Há 50 anos, em 18 05/1973, a menina Araceli Crespo, de 8 anos, era sequestrada, estuprada e brutalmente assassinada em Vitória. Oriundos de famílias influentes do Espírito Santo e protegidos pela ditadura militar, os suspeitos acusados pelo crime jamais foram punidos.
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Araceli era a segunda filha de um casal de imigrantes radicados no Brasil — o eletricista espanhol Gabriel Crespo e a boliviana Lola Sánchez. A família vivia em uma residência modesta no bairro de Fátima, na cidade de Serra
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Em 18 de maio de 1973, Araceli desapareceu após sair do Colégio São Pedro. A princípio, os pais acreditavam se tratar de um sequestro. A polícia, entretanto, considerava a hipótese improvável, em função das limitações financeiras da família.
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Seis dias depois, os pais receberam a notícia de que o corpo de Araceli fora encontrado em um matagal nos fundos do Hospital Infantil de Vitória. A menina havia sido dopada, torturada e estuprada. Sua execução foi brutal.
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Conforme determinado pelo perito Carlos Eboli, a "causa mortis" foi intoxicação exógena por barbitúricos e asfixia mecânica por compressão. O corpo de Araceli apresentavas diversas lacerações a dentadas. Seu rosto foi desfigurado por ácido corrosivo.
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Com base nas evidências e depoimentos de testemunhas, a polícia identificou três suspeitos: Dante de Barros Michelini, vulgo Dantinho; o latifundiário Dante de Brito Michelini, pai de Dantinho; e Paulo Constanteen Helal.
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A família Michelini já esteve entre os maiores proprietários de terra do Espírito Santo, destacando-se na plantação e exportação de café, na indústria e no comércio. Próximos da cúpula da ditadura militar, tinham enorme influência política no estado.
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Igualmente próxima do regime, a família Helal se destacava pelas atividades comerciais e por negócios no ramo hoteleiro e imobiliário. Em Vitória, a Avenida César Helal, onde Araceli foi vista pela última vez com vida, homenageia um membro da família.
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Testemunhas afirmaram que os suspeitos tinham o costume de usar barbitúricos e assediar meninas. O crime teria ocorrido no porão do Bar Franciscano, de propriedade de Dante de Brito Michelini.
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Embora existissem evidências e testemunhas, os suspeitos nunca foram punidos. Conforme denúncia do promotor Wolmar Bermudes, os Michelini teriam usado sua influência junto a oficiais da ditadura para dificultar a investigação do crime.
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Ao longo da apuração, foram registradas 14 mortes de testemunhas e agentes que investigavam o caso. Dentre os mortos, está o sargento José Homero Dias, que foi executado com um tiro pelas costas quanto estava próximo de concluir as investigações.
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Também foram assassinados Fortunato Piccin e José Paulo dos Santos, duas das principais testemunhas do crime. Denúncias de álibis forjados e suborno a policiais também foram registradas.
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Dante e Paulo chegaram a ser condenados em 1980, quando o juiz Hilton Silly proferiu uma sentença de 18 anos de reclusão. Não obstante, as condenações foram anuladas logo em seguida. Em um novo julgamento, os réus foram absolvidos, sob a alegação de falta de provas.
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Uma CPI instalada na Assembleia capixaba por iniciativa do deputado Clério Falcão concluiu que houve omissão por parte das autoridades, visando proteger as poderosas famílias implicadas no crime, mas de nada adiantou.
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O jornalista José Louzeiro investigou o caso de forma independente e escreveu o livro "Araceli, Meu Amor", mas foi censurado pela ditadura militar e proibido de publicar a obra. Pouco tempo depois, sobreviveu a um atentado.
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Após a redemocratização, como forma de homenagem, a data do sequestro de Araceli tornou-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O crime, entretanto, segue até hoje impune.
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Junto ao assassinato de Ana Lídia, outra menina morta em condições parecidas, o Caso Araceli permanece como um dos símbolos da impunidade da ditadura militar em relação às acusações envolvendo famílias ricas e poderosas.
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Há 105 anos, em 09/05/1920, nascia a revolucionária cubana Celia Sánchez. Estrategista e coordenadora logística da guerrilha, ela exerceu papel fundamental na viabilização da Revolução Cubana. Contamos sua história hoje, no @operamundi
Celia nasceu em Media Luna, uma cidade na província de Oriente, em uma família de classe média alta. Era filha de Acacia Manduley e do médico Manuel Sánchez. A mãe de Celia faleceu quando ela ainda era pequena, deixando 8 filhos.
