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Jul 23 51 tweets 9 min read Read on X
Não é ad hominem, é verdade. Ninguém sério leva a sério o Eli, por isso inclusive que ele rasteja pelo esgoto da internet e pelos círculos conspiracionistas da extrema direita.
Mas, de novo, ele está terminantemente errado. E está errado em noções básicas de história dos
conceitos. Um conceito não surge quando alguém o denomina, inclusive pensem bem no que isso significa, no quão absurda é essa proposição. Isso parte de um princípio absurdo quanto ao funcionamento das ciências e não só as sociais. Um conceito surge quando um elemento ou fato
social se torna tão patente na discussão que é necessário o diferenciar. E, mesmo assim, ele muda de diversas formas dentro de sua construção. Tem diversos autores, conservadores, progressistas, etc. que vocês podem ler sobre, por exemplo Quentin Skinner, Koselleck, Blumenberg,
Pierre Rosanvallon, Foucault, etc. E mais, a própria atribuição de um significado a um conceito é objeto de disputa política e científica, classe para Marx e Weber são conceitos diferentes ainda que se refiram ao mesmo processo, a diferenciação social que surge a partir das
mudanças no sistema produtivo. Liberdade para marxistas e liberais são conceitos diferentes, igualdade também. Por que? Porque marxistas e liberais abordam o mesmo processo histórico, de formação de nações modernas com instituições modernas a partir de horizontes normativos
diferentes. Por que isso importa? Porque quando o Eli, de forma imbecil fala que John Money CRIA os papeis de gênero, ele está afirmando que o conceito surge ali, mas não surge, ele apenas O NOMEIA. Como eu disse, laaaaaa atrás em Freud já se havia uma distinção entre
sexo biológico, sexo como desejo e COMPORTAMENTO DE SEXO, o que Freud chama de COMPORTAMENTO DE SEXO nós chamamos de gênero. A mesma coisa vai surgir na antropologia. Quando os antropólogos no fim do século XIX saem da Inglaterra e EUA para o pacífico, para a África, para o
Sudeste Asiático, para a América Central e Amazônia, para o Ártico, etc. eles se deparam com COMPORTAMENTOS DIFERENTES DE GÊNERO, que sim, no início, chamavam de COMPORTAMENTO DE SEXO, ou DIFERENCIAÇÃO SEXUAL NAS ATIVIDADES SOCIAIS. Eles percebe que em alguns lugares mulheres
eram líderes na política e religião, em outros não; que mulheres tinham ritos iniciáticos quanto à maturação sexual em idades diferentes (coisas que nós temos, "virar mulher" no Ocidente era menstruar, poder reproduzir, que era a idade mínima para casamentos na maior parte do
Ocidente à época); que mulheres em alguns lugares podiam guerrear e fazer trabalho braçal, em outros não e, principalmente, percebem que há identidades de gênero ou de COMPORTAMENTO SEXUAL não atribuídas a ter a genitália masculina ou feminina em diversas sociedades de forma não
patológica, como Hijras na Índia, cuja definição estava codificada EM LEI desde o século XIII.
E é isso que importa aqui, é essa a discussão que o Eli não percebe ou não entende ou, o que eu suspeito, tenta escamotear por mau caratismo. A discussão de COMPORTAMENTO QUANTO AO
SEXO BIOLÓGICO, no Ocidente, mais do que politizada era patologizada. Ser homossexual era considerado mais do que crime (e era, ô se era), era considerada uma DOENÇA. Ter diforia de gênero, se identificar com o gênero oposto ou com uma ausência de gênero era considerado DOENÇA.
E é por isso que o John Money vai ESCREVER SOBRE PAPEIS DE GÊNERO, porque ele estava fazendo um doutorado em PSIQUIATRIA na ESCOLA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE HARVARD. O termo surge na sua tese de doutorado, requisito para o PhD. Não é nas ciências sociais, é nas ciências
BIOLÓGICAS. Sabem por quê? Porque Money, como MÉDICO, estudava HEMAFRODITISMO, a noção de que nascer com um sexo biológico específico mas ter um comportamento social diferente era uma DOENÇA INCURÁVEL exceto por lobotomia ou tratamento de choque.
O que Money vai fazer, em uma tese de doutorado de 822 páginas no departamento de medicina de Harvard é fazer um amplo estudo clínico em MANICÔMIOS e concluir que a confusão entre sexo e gênero é que era o problema. Inclusive a solução dele ainda pressupunha que a transforia era
uma DOENÇA, mas ele entendia que com terapia e troca de sexo se resolveria, por isso que estudiosos de gênero vão o criticar depois.
Então vejam, Money apenas traz para a psiquiatria e categoriza algo que diversos autores, inclusive Mead apontavam, mas apenas tratavam dentro da
polissemia do significante sexo, que possuía diversos significados. Que o comportamento esperado quanto ao Sexo VARIA quanto à cultura e quanto à sociedade. Ele não criou nada. A sociedade, os fenômenos sociais, existem À PARTE das ciências sociais, o que as ciências sociais
fazem é estudar esses fenômenos. Adam Smith não criou o processo alocativo no mercado, Marx não criou classes sociais, Bentley não criou gênero, eles apenas os identificaram, categorizaram e os tentaram explicar.
E isso ocorre em TODA ciência. Um belo dia descobrimos o que era
um tumor, outro belo dia descobrimos que nem todo tumor é igual e os categorizamos a partir de origem, e em um terceiro dia descobrimos que mesmo entre essas categorias diferenciadas havia diferenças, então passamos a ter Linfomas de Hodgkin e Linfomas Não-Hodgkin. E assim vai...
