Há 78 anos, em 2 de maio de 1945, Yevgeny Khaldei produzia a icônica fotografia "Erguendo a Bandeira da Vitória sobre o Reichstag", uma das imagens mais famosas da Segunda Guerra Mundial.
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Símbolo da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, a fotografia foi tirada no mesmo dia em que as tropas alemãs chefiadas por Helmuth Weidling se renderam ao Exército Vermelho, encerrando a Batalha de Berlim.
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A batalha foi o capítulo derradeiro da avassaladora contraofensiva da URSS, impulsionada após as vitórias em Stalingrado e Kursk. Em meados de 1944, os soviéticos lançaram a Operação Bagration — que levaria a Alemanha a sofrer a maior derrota militar da sua história.
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A campanha dizimou 28 das 34 divisões do Grupo de Exércitos Centro — a elite da Wehrmacht —, matando 500 mil soldados nazistas e capturando outros 300 mil. Em janeiro de 1945, a URSS iniciou a Ofensiva do Vístula–Oder, que resultaria na aniquilação do Grupo de Exércitos A.
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Nos meses seguintes, os soviéticos forçaram a capitulação da Hungria e a secessão da Áustria do 3º Reich.
Em abril de 1945, o Exército Vermelho começou a preparar a tomada de Berlim. O próprio Stalin auxiliou no planejamento da ação, conduzida por Georgy Júkov e Ivan Konev.
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A ofensiva mobilizou mais de 2,5 milhões de soldados, apoiados por 6.250 tanques, 7.500 aviões e 41.600 peças de artilharia. A Batalha de Berlim começou em 16 de abril, com um ataque às defesas nazistas nas colinas de Seelow, a 60 km da capital alemã.
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Em seguida, os soviéticos iniciaram o cerco a Berlim. Liderada por Júkov, a 1ª Frente Bielorrussa avançou pelo leste, enquanto Konev marchava com a 1ª Frente Ucraniana pelo sul.
Tentando conter o ataque soviético, o alto comando alemão lançou a Operação Clausewitz.
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Guardada por membros da Wehrmacht, SS e Volkssturm, a cidade foi dividida em setores fortificados, repletos de bunkers e fossas antitanque. A batalha logo se transformou em um encarniçado combate urbano.
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Em vantagem numérica e apoiados pela potente artilharia, os soviéticos asseguraram o controle dos subúrbios — combatendo rua a rua, quadra a quadra as tropas alemãs. Em 20 de abril, aniversário de Hitler, o Exército Vermelho começou a bombardear o centro de Berlim.
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Enquanto as tropas de Konev partiam para auxiliar na Ofensiva de Praga, Júkov e a 1ª Frente Bielorrussa avançavam para tomar o centro de Berlim. Em 30/04, informado de que os soviéticos estavam a apenas 500 metros de seu bunker, Hitler se suicidou.
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O general Hans Krebs contatou o comando soviético propondo negociações de cessar-fogo. O pedido foi negado — o Exército Vermelho somente aceitaria a rendição incondicional. Os combates prosseguiram e os soviéticos partiram para tomar os edifícios públicos do 3º Reich.
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Os soldados soviéticos foram orientados a priorizar a tomada do Palácio do Reichstag, a antiga sede do parlamento alemão. A conquista do prédio público mais representativo da Alemanha seria um ato de grande simbolismo e um poderoso emblema da derrota do Terceiro Reich.
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Doze anos antes, em fevereiro de 1933, o incêndio do Reichstag, em uma operação de bandeira falsa perpetrada para criminalizar os comunistas, serviu de justificativa para que Hitler suspendesse as garantias constitucionais e consolidasse a ditadura nazista.
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Cientes da importância simbólica do Reichstag, os alemães fortificaram o edifício. A 1ª tentativa de tomar o Reichstag ocorreu ainda em 30 de abril, mas foi frustrada pela reação dos militares nazistas, que atacaram os soviéticos com granadas e rajadas de metralhadora.