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A visão de mundo de Celia foi bastante influenciada por seu pai. Liberal humanista e admirador das ideias de José Martí, Manuel costumava atender gratuitamente os pacientes pobres nos grotões de Cuba e criticava energicamente as injustiças sociais no país.
A União Soviética foi o país que mais contribuiu para a derrota do nazismo. Nenhuma outra nação lutou em tantas frentes e venceu tantas batalhas. E o esforço do Ocidente para apagar esse grandioso legado é descomunal. Leia mais no @operamundi
“Sem os Estados Unidos, a libertação nunca teria acontecido”, disse Donald Trump nesta quarta-feira, na véspera do Dia da Vitória — data em que se celebra a rendição incondicional da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
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A frase de Trump é apenas a adição mais recente a um extenso catálogo de declarações revisionistas que buscam, ao mesmo tempo, apagar o papel da União Soviética na luta contra o regime nazista e exagerar a contribuição dos Estados Unidos e de seus aliados no Ocidente.
Há 133 anos, nascia Josip Broz Tito, um dos maiores líderes socialistas do século XX. Marechal Tito comandou a luta contra o regime nazista nos Balcãs e liderou o governo revolucionário da Iugoslávia. Contamos sua história hoje no @operamundi
Josip Tito nasceu em 7 de maio de 1892 em Kumrovec, na Croácia, à época parte do Império Austro-Húngaro. Envolveu-se ainda jovem com o movimento operário, filiando-se ao sindicato dos metalúrgicos e ao Partido Social-Democrata da Croácia.
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Em 1913, ingressou no Exército Austro-Húngaro, onde galgou rápida ascensão. Após a eclosão da Primeira Guerra, combateu as tropas da Rússia na Frente Oriental. Ferido em combate, foi capturado pelos russos e enviado para um campo de trabalhos forçados nos Montes Urais.
O ambiente era tétrico — e não havia como ser diferente, com tantos corpos dissecados à mostra. Mas o que era para ser uma visita a uma exposição sobre anatomia humana se tornaria um pesadelo para Kim Smith. Entre os vários corpos ali expostos, ela reconheceu o seu filho.
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O caso ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos. Há anos, a exposição "Real Bodies" é uma das principais atrações do hotel e cassino Horseshoe. Um grande sucesso de público e de faturamento — vendida como uma exposição educacional sobre o corpo humano.
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A exposição exibe órgãos e corpos humanos reais, dissecados e embalsamados com uso de uma técnica chamada plastinação. A empresa responsável pela mostra afirma que os corpos são adquiridos legalmente e que são provenientes de pessoas que sofreram mortes naturais.
♫ Não boto bomba em banca de jornal
Nem em colégio de criança
Isso eu não faço não ♪
A música do Legião é bem conhecida. O episódio que ela evoca nem tanto. Entre 1980 e 81, militares brasileiros realizaram dezenas de atentados a bomba contra alvos civis.
Segue a lista🧶⬇️
Os ataques eram parte de uma campanha conduzida pelos militares da chamada "linha dura", incomodados com o processo de abertura política no país. Além de aterrorizar a população, eles pretendiam criar pretextos para restaurar o aparato repressivo dos Anos de Chumbo.
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18 de janeiro de 1980: uma bomba-relógio foi plantada no Hotel Everest, no Rio de Janeiro. O alvo era o líder trabalhista Leonel Brizola, que iria se hospedar no local. O artefato foi descoberto e desarmado antes da explosão.
Segue o fio sobre o que o governo Lula está fazendo para expandir e fortalecer o SUS — e que muita gente, pelo visto, não tá sabendo.
O orçamento da saúde que era de R$ 160 bilhões em 2022, no governo Bolsonaro, saltou para R$ 245 bilhões esse ano — 85 bilhões a mais.
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O orçamento discricionário da saúde — isso é, os gastos não obrigatórios — mais do que dobraram entre 2022 e 2024. Passaram de R$ 23,85 bilhões para R$ 55,39 bilhões.
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O governo Lula mais do que dobrou o número de profissionais contratados pelo programa Mais Médicos (aumento de 105%). São 13 mil médicos a mais no SUS, justamente nas regiões de maior vulnerabilidade social.