Tem muita gente celebrando o "legado de junho de 2013" (sic), mas esquecendo de referenciar algumas das mais célebres personalidades e organizações que apoiaram e seguem reivindicando os "levantes anticapitalistas da massa" (sic). Bora refrescar a memória do povo então.
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Começando pelo ex-promotor e ex-deputado Deltan Dallagnol, popstar da Lava Jato. Dallagnol é partidário da tese de que "tudo começou com 20 centavos". "A Lava Jato existe porque as pessoas foram às ruas". E não é que é verdade?
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O "não é por 20 centavos", aliás, é reivindicado por outra bolsonarista: Carla Zambelli. Fundadora do "Nas Ruas", a deputada garante ter puxado o mote em junho de 2013. Pra Zambelli as manifestações foram "um despertar da população" e serviram como precursoras da Lava Jato.
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Fernando Holiday também atribui a junho de 2013 sua estreia na política. Holiday não estava nem aí pra pauta do passe livre, mas apoiou os protestos mesmo assim, pois era "contra a corrupção". E assevera: foi a partir de 2013 que resolveu se tornar um ativista.
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O Brasil também deve à junho de 2013 o ingresso de outra estrela do YouTube na política: Arthur do Val. Inspirado pelos protestos "contra tudo isso que tá aí", Arthur resolveu criar o canal "Mamãe Falei", que se tornaria relevante nos anos seguintes e alavancaria sua carreira
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Kim Kataguiri também evoca junho de 2013 como um marco na história do país. "A gente passou a existir depois de 2013", celebrou, ressaltando a importância do evento para o pensamento ultraliberal. "Acabou capitaneando esse processo porque a insatisfação geral era com o PT."
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O MBL, onde Kim Kataguiri, Fernando Holiday e Mamãe Falei se reuniriam, aliás, foi fundado especificamente com o objetivo de participar de junho de 2013, conforme explicado por Juliano Torres, diretor executivo do think tank "Estudantes pela Liberdade (EPL)".
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O MBL surgiu como uma marca do EPL/Students for Liberty, um think tank ultraliberal ligado à Atlas Network - incubadora de organizações de extrema direita financiada pelos bilionários irmãos Koch nos EUA.
+🧶 apublica.org/2015/06/a-nova…
O orgulho por junho de 2013 é, aliás, generalizado entre os liberais ligados ao "EPL/Students for Liberty". É o caso, inclusive, de Joel Pinheiro, comentarista da Jovem Pan e CNN, que atuou como conselheiro consultivo da organização. "Ajudei a fazer história", garante Joel.
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Luciana Alberto, porta-voz do movimento "Vem Pra Rua", também citou junho de 2013 como um marco fundacional da organização de extrema-direita, que se tornaria uma das mais ativas na luta em prol do impeachment de Dilma Rousseff e no apoio à eleição de Jair Bolsonaro.
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Assim como o EPL, o "Vem Pra Rua" também recebeu o apoio de mega-empresários, tais como Colin Butterfield e do bilionário Jorge Paulo Lemann. Até o domínio virtual do movimento foi comprado pela Fundação Estudar, que pertence a Lemann.
+🧶 globalresearch.ca/are-the-koch-b…
O apoio dos ricos ao "levante anticapitalista das massas" não foi nada incomum. Englobou dos mais reservados até os mais excêntricos. Caso da socialite Narcisa Tamborindeguy, do reality show "Mulheres Ricas", herdeira do ex-deputado da ARENA Mário Tamborindeguy.
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Tal fenômeno atingiu seu paroxismo quando a multibilionária FIESP, a maior associação patronal do país, manifestou apoio aos "levantes anticapitalistas das massas", com direito até mesmo a projeção da bandeira do Brasil na fachada do prédio durante os atos.
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Também é evidenciado por esse vídeo institucional da Fiat se gabando por ter ajudado a influenciar os protestos de junho de 2013. Afinal, não há nada que uma megacorporação multibilionária se orgulhe mais do que apoiar um legítimo "levante anticapitalista das massas".
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Não causa estranheza, portanto, que o sentimento de orgulho por junho de 2013 seja maior, justamente, entre os mais ricos.