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A batalha se estendeu ao longo de todo o dia 1º. Mikhail Egorov e Meliton Kantariya chegaram a instalar o Estandarte da Vitória no Reichstag, mas os alemães retomaram o prédio depois. Essa defesa aguerrida, entretanto, não refletia o estado de espírito no resto da cidade.
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Exaustos e incrédulos quanto à possibilidade de reverter a situação, militares da Wehrmacht e burocratas do regime se rendiam aos montes. Outros tantos cometeram suicídio — como o ex-ministro da propaganda Joseph Goebbels, nomeado chanceler logo após a morte de Hitler.
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Na madrugada do dia 2 de maio, o general Helmuth Weidling, chefe das tropas alemãs em Berlim, ofereceu sua rendição e ordenou aos seus comandados que cessassem a resistência. A rendição incondicional da Alemanha ocorreria seis dias depois.
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A queda de Berlim foi a oportunidade que Yevgeny Khaldei, fotógrafo do Exército Vermelho, aguardava. Após registrar a celebração dos soldados em frente ao Reichstag, Khaldei subiu no telhado do edifício munido de uma bandeira soviética costurada por seu tio.
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Em seguida, pediu aos soldados que o ajudassem a produzir a foto. O soldado que aparece desfraldando a bandeira soviética sobre Berlim em ruínas é Aleksey Kovalev, de Kiev. Os outros dois são Abdulkhakim Ismailov, do Daguestão, e Leonid Gorychev, da Bielorrússia.
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A foto logo se converteria em um marco iconográfico da Segunda Guerra — um registro visual de um dos momentos mais cruciais da história, simbolizando a destruição da máquina de guerra nazista pelas mãos dos comunistas e o triunfo da humanidade sobre a barbárie.
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A Batalha de Berlim teve um custo elevado para o Exército Vermelho — mais de 78 mil soldados morreram na operação outros 274 mil ficaram feridos. O montante entretanto, representa apenas uma pequena fração do flagelo imposto à União Soviética ao longo do conflito.
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O país é, de longe, o que mais sofreu perdas humanas durante a 2ª Guerra. Mais de 27 milhões de soviéticos foram mortos, quase 14% da população do país. O montante equivale a 4,5 vezes o número de judeus mortos no Holocausto.
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De origem judaica, a família do fotógrafo Yevgeny Khaldei está entre as que foram vítimas das atrocidades do 3º Reich. Seu pai e 3 de suas 4 irmãs foram assassinados pelos nazistas. "Eu perdoo os alemães, mas jamais esquecerei", declarou antes de seu falecimento em 1997.
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A União Soviética também foi o país que mais contribuiu na luta contra o nazismo. Entre 1941 e 1945, o Exército Vermelho destruiu ou neutralizou 607 divisões do Eixo. Para efeitos de comparação, Estados Unidos e Reino Unido, juntos, enfrentaram 176 divisões.
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Mais de 75% das baixas totais da Alemanha nazista (10 milhões, entre 13,4 milhões de soldados) foram provocadas pelo Exército Vermelho. A União Soviética mobilizou 2,6 vezes mais combatentes no conflito do que todas as outras 25 nações aliadas somadas.
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Há 81 anos, tropas dos EUA desembarcavam na Normandia. Heroicizado pelo Ocidente, o "Dia D" também deixaria uma marca sombria: o estupro em massa de mulheres francesas pelos soldados norte-americanos. Esse é o tema do artigo de hoje no @operamundi
De "O Mais Longo dos Dias" até "O Resgate do Soldado Ryan", poucos episódios da Segunda Guerra são tão heroicizados pela indústria cultural quanto o desembarque dos militares norte-americanos em solo francês no chamado "Dia D".
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Bem menos comentados, encobertos por narrativas fantasiosas e açucaradas de Hollywood, são os estupros em massa das mulheres francesas cometidos por esses soldados após o desembarque na Europa.
A incitação ao estupro começava já no recrutamento das tropas.
