Giacomo Casanova, mais conhecido como Casanova, foi um lendário mulherengo e aventureiro italiano do século XVIII. É conhecido pelas inúmeras amantes e conquistas amorosas, incluindo mulheres nobres, prostitutas e até mesmo freiras.
b) Dotado de uma personalidade ousada, estava sempre procurando novas experiências e emoções, o que o levava com frequência a situações perigosas e até escandalosas. Desde então, a sua história tem sido retratada em diversos livros, filmes e peças de teatro.
c) O que você talvez nunca tenha pensado é que o Casanova foi um sobrevivente. Seu estilo de vida audacioso, numa época em que os homens resolviam disputas de honra em duelos, torna a sua história – escrita por ele mesmo, já idoso – uma verdadeira raridade.
d) Milhares de aspirantes a Casanovas quebraram as pernas pulando pela janela, foram baleados ou esfaqueados pelos maridos descontentes.
Sim. O fato de os azarados e perdedores não contarem as suas histórias pode distorcer, de alguma maneira, a visão de mundo das pessoas.
e) Você já leu Harry Potter? O 1º livro da série, que vendeu mais de 500 milhões de livros, foi rejeitado por - nada mais nada menos que – 9 editoras diferentes. Pouco frente ao livro “Tempo de Matar”, do John Grisham, rejeitado 26 vezes antes de se tornar um sucesso de público.
f) Muitos Johns desistem pelo caminho. Alguns deles muito talentosos. Só os vencedores têm as suas histórias contadas, ainda que tarde demais. O escritor John Kennedy Toole, por exemplo, depois ter sido rejeitado diversas vezes, perdeu as esperanças e acabou cometendo suicídio.
g) Porém, a sua mãe perseverou, continuou tentando e, onze anos depois, “Uma Confraria de Tolos” foi publicado, vendeu milhares de cópias e até ganhou o prêmio Pulitzer.
h) O libanês conta que, há cerca de 2 mil anos atrás, o senador romano e famoso orador Marco Túlio Cícero, relatou a história de um homem que não acreditava nos deuses. Alguns tentaram fazê-lo mudar de ideia...
i) ... mostrando diversas pessoas que oraram para estes deuses foram salvas de um naufrágio.
- Onde estão aqueles que oraram e se afogaram? Retrucou Cícero.
O que me lembra a lógica daqueles que tomaram certos remédios para o Covid e acharam que melhoraram por conta deles.
j) Este fenômeno também foi observado, ao longo do tempo, por diversos autores como Michel de Montaigne, Francis Bacon, Honoré de Balzac, entre outros. Hoje, firmou-se na Literatura pelo nome de viés de sobrevivência (survivor bias). #economiacomportamental
k) Como o sucesso possui mais visibilidade que o fracasso, existe uma tendência de olhar só para as histórias que deram certo, gerando interpretações erradas das atitudes que levam ao sucesso, tal como as suas probabilidades.
l) Uma das histórias mais famosas envolvendo o viés de sobrevivência vem da atuação do matemático Abraham Wald que, durante a 2ª Guerra Mundial, ajudou os americanos a reforçar a blindagem de seus aviões. O aumento da blindagem deveria ser realizado com cautela...
m) ...pois o seu excesso deixava os aviões lentos e mais fáceis de serem atingidos. Ele concluiu que os reforços de proteção deveriam ser colocados nas áreas dos aviões que não haviam sido atingidas (e não nas áreas mais atingidas) - ao contrário do senso comum.
n) Se um avião atingido nessas áreas foi capaz de retornar a base, é porque elas não são tão críticas assim. Provavelmente, eram as áreas não atingidas as mais críticas, pois os aviões atingidos ali que não retornavam.
o) Não é pequena a quantidade de livros que buscam explicar o sucesso nos mais variados ramos analisando somente o comportamento dos vencedores. Livros como “Feitos para Vencer” e “Vire um Milionário” estão sempre na lista dos mais vendidos.
p) Pelo menos, os autores conseguem se tornar milionários... Muito mais robusto é saber o que os perdedores fizeram de errado. Como é sabido, é mais frequente o que conhecemos de certo hoje vir a se mostrar errado, do que o errado vir a se revelar certo. #ViaNegativa
q) No fim das contas, é tudo uma questão de má interpretação do acaso. Como bem observado no livro “O Andar do Bêbado”, muito do que nos acontece – na carreira, nos investimentos e na vida pessoal – resulta tanto de fatores aleatórios quanto de habilidade, preparação ou esforço.
r) O link entre ações e resultados não é tão direto. Muitos ficam pelo caminho. Por isso que as pessoas bem-sucedidas em todas as áreas quase sempre fazem parte de um certo conjunto – o conjunto das pessoas que não desistem.
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A animação mostra a retirada de bolas vermelhas e azuis de uma caixa, com reposição. A medida que as retiradas aumentam, o número de bolas retiradas azuis e vermelhas convergem para 50%. #estatística#economiacomportamental
2/6) Esta convergência entre o nº da amostra e as probabilidades subjacentes ficou conhecida como "Lei dos Grandes Números" (#LGN), e foi provada pelo famoso matemático, e também percursor de uma notável família de matemáticos brilhantes, o suíço Jakob #Bernoulli, no século XVII.
3/6) Agora vamos usar a imaginação e parar a animação na retirada da 5ª bola, quando o placar está exatamente 4 x 1 para os azuis. Vamos supor que cada retirada é um jogo, e que as bolas azuis falam, dão entrevistas e parecem super competentes.
Será que é preciso acertar previsões de maneira consistente para ganhar dinheiro no mercado? Estariam os retornos de alguma maneira relacionados a habilidades de prever o futuro?
2) Luís Stuhlberger, gestor do famoso fundo Verde, a julgar pelo episódio #32 do @stockpickers_, acredita que sim:
“Eu parto do princípio que a gente deve prever o futuro...
3) “... Como a Gavekal diz, uma consultoria que eu gosto muito, falar do passar passado é fácil, explicar o presente é médio, e prever o futuro é difícil. Mas a gente vive de prever o futuro.
Quando perguntam o que você faz para viver? Eu prevejo o futuro.”
1) A invenção do xadrez e a compreensão da #convexidade
Conta Beremiz Samir, o Homem que Calculava, que o #xadrez foi inventado por um jovem brâmane com o fim de distrair o seu monarca, devastado pela morte de seu único filho numa decisiva batalha. #economiacomportamental
2) Em pouco tempo, o Rei viu que no xadrez, tal como na batalha vencida, o sacrifício de um príncipe é, por vezes, imposto como uma fatalidade, para que dele resultem a paz e a liberdade de um povo. #ohomemquecalculava
3) - Não creio que o engenho humano possa produzir maravilha comparável a este jogo. Movendo simples peças, aprendi que um rei nada vale sem o auxílio e dedicação de seus súditos. E que, às vezes, o sacrifício de um peão vale + para a vitória, do que a perda de uma poderosa peça.