Inclusive, a acusação ridícula de que Money não estava fazendo ciência -de novo, ele estava escrevendo uma tese de doutorado no departamento de psiquiatria de Harvard- mas atendendo às demandas de movimentos políticos leva a uma CONTRADIÇÃO no argumento do Eli. Porque se ele
simplesmente incorpora a noção de papeis de gênero de movimentos políticos, significa que este conceito existia ANTES de ele escrever sua dissertação, e, assim, ele não o criou. Só que essa é uma acusação burra, ahistórica, qualquer um com uma noção en passent sabe que a
discussão de gênero dentro do feminismo como movimento político só surge malemá no fim dos anos 1970, e só ganha força na terceira geração, do feminismo interseccional.
Vamos para a segunda parte do argumento. Quando ele fala de Boas, determinismo cultural e construção social, é um completo desastre. Um moleque que assistiu duas aulas de introdução às ciências sociais sabe que ele está errado.
Vamos lá, cultura e sociedade são coisas diferentes, bem diferentes na realidade. Franz Boas é um dos pais da antropologia cultural nos EUA, sua principal construção metodológica é IR CONTRA O DETERMINISMO BIOLÓGICO, de achar que a BIOLOGIA explica TODO o comportamento social.
Lembrando, estamos falando do fim do século XIX, a moda da época era frenologia e eugenia. Boas vai afirmar que MESMO TRAÇOS BIOLÓGICOS são determinados por fatores culturais. Por exemplo, restrições alimentares com base na religião afetam o desenvolvimento físico das pessoas
outro exemplo são fatores culturais determinando o que é atraente, o que, por sua vez, afeta a seleção natural e a perpetuação de certos traços fenotípicos. Ou seja, o que Boas está criticando é a ortogênese.
E, em particular, Boas vai criticar a noção vigente de que haveria comportamentos naturalmente superiores aos outros. A relevância de Boas aqui é afirmar que o comportamento humano não é um fenômeno NATURAL, mas NATURALIZADO, ou seja, mesmo o que é biológico é também determinado
pela cultura. Qual a relevância disso? Para a época, significa que um negro não era inferior ao branco porque ele tocava tambores e não violinos e ESPECIALMENTE PARA A NOSSA DISCUSSÃO que papeis atribuídos aos sexos em diferentes culturas são diferentes, mas não piores/ melhores
É isso que Mead vai trazer sob influência dele quando vai a Samoa e, especialmente, como intelectual pública. Não é DETERMINISMO CULTURAL, é RELATIVISMO CULTURAL. Passou a ser METODOLOGICAMENTE ERRADO, BURRO, assumir que uma definição cultural era superior a outra.
E é esse ethos científico que impacta muito as discussões da época. É por isso que em 1940 criamos um código penal definindo positivamente um marco cronológico para a maturidade sexual, 18 anos, ao invés de assumirmos que as tradições católicas eram superiores ou que o
comportamento vitoriano/ eduardiano era superior. E isso impacta a discussão de gênero porque toda a noção de sexo na virada do século XIX estava relacionada aos papeis determinados culturalmente no Ocidente, inclusive na biologia. Por exemplo, se definia a velocidade de
locomotivas de acordo com a presença ou não de mulheres porque se acreditava que seu caráter gentil as tornava insustentáveis para velocidades altas.
A contribuição de Boas é mostrar que esse viés é ACIENTÍFICO.
Pausa para o almoço, já continuo.
Voltando. Você não precisa ser da linhagem boasiana ou da antropologia cultural para achar que a cultura causa diferenciação social de comportamentos. Você pode ser um economista neoinstitucionalista e, portanto, acreditar que o comportamento é SOCIALMENTE DETERMINADO, como, por
exemplo, Acemoglu (sim, esses imbecis adoram usar o Why Nations Fail? Sem entender que o Acemoglu acredita que o comportamento é socialmente determinado) e ainda assim ver papel da cultura na formação do comportamento humano. Inclusive papeis de gênero nber.org/papers/w28832
Só por isso dá para jogar fora tudo o que esse imbecil falou sobre Boas e "determinismo" cultural. Mas não para por aí.
Como eu disse, cultura e sociedade são coisas bem diferentes. Se nos EUA você tinha a antropologia cultural voando no início do século XX, na Inglaterra, em oposição a eles, especialmente na London School of Economics você tinha a Antropologia social, influenciada por Malinowski
e Radcliffe-Brown. O que muda mais é o enfoque na formação material da sociedade e como as necessidades materiais afetam o comportamento humano. Menos arte, pensamento, ideias, narrativas, mais escassez, acesso a bens, etc. São escolas no início EM OPOSIÇÃO, inclusive em
metodologia de trabalho de campo. A noção de construção social vem deste conflito, em particular de correntes que estão observando estes funcionalistas brigando e a partir disso se desenvolvem como o construtivismo e o estruturalismo de Levy-Strauss.
Quando o Eli, novamente, de forma imbecil acusa cientistas sociais (e eu não sou um cientista social, sempre bom lembrar) de serem escravos de um pensamento de um francês morto, ele está olhando para um espantalho do pós-estruturalismo. Só que a noção de que o comportamento e os
papéis sociais são socialmente construídos não tem tanto a ver com pós-estruturalismo. Na realidade, desde o século XIX a economia falava isso. Vocês já devem ter ouvido o termo dismal science atribuído à economia, ela vem de defensores do modelo escravista que estavam putos com
economistas do século XIX que diziam que os papéis atribuídos às mulheres e negros eram resultado de forças de oferta e demanda, ou seja, socialmente construídos, e que não necessariamente eram ótimos. