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Instituído como o Dia da Umbanda, a data de hoje têm significado maior do que aquilo comumente retratado. O 15 de Novembro busca, na religião, a aprovação metafísica da história de um Brasil construído no falseamento dos fatos. Falando em fato: a Umbanda não foi fundada em 1908. Image
Quero dizer que a história hegemônica da Umbanda é uma farsa. Isto é, aquilo que se popularizou tratar como história da Umbanda é, na verdade, um conjunto de ocultação dos fatos alinhado à construção de uma narrativa que tem por intuito a positivação de uma ordem ideológica.
Convencionou-se dizer, com o cínico intuito de inventar o Brasil através da Umbanda, que ela é a religião dos “encontros”. Na verdade, remontando à sua origem africana, em que a umbanda era amplamente reivindicada justamente em momentos de aflição coletiva,
podemos dizer que a Umbanda é, ao assumir e se desenvolver a partir das contradições da situação colonial, a religião dos confrontos. Ainda que eu reconheça que os modos culturais ou partes desses modos se separam de seus contextos de origem e se recombinam com outros modos ou
partes de modos de outra origem, configurando, no processo, novas práticas e novos sentidos, não é possível negar a manutenção, ainda hoje nos nossos Terreiros, da lógica de sobrevivência autóctone dos povos que originaram a umbanda. O que quero dizer com isso é: tal como para os
kimbundus, a umbanda no Brasil assume a função de, através dos espíritos ancestrais da terra, subsidiar de diversas formas todos a que a ela recorrem para confrontar a catástrofe humanitária que os aflige coletivamente.
Assim, podemos concluir que a umbanda insurge como um espaço de produção de sociabilidades contra hegemônicas.

De início, gostaria de apresentar uma visão geral acerca da etimologia da palavra Umbanda. “Umbanda” é uma palavra presente em algumas línguas do tronco
étnicolinguistico bantu. Vale esclarecer que o que se convencionou a chamar por “povos bantu” são os grupos étnicos oriundos da região subsaariana do continente africano, de territórios hoje conhecidos como Angola, Congo, Moçambique, etc.
Tais povos foram os maiores vitimados pelo tráfico transatlântico de escravizados, chegando a constituir pouco mais de 70% dos escravizados trazidos para o Brasil durante 350 anos de tráfico. Dentre os povos citados, destacam-se três línguas: o kimbundu, língua dos povos ambundu;
kikongo, língua dos povos bakongo; umbundu, língua dos povos ovimbundu. Em todas essas línguas, “umbanda” aparece como uma palavra que designa determinada prática autóctone destes povos, que consiste na utilização de elementos de origem animal e vegetal, além de práticas
espirituais, com o intuito de curar alguém física e psicologicamente. . Em 1894, o missionário suíço Heli de Chatelain, após passar anos em Angola estudando, pública seu livro chamado “Folktales of Angola”. Nele, o autor define a “umbanda” como “arte de curar” ou “arte de
manipular espíritos (principalmente ancestrais familiares e ancestrais da terra em que se habita) para a cura ou não”. Na língua kimbundu, o líder comunitário e espiritual que pratica a umbanda chama-se “kimbanda”; no kikongo, “nganga”; no umbundu, “ocimbanda”.
Outras palavras semelhantes à Umbanda são recorrentes nos trabalhos etnográficos sobre os povos bantu, como no “África Bantu: 2.500 antes de Cristo até os dias atuais”, em que a autora relata a existência de uma prática chamada “Mbandwa",
que consistia no transe com espíritos territoriais na região dos Grandes Lagos, no leste da África, há 2 mil anos.

E no Brasil? No Brasil, o registro mais antigo que se tem sobre Umbanda é de um relato de 1852 apresentado ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro pelo
Alexandre Joaquim Siqueira, indivíduo que exercia a função de juíz de direito da Comarca De Vassouras. O relato, contido no texto “Memória Histórica do Município de Vassouras”, afirmava a existência de uma “associação secreta” de “escravos” bantus e “crioulos livres”
de natureza mística, que votava “os seus anseios de liberdade” na imagem de Santo Antônio e de outros espíritos ancestrais. O nome dessa seita, segundo Siqueira, era “Ubanda” — corruptela de Umbanda. Para Siqueira, essa seita já estava bem consolidada na província de Vassouras,
podendo supor que ela seria uma reminiscência dos membros do Quilombo do Manuel Congo, destruído em 1838. Fato é que em 1847, segundo o juíz de direito, esta seita tentou organizar o maior motim da província de Vassouras. Seria no dia 24 de junho de 1847,
durante a comemoração de São João e a os membros dessa associação iriam envenenar e usar armas de ferro para matarem a maior quantidade de brancos possíveis e, assim, tomarem a província. A revolta foi debelada e seu líder, Estevão Pimenta, punido.
Segundo o juíz, porém, no ano seguinte, em 1848, pequenos motins e saques a engenhos continuaram a serem perpetrados por membros dessa organização que, para o mesmo, alastrou-se por todo Vale do Paraíba, ocasionando mais motins nos anos subsequentes.
O medo de uma insurreição e de um levante popular negro sem precedentes até então na província era real, muito pelo fato da eminente ocorrência de “pequenas revoltas” por toda Vassouras. Não à toa, em 1854 os senhores de escravos da província se reúnem e escrevem um documento
endereçado às autoridades do município a fim de que estas tomassem medidas legais de prevenção a estas revoltas.

