Há uns autores que eu gosto muito e tô usando na minha tese pra falar sobre como o conhecimento acadêmico não é, nem de longe, o mais válido ou correto em relação outros que são desconsiderados na academia. Pensadores decoloniais trazem perspectivas interessantes sobre isso.
A Sarah Corona Berkin é uma delas e ela tá à frente de um dos mais importantes centros de produção acadêmica de estudos latinos, o Calas. Ela tem uma proposta metodológica chamada produção horizontal do conhecimento.
Já o Garcia-Gutierrez, propõe o que ele chama de desclassificação do conhecimento e sugere que não necessariamente os conhecimentos são excludentes entre si, mas complementares.
No mais, qq pessoa que insista em verdade absoluta ou definição única do que quer que seja nas ciências humanas e sociais tá atestando que não entende nada sobre produção de conhecimento. Ele não é estanque e tá sujeito à obsolescência e perdas. Não precisamos concordar em tudo
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Gente, hqs são pesquisadas em TODAS AS ÁREAS do conhecimento. De biologia e medicina à Matemática, literatura e comunicação. Não chamamos de jornal e nem de organismo por isso. O objeto segue sendo HQ, o viés pelo qual elas são analisadas é que muda.
O que ocorre é que a gente precisa justificar a aderência do objeto à linha de pesquisa e aí, a gente recorre a alguns recursos como afirmar que são literatura, são fontes de informação, são artes visuais... mas assim, cada área vai utilizar viés pertinente à linha de pesquisa.
Eu, por exemplo, produzo pesquisa sobre HQs há 10 anos e em áreas distintas. Comecei nas letras, fui pra comunicação e agora tô na ciência da informação. Hq não se torna livro fórmula matemática pq é objeto de estudo na matemática, né? Discernimento, gente! Rs
A importância dessa discussão se deve ao fato de que ao insistir em equiparar HQs com literatura, as HQs perdem espaço em editais e nas escolas ao serem avaliadas por pessoas com pouca ou nenhuma familiaridade com a linguagem.