O presidente francês @EmmanuelMacron criou grupo com especialistas para analisar o problema da exposição das crianças às telas.
O grupo concluiu seus trabalhos em abril e foi publicado o relatório "Crianças e telas: em busca do tempo perdido", segue o fio:
O documento possui 142 páginas e está organizado em quatro partes principais que dialogam com o tema exposição de crianças e adolescentes a telas: 1) do que estamos falando? 2) isso é sério? 3) o que tem sido feito até agora? 4) quais são nossas ambições e como podemos torná-las realidade?
A Comissão reconhece a importância da tecnologia e as facilidades que traz, mas afirma ter ficado "abalada" com o que encontrou sobre o problema.
A tecnologia tem sido utilizada para confinar, alienar e subjugar as crianças e adolescentes por intermédio de estratégias que visam capturar sua atenção, de forma a controlar, reengajar e monetizar.
A Comissão se dirige diretamente às empresas digitais que estão antecipando e alimentando esse mercado.
Afirma que está consciente dessa mercantilização das crianças via telas e não gostou do que descobriu, direcionando seus esforços para retomar o controle das telas.
A síntese das conclusões da Comissão é a seguinte: 1) As crianças, assim como seus pais, vivem em um mundo em que as telas e a tecnologia digital desempenham um papel importante. As crianças são amplamente expostas a telas (uma média de 10 telas por residência!) e cada vez mais cedo, seja em casa, na escola, no espaço público ou usando os equipamentos disponíveis para seus próprios fins;
2) Está surgindo um claro consenso científico sobre os efeitos nocivos das telas em vários aspectos da saúde somática de crianças e adolescentes:
a) déficits de sono
b) estilo de vida sedentário
c) falta de atividade física
d) obesidade e patologias crônicas resultantes
c) problemas de visão
3) Os estudos sobre o impacto das telas no neurodesenvolvimento de crianças e adolescentes ainda precisam ser aprofundados, mas a Comissão adverte:
a) grande vigilância, pelo menos até o 4º aniversário da criança, quanto ao uso de ferramentas na presença dos pais
b) isso se estende aos profissionais que trabalham com crianças pequenas, tal exposição pode afetar a quantidade e qualidade das interações das crianças e gerar um efeito cascata nas habilidades socioemocionais e no desenvolvimento da linguagem
c) quanto a adolescência há vulnerabilidade no plano psicológico e comportamental
4) A exposição excessiva a telas e o uso de redes sociais representam fatores de risco adicionais quando há vulnerabilidade pré-existente na criança ou adolescente, como depressão ou ansiedade.
5) O acesso descontrolado das crianças às telas e a regulamentação inadequada do conteúdo ao qual os menores podem ser expostos, em termos de pornografia e violência extrema, representam um alto risco ao seu equilíbrio e, às vezes, até mesmo à sua segurança, especialmente se houver pouco diálogo com os adultos.
- a disseminação generalizada de certos estereótipos ou representações prejudiciais das relações entre homens e mulheres, da sexualidade e da "convivência"
- os riscos de confinamento causados por bolhas algorítmicas precisam receber mais atenção e as representações prejudiciais precisam ser desconstruídas.
- os perigos do crime de pedofilia nunca foram tão altos e estão presentes em todos os espaços digitais onde menores podem ser encontrados (videogames, fóruns e sistemas de mensagens em particular).
Por fim, a Comissão organiza um conjunto de 29 proposições em 6 eixos e enfatiza que não adianta implementar umas em detrimento de outras, fazer as mais simbólicas não resolverá o problema.
A Comissão aposta na educação, diálogo e apoio, mas deixa clara a responsabilização dos atores digitais.
Entre as proposições estão: 1) adotar uma linha dura contra a natureza viciante e confinante de certos serviços digitais, bani-los e, ao fazê-lo, devolver às crianças e aos adolescentes sua liberdade e a oportunidade de fazer escolhas reais.