Há 36 anos, chegavam ao ápice os protestos na Praça da Paz Celestial. Insuflada com auxílio da CIA e de organizações ocidentais, a revolução colorida se tornaria um argumento recorrente da retórica anticomunista. Leia mais no @operamundi
A narrativa é bem conhecida. Um protesto de estudantes exigindo liberdades democráticas teria sido brutalmente reprimido pelo Exército de Libertação Popular por ordem do governo chinês - mais uma da série de "insurreições" que atingiram os países socialistas nos anos 80.
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O número de vítimas era uma incógnita. Jornais como o New York Times falavam entre 400 e 800 pessoas, ao passo que a Cruz Vermelha estimou mais de 10 mil mortos. EUA e União Europeia condenaram severamente o governo chinês e impuseram embargos que estão em vigor até hoje.
Há 45 anos, o mundo quase mergulhava em um apocalipse nuclear. Uma falha de um chip de 46 centavos fez com que o sistema de monitoramento dos EUA indicasse que o país estava sob ataque nuclear da URSS — e eles quase revidaram. Leia no @operamundi
Lançado pelos EUA em 1942, o Projeto Manhattan resultou na criação das primeiras bombas nucleares. O desenvolvimento dessa tecnologia havia sido uma recomendação de cientistas que temiam as consequências da Alemanha nazista desenvolver bombas atômicas antes dos Aliados.
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A Alemanha se rendeu aos soviéticos em maio de 45, mas o governo dos EUA, ciente das vantagens conferidas pelo domínio da nova tecnologia, deu continuidade ao Projeto Manhattan.
Em agosto de 45, os EUA lançaram bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Há 10 anos, o jornal britânico The Sun publicava uma imagem da rainha britânica Elizabeth II fazendo a saudação nazista aos 7 anos de idade. Hoje no @operamundi, falamos sobre as relações entre a família real britânica e o nazismo.
Nas imagens, Elizabeth aparece acompanhada da irmã Margaret, da mãe, a rainha consorte Elizabeth Bowes-Lyon, e do tio Eduardo VIII, Príncipe de Gales e Duque de Windsor. Todos fazem a saudação, exceto a pequena Margaret.
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O filme foi produzido no mesmo ano em que Hitler ascendeu ao cargo de chanceler. As imagens foram publicadas em 2015 pelo jornal The Sun. A família real britânica reagiu com indignação, afirmando que a publicação foi tirada do contexto.
O Jockey Club de São Paulo celebrou 150 anos recentemente. Sediada no suntuoso Hipódromo de Cidade Jardim, — um dos maiores complexos art decó do mundo — a instituição é parte integrante do patrimônio cultural da cidade. Mas esse pode ter sido seu último aniversário.
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Fundado em 14 de março de 1875, o Jockey Club foi um dos grandes símbolos de uma São Paulo em metamorfose. Impulsionada pela expansão cafeeira e por seu incipiente parque industrial, a cidade crescia aceleradamente e atraía imigrantes de várias partes do mundo.
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Entusiasmada com as transformações, a burguesia paulistana operou um processo de "atualização cultural", buscando superar seu "passado provinciano". Se São Paulo pretendia ser uma metrópole, era necessário equipá-la com tudo que uma metrópole tem. Incluindo um Jockey Club.
Muito antes dos nazistas chegarem ao poder, o Brasil já tinha seus próprios campos de concentração. Eles eram destinados a aprisionar os retirantes que fugiam da seca no Ceará. Esse é o tema do nosso artigo de hoje para o @operamundi
Os primeiros registros documentais de seca no Nordeste datam já do início da colonização portuguesa. As secas são um fenômeno natural característico da região, marcada pelo clima semiárido, com altas temperaturas, baixa precipitação pluviométrica e escassez de rios perenes.
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Não obstante, o modelo econômico agroexportador, baseado em grandes latifúndios e na exploração da mão de obra escrava, foi o fator determinante para que as secas se convertessem em vetores de graves crises famélicas, afetando sobretudo a população mais pobre.