Há 59 anos, o Brasil adentrava uma das eras mais sombrias de sua história. O golpe civil-militar de 1964 deixou sequelas na construção do país e nas centenas de vítimas que foram perseguidas pelo regime. Apesar disso, a @PMESP exalta o golpe no brasão da corporação desde 1981. 🧶
O símbolo composto por 18 estrelas prateadas representa “marcos históricos” da Polícia Militar de São Paulo e traz a figura de um bandeirante e um soldado. Inicialmente, quando foi criado em 1958 pelo ex-governador Jânio Quadros, o brasão tinha 16 estrelas.👇🏿
Passados 23 anos, um decreto do então governador do estado Paulo Maluf incluiu outras duas estrelas em homenagem à 2ª Guerra Mundial e à “revolução de março” de 1964, termo usado pelos simpatizantes da ditadura para se referir ao golpe. 👇🏿
As outras estrelas se referem às ações de destaque da PMSP como na Guerra dos Farrapos, em 1838, na Revolta de Canudos, em 1897, na repressão à Greve Geral de 1917, na participação na Revolução Constitucionalista de 1932 e no apoio ao golpe que instituiu o Estado Novo em 1937. 👇🏿
Até mesmo o site da Secretaria de Segurança Pública do estado (@SegurancaSP) se refere ao golpe de 1964 como “revolução de março” e conta uma versão romantizada do episódio. 👇🏿
Para o advogado Almir Felitte, mestre em Desenvolvimento no Estado Democrático de Direito, os fatos destacados mostram o caráter político da PM paulista. "São atos de combate a revoltas, de repressão a greves e movimentos populares e de participação em golpes de Estado", diz. 👇🏿
Almir Felitte pontua que boa parte das polícias militarizadas brasileiras surgiram por volta de 1830. “Não à toa, esses novos corpos militares seriam usados, essencialmente, para combater movimentos abolicionistas, republicanos e separatistas, além de quilombos", explica. 👇🏿
A socióloga Verônica Tavares aponta que o símbolo também demonstra um caráter racista da corporação e a lógica da polícia que atua para as elites. "Na guerra do Paraguai participou do genocídio da população negra. Em Campos dos Palmas, reprimiu os indígenas", lembra. 👇🏿
Durante o século XX, com a urbanização, a industrialização, a imigração e a abolição, as polícias passaram por um processo acelerado de militarização, explica Almir Felitte. É nesse período que o pensamento autoritário de controle social e estabelecimento da ordem se perpetuam.👇🏿
A herança da lógica de combater o inimigo está presente em medidas como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). "É uma lógica da militarização do cotidiano, absolutamente violenta e arbitrária, no sentido do uso excessivo da violência e da falta de acesso a direitos”, diz Verônica.👇🏿
Da mesma forma, a lógica do medo segue no cotidiano da população e é utilizada para "enquadrar" as classes mais populares. A socióloga afirma que, enquanto não houver o reconhecimento do que foram os crimes, "vamos viver sob o risco de que novos momentos assim aconteçam". 👇🏿
AGORA EM SP: Começa em instantes a reunião da Congregação da Faculdade de Direito da USP (@de_usp) que analisará o pedido para a renomeação da sala Amâncio de Carvalho. Alunos e organizações se mobilizam no Largo de São Francisco em memória e justiça à Jacinta.👇🏿🎥:@gilluizmendes
Amâncio de Carvalho foi professor de medicina legal na USP e autor de um experimento racista que embalsamou e violou o corpo de Jacinta Maria de Santana durante 30 anos. A Ponte contou a história de Jacinta descoberta pela historiadora @jardim_suzane. 👇🏿 ponte.org/principal-facu…
Após a repercussão da reportagem da Ponte, coletivos de estudantes e organizações da sociedade civil se mobilizaram para cobrar que as homenagens ao professor Amâncio de Carvalho fossem retiradas da Faculdade de Direito. 👇🏿
AGORA EM SP: Um ato em memória e justiça por Jacinta Maria de Santana acontece na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, região central da capital paulista. O encontro é organizado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto e o Coletivo Angela Davis.👇🏿
📷: @DanArroyoFoto
Alunos, organizações e movimentos sociais se reúnem para pedir a mudança do nome de uma sala que leva o nome do médico Amâncio de Carvalho, professor que foi responsável por uma experiência racista que violou o corpo de Jacinta. 👇🏿
A Ponte contou a história de Jacinta em 2021. Ela teve o corpo embalsamado, exposto como
curiosidade científica e utilizado em trotes estudantis no Largo São Francisco. Uma reportagem especial destrinchou a pesquisa da historiadora Suzane Jardim.👇🏿 ponte.org/principal-facu…
IMPACTO | Reportagem da Ponte de 2019 que denunciou a prisão sem provas de Vinicius Villas Boas foi citada na decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que o absolveu. 👇🏿
Vinicius ficou preso por quase três anos após passar por reconhecimento irregular. Desembargadores reconheceram provas frágeis e citaram as imagens divulgadas pela Ponte que mostraram contradições na versão da polícia.
Chacinas frequentes, impunidade em casos de violência policial e violações de direitos demonstram que o Estado brasileiro tem fracassado no combate ao racismo estrutural e à violência institucional, diz o relatório anual da @anistiabrasil sobre direitos humanos. Entenda no🧵👇🏿
A morte de Lorenzo Dias, de apenas 14 anos, durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal no Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro, no ano passado é um retrato de como a violência de Estado atravessa a vida de jovens negros e periféricos. 👇🏿 ponte.org/bolsonarizada-…
No relatório, a Anistia Internacional chama atenção para a participação da PRF em três operações policiais, em 2022, que resultaram na morte de 37 pessoas. Prestes a completar um ano, a morte de Genivaldo de Jesus em "câmera de gás" é citada no documento.👇🏿ponte.org/a-tortura-coti…
Um estudo do @forumseguranca revelou que uma a cada três mulheres brasileiras com mais de 16 anos já sofreu violência física e/ou sexual de parceiros e ex-parceiros.
Você sabe identificar como esse tipo de violência se manifesta? Vem no fio🧵 que a gente te explica.👇🏿
A quarta edição da pesquisa “Visível e Invisível”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também apontou que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram no último ano. Foram mais de 18 milhões de mulheres vítimas de violência no Brasil em 2022. 👇🏿
Em entrevista em vídeo à Ponte em 2020, a advogada especialista em gêneros e violências Cláudia Luna explicou o que é a violência sexual e suas diferentes "modalidades". A entrevista completa pode ser acessada no Youtube da Ponte: youtube.com/live/Cl5BpPyD1… 👇🏿
Você sabe o que é o auxílio-reclusão? O benefício previdenciário voltou a ser alvo das fake news nesta segunda (16). Circula nas redes sociais que o presidente Lula "aumentou o auxílio-reclusão para R$ 1.754,18", mas esta informação é falsa ❌.
Siga o fio para entender 👇🏿
O auxílio-reclusão trata-se de um benefício previdenciário concedido a familiares de um cidadão contribuinte que se encontra privado de liberdade.
Apenas pessoas presas de baixa renda que contribuíram para a Previdência Social e que possuem dependentes têm direito ao auxílio.👇🏿
Em 2014, a Ponte já desmentiu boatos sobre o auxílio-reclusão que diziam se tratar de uma "assistência social para bandido". O auxílio é pensado na proteção da família do segurado que não pode também ser punida deixando de receber o benefício.👇🏿ponte.org/auxilio-reclus…