Em setembro de 2008, o Lehman Brothers precisava de um caminhão de dinheiro pra sobreviver.
Foram atrás de Warren Buffett.
Pra decidir se emprestaria ou não o $, Buffett não recorreu a nenhuma "info privilegiada".
Ele apenas leu um documento acessível a qualquer investidor.
Primeiro, vamos relembrar o contexto: a crise do subprime.
Ela foi desencadeada a partir da quebra de instituições de crédito dos EUA que concediam empréstimos hipotecários de alto risco.
Vários bancos foram arrastados para a falência e bolsas no mundo inteiro despencaram.
Em março de 2008, antes ainda do pânico generalizado, o CEO do Lehman, Richard Fuld Jr, já havia ligado para Buffett pedindo um empréstimo.
Era noite, Buffett foi pro escritório da Berkshire com uma cópia do formulário 10-K do Lehman Brothers.
O 10-K é um dos documentos que as empresas listadas em bolsa precisam entregar todos os anos para a SEC (a CVM norte-americana).
O 10-K possui umas 300 páginas e 5 seções que detalham:
1. produtos e serviços da empresa 2. os riscos da operação 3. informações financeiras dos últimos 5 anos. 4. explicação da gestão sobre esses resultados 5. DRE, Balanço Patrimonial e Demonstração de Fluxo de Caixa.
Com o documento em mãos, Buffett começou a fazer anotações do que ele chamou de red flags 🚨 (pontos de atenção sobre a empresa), marcando o número da página onde elas apareciam.
(Essa é a foto real do documento com as anotações feitas por ele 👇)
Nas palavras de Buffett:
"você precisaria ir até a página 100 ou 200, mas havia claramente um monte de problemas lá. Vi que não estávamos em condição de emprestar dinheiro para o Lehman."
Na manhã de 15 de setembro, o Lehman entrou com o pedido de falência - o maior da história americana.
E sei que você deve estar pensando: "ah, isso é lenda, conversa fiada, até parece que dá pra saber os podres de uma empresa lendo documentos que ela mesmo faz!"
Vou te provar!
Agora em março de 2023 o SVB, um grande banco americano, entrou com pedido de falência do dia pra noite.
O famoso Chapter 11 da lei americana, que garante proteção contra credores.
Mas muito antes disso alguém já tinha apontado o problema, e estava aqui, no twitter.
Em 18 de janeiro a Raging Capital Ventures postou essa thread:
Ela aponta o problema no balanço do banco que estava super investido em bonds de 10 anos, com taxa de 1,63%.
Só que esses títulos estavam derretendo com a escalada do juros nos EUA e se o banco precisasse vender pra ter liquidez iria enfrentar uma perda massiva de dinheiro.
E essa perda, claro, levaria o banco à falência.
Mas era janeiro ainda e a thread nem chamou muita atenção, até rolar uma corrida bancária e o pedido de falência acontecer.
Na esteira do SVB já quebraram mais dois pelo mesmo motivo: o Frist Republic Bank e o Signature Bank
Tudo por causa da famigerada marcação a mercado.
Se quiser entender melhor o problema e a crise que ainda tá rolando, vai aqui:
O melhor foi a última frase da thread da Raging Capital:
Caveat Emptor! (Disclosure: I am short)
Tradução:
COMPRADOS, TOMEM CUIDADO. EU ESTOU VENDIDO!
Convencido?
É óbvio que a empresa não vai te falar de forma clara e expressa nas demonstrações que ela está próxima de quebrar.
Isso você vai ter que entender ao traduzir a linguagem contábil usada por ela pra te dizer isso.
E nem sempre isso é fácil.
Talvez você não saiba, mas aqui no Brasil a gente tem um documento similar: o FRE.
Ele é apenas o primeiro passo no processo de estudo de uma empresa. Pra você ter ideia o FRE da #TASA4, por exemplo, é relativamente pequeno e tem 270 páginas, já o da #PETR4 tem 785.
É claro que não é todo mundo que tem tempo pra ler e interpretar isso tudo.
Foi pra isso que nós criamos o VBOX.
Aqui a gente transforma +1000 páginas de pesquisa em relatórios de 50 páginas com tudo o que você precisa saber sobre a empresa.
E se ler não é muito sua praia, a gente te entrega isso tudo em vídeos em alta definição pra você assistir quando e onde preferir.
E a boa notícia é que tá chegando o melhor momento de fazer sua assinatura: o aniversário do VBOX.
É o melhor dia do ano pra virar assinante da VAROS.
Você vai acessar uma oferta bizarra e ainda ter a chance de ganhar até R$4000 em prêmios.
Mas vão ser menos de 24 horas de oferta (no dia 11) e só dentro do nosso grupo do whatsapp.
Não é uma simples troca de dinheiro do bolso esquerdo pro direito.
É uma forma inteligente de gerar renda passiva, garantir retornos sobre o investimento, e compensar avaliações equivocadas do fluxo de caixa da cia pelo mercado.
Durante os últimos 2 anos, Localiza e Movida renovaram frota de maneiras diferentes.
A Localiza segurou a renovação, envelheceu a frota e vendeu menos carros.
A Movida renovou normalmente, manteve a frota nova e e vendeu mais carros.
As duas falam que fizeram certo. Será?
Depende. A gente tá diante de duas apostas diferentes, diretamente ligadas ao tempo em que os preços dos carros continuariam a subir.
Ao que parece, os preços dos novos estão normalizando.
A oferta de carros de entrada voltou a existir e a demanda desaqueceu.
E as duas decisões ali em cima, vão impactar de forma diferente o fluxo de caixa livre das duas empresas.
De forma bem simplificada, o Capex de uma locadora é o resultado da seguinte conta: dinheiro gasto com carros novos - dinheiro recebido da venda de seminovos.
Existe um risco que ninguém te fala sobre investir em BDR.
Que é o risco de perder todo seu dinheiro.
E eu não estou falando de uma possível quebra da Amazon, por exemplo, quando você compra AMZN34.
É pior.
Segue o fio que te conto porque não investir através de BDR:
BDR ou Brazilian Depositary Receipts, como o próprio nome já diz, são recibos ou certificados emitidos por bancos brasileiros, lastreados por ações estrangeiras.
Essas ações ficam depositadas em outro banco, geralmente no país em que a ação da empresa é negociada.
O banco brasileiro que emite o BDR vai ser o depositário do recibo.
E o banco na gringa vai ser o responsável pela guarda das ações, que ficam sob titularidade do banco brasileiro e bloqueadas para negociação.