2) abandonar o controle parental isolado, que tem suas limitações, e dar prioridade, graças à mobilização de todos os interessados, a soluções tecnológicas que permitam ampliar a proteção dos menores contra os conteúdos ilegais, qualquer que seja o ponto de entrada digital (celular, caixa, Wi-Fi, em casa, nas escolas etc.).
3) promover o acesso gradual às telas e o uso delas por menores, dependendo da idade. Essa abordagem de "caminho" gradual, fundamentada e apoiada deve garantir que as crianças e os adolescentes não sejam "jogados" no mundo digital sem apoio ou educação.
A partir do eixo 3, elaborei o seguinte quadro compreensivo
4) formar e acompanhar crianças e adolescentes no mundo digital, dentro e fora da escola.
- essa formação precisa ser mais ampla, mais progressiva e mais estreitamente vinculada às questões específicas das crianças e dos adolescentes.
- precisa ser acompanhada no local por adultos de referência capazes de responder às perguntas das crianças e dos adolescentes, mesmo que eles desejem fazê-las em um ambiente mais íntimo do que a sala de aula.
5) promover momentos e locais "desconectados", organizar rituais e desafios simbólicos de desconexão e garantir que a vida dos pais seja respeitada em um momento em que o teletrabalho se tornou generalizado, obscurecendo a fronteira entre a vida pessoal e profissional.
6) implantar uma estratégia global vencedora:
- um observatório para coletar e monitorar dados importantes sobre telas e a diversidade de seus usos
- um conselho prospectivo para enfrentar os desafios de uma revolução tecnológica acelerada pela inteligência artificial
- um sistema de financiamento da ação pública, da pesquisa e das associações, baseado no diálogo com os próprios atores digitais, mas com base em suas contribuições, de acordo com um princípio de "poluidor-pagador"
- uma estratégia de comunicação em larga escala
O título do post foi inspirado na música francesa "Les Marionnettes", pois ela me passa bem a ideia de que esses tecnologias promovidas por atores privados poderosos tornam nossas crianças e adolescentes verdadeiros brinquedos em suas mãos.
A pesquisadora Thais Rodrigues Marin analisou 1.197 artigos de opinião e 145 editoriais publicados sobre educação no jornal Folha de S. Paulo entre 2005 e 2020.
Ela identificou seis narrativas em análise categorial, vamos a elas:
1) A primeira narrativa: a da desqualificação da educação pública de modo geral no Brasil e a da consequente necessidade de reformá-la.
2) A segunda narrativa: se refere ao financiamento da educação e defende que não faltam recursos. O que falta é eficiência na gestão do Estado.
Este é o quadro salarial da Polícia Militar do Estado de São Paulo no que se refere aos Praças. +
Este é o quadro salarial dos Professores da Educação Básica do Estado de São Paulo. +
O projeto de lei que cria o Programa Escola Cívico-Militar no Estado de São Paulo estabelece que cada policial participante poderá receber 2,5 Unidades Básicas de Valor para cada 8 horas diárias.
1 Unidade Básica de Valor equivale a R$ 120,68, conforme Lei Complementar N° 1.388/2023. +
Não existe bilionário bonzinho, se já sabíamos disso, tenhamos certeza agora.
O relatório “Desigualdade SA” da @Oxfam mostra as 4 formas que o poder desses bilionários alimenta a desigualdade no mundo, são:
+
1) forçam a redução dos salários dos trabalhadores e direcionam os lucros para os super-ricos
- combatem os aumentos do salário mínimo
- defendem reformas que prejudicam os direitos dos trabalhadores
- restringem politicamente a sindicalização
- promovem retrocessos nas leis sobre trabalho infantil
+
2) evitam ao máximo pagar impostos
- promovem uma guerra sustentada e altamente eficaz contra a tributação
- através de:
a. planejamento tributário agressivo
b. uso abusivo de paraísos fiscais
c. incentivos fiscais
- cada centavo de impostos não pagos representa uma e feira que nunca será contratada ou uma escola que não pode ser construída
+