A transformação da ave em coelho não foi por completo. Ela ficou parte ave, parte coelho. Num acordo com Ostera, ficou estabelecido que a ave-coelho passaria a distribuir ovos, todo ano, às crianças que haviam se comportado bem,
mas se apresentaria como lebre disciplinadora, uma figura mais assustadora, a quem tivesse tido mau comportamento durante o ano. Se vcs já viram fotos antigas com crianças assustadas, provavelmente não era o coelho da páscoa, era a lebre disciplinadora.
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Vou aproveitar e deixar aqui o alfabeto cirílico (da língua ucraniana) explicado a brasileiros. Vou adicionar tweets com o tempo. É mais fácil do que parece (e é divertido e um grande exercício pro cérebro usar outro alfabeto).
A primeira coisa a saber é que as letras ucranianas têm apenas um som cada. Comecemos com as vogais, são 10:
а - como nosso "á" (bar)
е - como nosso "é" (festa)
и - parecido a nosso "ê" (mês)
і - como nosso "i" (sim)
о - como nosso "ó" (voz)
у - como nosso "u" (luz)
Antes de seguir com as vogais, apresento uma semi-vogal: й
É como a letra "i", porém desempenhando papel de semi-vogal (quando não é a letra tônica no ditongo). Exemplo: para representar o som "êi" em ucraniano, vc escreveria "ий" (и é a letra tônica nesse encontro vocálico).
Neste domingo, é a Páscoa na Ucrânia (e para alguns descendentes por aqui também). Então aproveito esta data especial pra contar um pouco mais sobre a cultura ucraniana por estas terras. Apresento-lhes a Irmandade Cossaca. 1/n
Era o ano de 1954. Vasyl Kostachuk, um imigrante de terceira onda, chegara ao Brasil, fugindo do regime comunista. Em Prudentópolis, encontrou um pequeno canto ucraniano no Brasil, construído pelos imigrantes que aqui chegaram antes da primeira guerra mundial. 2/
Por lá Vasyl ficou, sem nunca ter conseguido receber notícias de sua família na Ucrânia. A saudade era tanta que se diz que Vasyl nunca mais sorriu na vida. Um dia, assistindo a uma apresentação de dança, ele teve a ideia de amenizar essa saudade formando um grupo de cossacos. 3/
Estudem, irmãos!
Leiam e meditem.
O que é dos outros, aprendam,
sem desprezar o que é seu.
~ Taras Shevchenko
Mais um livro para estudar, há sempre mais para aprendermos sobre nós mesmos.
Ser diáspora é isto. Individualmente, somos pouco, e ninguém tem o todo em si. Mas cada um sabe um pouco – em alguns esse pouco é uma montanha. E compartilha-se, ensina-se, aprende-se. Juntos somos mais fortes – juntos existimos.
Uma parte que me tocou, no lançamento do livro, foi um dos autores (que não é ucraniano mas estuda a história da imigração no Brasil) dizer que a diáspora ucraniana é, dentre todas as etnias de imigrantes, aquela que tem sua cultura mais bem preservada no Brasil.
Tendo mostrado um casamento da diáspora argentina, apresento então também como é o casório ucraniano no Brasil. O que os argentinos dançam no vídeo é uma kolomeika, música (e dança) folclórica alegre e de ritmo acelerado. 🧵👇
Se cantada, vale-se de versos rimados e engraçados, muitas vezes feitos de improviso (como o repente brasileiro), tendo por tema principal o amor. No Brasil um casamento típico terá kolomeika e korovai, tradição mantida desde os primeiros casamentos de imigrantes ucranianos.
Korovai é um pão ritual, de forma arredondada e massa doce. Em cima recebe motivos (adornos), feitos da própria massa do pão, de formas variadas, lua, sol, flores, pássaros, trigo, todos remetendo à ideia de união, amor, prosperidade.
Já mostrei este lugar outras vezes, o Memorial Ucraniano. Mas, aproveitando que é seu aniversário, explicarei seus elementos, visto que, apesar de ser um dos parques mais visitados de Curitiba, os turistas geralmente desconhecem o contexto. 🧵
Inaugurado em 1995, o Memorial Ucraniano é o principal ponto de reunião da diáspora em Curitiba. Lá realizam-se encontros e eventos, como a páscoa e a celebração do aniversário da imigração, ou vigílias pela paz na Ucrânia.
A entrada é um portal em estilo medieval, típico daquela região na Europa.
Kyïv, hoje. Fotos do presidente da comunidade ucraniana do Brasil, Vitório Sorotiuk, que viajou para lá. A segunda foto é um monumento que marca a distância aos demais países, com base em suas capitais. Para o Brasil assinala 10.560 km.
Ontem, Vitório deu uma aula sobre a diáspora brasileira a cerca de 100 alunos de ensino médio. Confesso que é um pouco estranho sentir-se tema de aula em Kyïv.
Hoje Vitório está em Vertelka, região de Ternopil. Metade da vila é de alguma forma parente dele. Precisamente hoje completam-se 128 anos da partida de seus avós de Vertelka com destino ao Brasil.