Ué? Mas, se o Zelio fundou a Umbanda em 1908, como que já existia umbanda no Brasil desde a primeira metade do século XIX?
De início, já podemos ver o quão falsa é a história de que o Caboclo das Sete Encruzilhadas trouxe a “palavra Umbanda”, como se popularizou dizer. Aliás, nem o próprio Zélio dizia isso. Nas entrevistas gravadas em áudio que o mesmo dá à Lília Ribeiro — editora do jornal Macaia
e dirigente da Tenda de Umbanda Luz Esperança e Caridade — no ano de 1961 ele afirma que o primeiro nome que foi dado àquilo que ele praticou foi “Alabanda”. Este nome teria sido em homenagem ao terceiro espírito manifestado por Zélio, o “Orixá Malê”
que seria o espírito de um malaio muçulmano e por isso a escolha do nome “Alabanda”, que seria a junção de “Allah”, deus muçulmano, e “banda”, termo em português de Portugal para dizer que algo ou alguém está ao nosso lado.
Diz o Leonardo da Cunha — bisneto de Zelio —, que o seu bisavô e sua família relatavam que o “Orixá Malê” só teria se manifestado 5 anos após a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Portanto, ele só teria se manifestado em 1913.
Emerson Giumbelli, por sua vez, em “Zelio e a origem da Umbanda no Rio de Janeiro”, aponta que algumas versões da história do Zelio afirmam ter sido em 1910 o ano em que o Caboclo das Sete Encruzilhadas se manifestou pela primeira vez.
Assim, estando certas essas versões trazidas pelo Giumbelli, podemos supor que o Orixá Malê só teria se manifestado em 1915 e só após a sua manifestação que a prática do Zelio teria recebido um nome que, vale lembrar, não era “umbanda”, mas sim “Alabanda”.
Acontece, porém, que o primeiro registro da palavra “Umbanda” — escrito desta maneira — no século XX é justamente do ano de 1913. O relato é do Jornal A Imprensa, do dia 8 de Novembro de 1913, relatando um caso já relatado pelo jornal Correio da Manhã 11 meses antes. 👇🏾
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Vítimas de violência física e psicológica, os envolvidos no relato acima declararam que praticavam a umbanda há cerca de 3 anos (ou seja, desde 1910) e aprenderam em São João de Meriti (bem longe de Neves, local que o Zelio supostamente praticava sua Umbanda).
Retomando o relato de Zélio e seu bisneto: o nome “Alabanda” não teria soado foneticamente bem, portanto, depois de um certo tempo — alguns anos, provavelmente — ficou decidido que um novo nome deveria ser dado ao jovem culto. Ficou decidido que seria “Aumbanda” ou “Aumbhandã”, Image
termo que segundo Zélio significaria “Deus ao nosso lado” também, mas que o “Aum” seria “Deus” em grego — o que, etimologicamente, não procede. Aliás, o nome “umbanda”, segundo o relato de Zélio, teria vindo naturalmente com o passar do tempo, a
medida em que as pessoas iam tornando o “A” do “Aum” em um artigo, ficando, assim, “A Umbanda”. Talvez por isso, inclusive, que não vemos Zélio sendo associado com a palavra “Umbanda” até o ano de 1933, após a publicação do livro “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de
Umbanda” de Leal de Souza, um jornalista conhecido por visitar variadas religiões no Rio de Janeiro e que depois tornou-se membro do centro do Zelio. Na obra, Leal de Souza era enfático ao afirmar que Zelio praticava a “Linha Branca de Espiritismo de Umbanda e Demanda”,
não o pondo como fundador da religião. Pelo contrário, segundo Leal de Souza, existiam outras centenas de vertentes de Umbanda no Rio de Janeiro.
Nove anos antes, em 1924, Leal de Souza conheceu o Terreiro de “Pai Quintino”, famoso pai de santo negro que tocava sua macumba onde hoje é o Complexo do Lins, no Engenho Novo, na Rua Araújo Leitão. (Abaixo, gravuras do Terreiro do Pai Quintino, Jornal Correio da Manhã, 1923)👇🏾
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Leal de Souza foi levado lá por Nóbrega da Cunha, outro jornalista que já tinha ido algumas vezes à casa do Pai Quintino e definia o Terreiro dele como uma macumba de “linha de Umbanda”, que seria, nas palavras do jornalista, a “linha de macumba mais famosa do Rio de Janeiro”
e que se diferia do candomblé, pois enquanto o candomblé teria uma origem nagô, a umbanda seria uma macumba de “origem Congo-Angola”.

