensas reservas de petróleo e gás natural. Eu adoraria que a Chevron pudesse acessá-las".
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Antes mesmo da guerra, em fevereiro de 2002, o Departamento de Estado já havia montado uma comissão para decidir o "futuro do Iraque", chegando à conclusão de que "o petróleo do Iraque deve ser aberto para as petroleiras internacionais o mais rápido possível após a guerra"
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A produção de petróleo do Iraque já cresceu mais de 50% desde 2008. Mais de 80% do petróleo extraído é exportado, grande parte para os EUA. Enquanto isso, os donos do petróleo, os cidadãos iraquianos, não tem acesso sequer ao básico para suprir as demandas internas.
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Algo escandaloso, mas que passa como secundário para uma população que tem hoje como maior preocupação não morrer nas lutas entre facções políticas e atentados terroristas que viraram rotina no país.
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Há 86 anos, em 21 de março de 1937, manifestantes que reivindicavam o fim do domínio colonial dos Estados Unidos sobre Porto Rico eram fuzilados pela Polícia Insular durante o Massacre de Ponce. A chacina resultou em 17 militantes mortos e centenas de feridos.
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Colonizada pela Espanha desde 1493, a ilha de Porto Rico só conseguiu obter certo grau de autonomia em 1897, após a publicação de um decreto da coroa espanhola. A autonomia, entretanto, teve curta duração.
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Em 1898, a Espanha, derrotada na Guerra Hispano-Americana, foi obrigada a assinar o Tratado de Paris, cedendo as colônias de Porto Rico, Cuba, Guam e Filipinas para os Estados Unidos.
Manifestantes são reprimidos pela polícia durante o Massacre de Sharpeville, ocorrido na África do Sul há 63 anos, em 21 de março de 1960. O massacre foi uma das chacinas mais violentas cometidas contra os militantes anti-apartheid, matando 69 pessoas e ferindo outras 180.
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Desde o século XVIII, colonizadores brancos promulgavam medidas para restringir o fluxo de negros nas cidades da África do Sul. Esse processo se intensificou após 1948, quando o Partido Nacional, agremiação da minoria branca, instituiu oficialmente a política do apartheid.
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O apartheid foi um violento regime de segregação racial que vigorou por quase cinco décadas, relegando a maioria negra do país à condição de cidadãos de segunda classe. Uma das principais ferramentas de controle social utilizadas pelo apartheid era a Lei do Passe.
Há 285 anos, em 19/03/1738, nascia o revolucionário peruano Túpac Amaru II. Descendente da linhagem imperial inca, Túpac liderou a maior insurreição anticolonial das Américas, responsável por mobilizar mais de 100 mil indígenas contra o império espanhol e a escravidão.
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José Gabriel Condorcanqui nasceu em Surimana, na região de Cusco, Vice-Reino do Peru. Adotou o nome de Túpac Amaru II em homenagem a seu ancestral — Túpac Amaru, último imperador inca, decapitado em 1572 por conduzir uma revolta contra o domínio espanhol.
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Descendente da nobreza inca, Túpac herdou terras, cabeças de gado e um plantel de mulas utilizadas no transporte de mercadorias. Também herdou o título de cacique de Tungasuca, Surimana e Pampamarca, função que lhe granjeou enorme prestígio entre as comunidades indígenas.
Há 152 anos, em 18 de março de 1871, tinha início a Comuna de Paris, primeira insurreição a lograr a instituição de um autogoverno proletário. A Comuna de Paris governou a capital francesa por 72 dias, tornando-se inspiração para todas as revoluções socialistas posteriores.
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Após a Revolução Francesa, a França se converteu no núcleo fundador do modelo de Estado burguês. Em que pese as profundas agitações sociais que marcaram esse processo, as mudanças privilegiariam quase que exclusivamente a burguesia, alijando a classe operária do poder.
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O processo de organização do proletariado começa a se consolidar a partir de 1820. A publicação do Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels, e as Revoluções de 1848 intensificaram esse processo, levando à expansão do movimento operário nas grandes cidades europeias.
Há 78 anos, em 17/03/1945, nascia Elis Regina. Consagrada na era dos grandes festivais, Elis se converteu em um dos maiores ícones da música brasileira, muito admirada pela emissão vocal perfeita e pela interpretação intensa, emotiva e original que entregava em cada canção.
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Elis Regina nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, filha de Ercy Carvalho e Romeu de Oliveira Costa. Passou sua infância em um bairro operário de Porto Alegre e fez seus estudos básicos no Colégio Estadual Júlio de Castilhos e no Instituto Estadual Dom Diogo de Sousa.
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Interessou-se pela música ainda na infância, estudando piano e ouvindo os intérpretes de samba-canção da época — nomeadamente Ângela Maria e Cauby Peixoto, nos quais se inspirou para assimilar o uso do vibrato e a afinação.
Uma aposentada chora após o anuncio do confisco da sua poupança, em frente à sede do Banco Central do Brasil. Há 33 anos, em 16 de março de 1990, Fernando Collor de Mello anunciava o confisco de todas as cadernetas de poupança do país com saldo superior a 50 mil cruzeiros.
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Excetuando-se o breve período de crescimento do PIB conhecido como "milagre econômico", a ditadura militar foi marcada pelo descontrole inflacionário, alimentado por altos níveis de endividamento externo e por uma sucessão de planos econômicos mal sucedidos.
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Os choques do petróleo em 1973 e 1979, a crise da dívida externa e a crise da moratória mexicana forçaram o governo a promover sucessivas maxidesvalorizações da moeda para estimular as exportações e captar recursos, dando origem a uma situação de hiperinflação.