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Muito menos que o orgulho por junho de 2013 ecoe mais alto entre os bolsonaristas.
Ah, sim. O MDB, que deu o golpe em Dilma em 2016, também reivindica o legado de junho de 2013. Podia ser um texto do PSOL, tranquilamente.
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Há 193 anos, em 21 de junho de 1830, nascia o advogado, escritor e jornalista Luís Gama. Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil, Gama foi responsável por libertar mais de 500 negros escravizados. Seu nome está inscrito no Livro de Aço dos Heróis da Pátria desde 2018.
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Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em Salvador, Bahia, filho de um fidalgo português e de Luísa Mahin, uma ex-escrava africana alforriada que trabalhava como quitandeira.
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Quando tinha sete anos, sua mãe o deixou aos cuidados do pai e partiu para tomar parte na Revolta da Sabinada, nunca mais o encontrando. Seu pai, por sua vez, endividado com jogos de azar, resolveu vendê-lo como escravo para quitar suas dívidas.
Há 70 anos, em 19 de junho de 1953, Julius e Ethel Rosenberg eram executados na cadeira elétrica. O casal estadunidense foi condenado à morte sob acusação de repasse de informações confidenciais sobre o desenvolvimento da bomba atômica para a União Soviética.
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Julius e Ethel eram naturais de Nova York, ambos descendentes de famílias judaicas. Cresceram durante a Grande Depressão, em meio a um ambiente de privação e crise econômica, marcado pela radicalização de parte da classe trabalhadora.
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Como muitos operários estadunidenses, Julius e Ethel se interessaram pelos movimentos sindicais e pelo ideário socialista. Desde os 16 anos, Julius já estava filiado à Liga da Juventude Comunista, onde viria a conhecer Ethel alguns anos depois.
Mercenários chegam à cidade de Chiquimula para auxiliar na derrubada do presidente da Guatemala, Jacobo Árbenz Guzmán. Há 69 anos, em 18 de junho de 1954, tinha início a invasão da Guatemala por milícias armadas e financiadas pela CIA, por meio da "Operação PBSuccess".
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O golpe resultou no fim da Revolução Guatemalteca e na instalação da brutal ditadura de Carlos Castillo Armas, jogando a Guatemala em uma guerra civil que se estendeu por décadas. Também marcou o início da longa tradição de golpes perpetrados pelos EUA na América Latina.
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Dominada por oligarquias latifundiárias, a Guatemala testemunhou o incremento da concentração de terras ao longo do século XIX. Visando ampliar as monoculturas agroexportadoras, o governo criou uma política de desapropriação das terras comunais da população indígena.
Há 60 anos, em 16 de junho de 1963, a cosmonauta soviética Valentina Tereshkova se tornava a primeira mulher a viajar para o espaço, a bordo da missão Vostok 6.
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Tendo como marco inicial as teorias de Konstantin Tsiolkovski e os experimentos conduzidos pelo Grupo de Estudos de Propulsão Reativa nos anos 30, o programa espacial da União Soviética ingressou em sua era de ouro após a Segunda Guerra Mundial,...
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...alavancado pelo desenvolvimento de novos sistemas de propulsão de mísseis. Com o início da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética iniciaram uma forte concorrência pela primazia na exploração do universo e pelo aperfeiçoamento da tecnologia aeroespacial,...
Há 68 anos, em 16/6/1955, ocorria o Bombardeio da Plaza de Mayo em Buenos Aires. Visando depor o presidente Juan Domingo Perón, os militares argentinos lançaram bombas sobre a multidão que protestava contra os intentos golpistas, matando 364 pessoas e ferindo mais de 800.
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Oficial de carreira, Juan Domingo Perón ascendeu politicamente após sua participação na chamada "Revolução de 43", movimento político que encerrou a ditadura de cariz fascista da "Década Infame".
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Apoiado pela classe trabalhadora em função da abrangente legislação de direitos trabalhistas que implementara durante sua gestão no Ministério da Guerra e do Trabalho, Perón foi eleito presidente da Argentina em 1946.