A questão é que um mês e dois dias após ter visitado a casa do Pai Quintino, também em 1924, Leal de Souza vai até Neves para conhecer o Zélio.
Na ocasião, ele assistiu uma sessão de mesa — característica do culto que praticava Zelio — e, em momento algum, chamou aquilo de “Umbanda”. Pelo contrário, foi dito que se tratava de uma casa de “espiritismo” ou “espiritismo de linha”
— maneira que se chamava centros espíritas que tinha a incorporação de pretos e caboclos. A história que se popularizou é que após ter visitado uma negra rezadeira — que baixava um preto velho chamado Pai Antônio e, curiosamente, o Zelio anos depois veio a baixar um preto velho
mesmo nome —, o então jovem de 17 anos foi à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, a convite de um homem chamado José de Souza, que a história diz ser o presidente da federação.
Ocorre, porém, que não existe nenhum registro nos anais da Federação Espírita do Rio de Janeiro sobre este ocorrido. Tampouco existe uma ATA de reunião do dia 15 de novembro do ano de 1908 em tela. Aliás, José de Souza é um nome que não consta como presidente da Federação.
Em 1908, o presidente da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro era um homem chamado Eugenio Olímpio. Assim, além próprio Zélio, ninguém é testemunha do fato. Ninguém que supostamente estivera presente corrobora com o ocorrido.
Com a escassez de documentação e evidências históricas, além das inúmeras contradições da narrativa histórica da suposta fundação da Umbanda, podemos concluir que a história popularizou-se acerca da fundação da Umbanda trata-se apenas de um mito criacionista.
Como a thread já está enorme, vou fazer uma série de textos hoje sobre a questão, usando referências de jornais e de autores que se debruçaram sobre o tema — mais clássicos e contemporâneos. Aliás, amanhã de noite também farei um space com alguns convidados.
Só para concluir: foi somente no ano de 1973, no Terceiro Congresso de Umbanda, que o dia 15/11/1908 foi elevado ao status de Dia da Fundação da Umbanda. Analisando essa tardia conclusão, Giumbelli e concordam ao afirmar que a história do Zelio trata-se d uma construção histórica
Giumbelli, indo mais além, aponta que num contexto de desato e enfraquecimento das organizações da Umbanda à época, surgia a necessidade de se criar uma história, um mito que não só refletisse as aspirações ideológicas deste determinado grupo social hegemônico, mas que
e também os seus valores e os valores daquilo que estes aspiravam à Umbanda. E notem: o mito de Zélio consolida-se durante a Ditadura Militar de 1964, nos Anos de Chumbo, num contexto de ampla fomentação patrimonialista e chauvinista da cultura brasileira, emergindo como a
validação espiritual do mito fundante da sociedade moderna brasileira: a democracia racial. Diana Brown dirá que o espiritismo e a Umbanda branca receberam considerável apoio político durante a Ditadura de 1964, como retaliação do próprio regime à Igreja Católica por conta da
crescente da assim chamada “Teologia de Libertação”. validação espiritual do mito fundante da sociedade moderna brasileira: a democracia racial. O projeto de legitimação da umbanda seguiu os passos da empreitada de afirmação da identidade nacional promovida pelo Estado, sendo um
projeto inculcado na sociedade da época devido às mudanças políticas e sociais ocorridas naquele período. Ele inicia-se na década de 20/30 e adentra todo o século XX, tendo o nítido intuito de: 1º institucionalizar a Umbanda; 2º desafricanizar a umbanda…. Veremos isso depois.

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Nov 16
Diferente do que se propaga, a imagem branca de Iemanjá não é fruto de um sincretismo entre orixá x santo católico. A imagem branca de Iemanjá foi construída pelo movimento da umbanda Branca na década de 50, inspirados numa pintura que surge de uma “visão espiritual”.
Foi inspirada nessa pintura aqui. O historiador José Beniste dirá que essa pintura foi feita pelo marido da Dra. Dala Paes Leme — uma das expoentes da Umbanda Branca à época —, uma vez que a mesma seria filha de Iemanjá. Outros dizem que ela, Paes Leme, teve uma visão espiritual Image
com uma mulher de cabelos escuros, pele branca e olhos verdes saindo do mar e pediu que alguém — essa versão da história não diz se foi seu marido — pintasse um quadro inspirado no sonho dele e no poema que ela escreveu do próprio sonho. O poema é o seguinte:
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Nov 10
Aṣọ funfun gbóyà mi
Aṣọ funfun ti Òrìṣàńlá
Aé, Àjálé òo
Aṣọ funfun ti Òrìṣàńlá

Essa famosa cantiga de Oxalá, cantada no Brasil, afirma serem as roupas brancas a fonte da nossa coragem.

Vale lembrar que o costume de usar branco na sexta vêm de uma revolta escrava
Da Revolta dos Malês, mais especificamente. A própria palavra “Àlà”, amplamente utilizada para se referir ao pano branco que cobre Oxalá, é de origem muçulmana. Os nossos panos de cabeça também. A sexta feira, aliás, é um dia sagrado para os muçulmanos.
No levante popular do dia 25/01/1835, estes mesmos negros, nagôs convertidos ao Islã e os nagôs não convertidos, reuniram-se trajando-se de branco, vestes sagradas para os nagôs convertidos e, para os nagôs cultuadores de òrìṣà funfun, também.
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Oct 12
Sobre Ọ̀ṣun: anualmente, no festival desta divindade na cidade de Òṣogbo, os seus devotos relembram da tentativa da invasão Fulani a Òṣogbo, que contou com o apoio estratégico e bélico dos britânicos. Esse conflito é importante e reverbera até hoje nos Terreiros do Brasil 👇🏾
Desde o início do século XIX, várias jihads eclodiram na África Ocidental, principalmente no território que hoje compreende a Nigéria. As etnias yorubas, que historicamente sempre tiveram uma relação conflituosa com os fulani, travaram duras batalhas nesse período.
Desde a invasão e do domínio completo da cidade de Ilorin em 1823, à invasão de e do saque do Palácio Oyo em 1835. Em 1840, foi a vez de Osogbo ser sitiada pelos jihadistas fulani. As forças de Usman Dan Fodio impuseram fortes derrotas aos soldados osogbos, que eram degolados.
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Sep 29
Afirmar categoricamente que a Umbanda é cristã por haver influências do cristianismo em seu corpo ritualístico, é como dizer que o neopentecostalismo é macumbeiro por sofrer influência das religiões de matrizes africanas. E as coisas não funcionam linearmente assim.
Aliás, o candomblé também tem muita influência cristã. Assim como o próprio culto tradicional yoruba, na Nigéria, também. Talvez porque a cultura desses povos tenha se organizado e esteja se produzindo, há séculos, em contextos de situações coloniais e, hoje, neocoloniais.
Agora, é equivocado e anti estratégico afirmar que a umbanda é mais cristã a despeito do candomblé, por dois motivos: porque isso, abstratamente, visa criar uma comparação entre algo que supostamente seria “menos negro” e algo que supostamente seria “mais negro”
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Sep 27
São Cosme e São Damião são dois santos de origem árabe. “Doum”, que é o terceiro irmão no catolicismo popular brasileiro, é de origem africana. Advém, diferente dos seus dois irmãos de consideração, não do catolicismo, mas da religião tradicional e da cultura popular yoruba.
Uma imagem de São Cosme e São Damião ao lado de Doum, o irmão mais novo. Image
Doum é corruptela de “Ìdòwú”, que seria o primeiro filho nascido após dois filhos gêmeos. Ou seja, o complementar de Ibéjì — gêmeos. Para os yorubas, Ibeji é não só os filhos gêmeos, mas uma divindade. Fato curioso é que os yorubas é o grupo étnico do mundo que mais tem
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Sep 27
Não existe racismo contra brancos, pois racismo é sempre uma relação de poder. A população negra não exerce poder sobre pessoas brancas, portanto, contra elas não podem ser racistas. Aliás, racismo contra branco é uma negação profunda da realidade nos moldes terraplanistas.
Quando se reduz racismo à exceção e não compreende a sua dimensão de regra, teorias anticientíficas e mirabolantes como “racismo reverso” ou até mesmo “não há racismo reverso, porque racismo é racismo para brancos e negros” surgem. Essa é uma visão liberal e racista do racismo.
O racismo é a regra da nossa sociabilidade. É o que inunda não só o que vai ao âmago do nosso ser, como o que organiza e sanciona a existência das instituições do poder público e privado. Não se resume a uma ação individual. Se assim fosse, seria fácil acabar com o racismo.
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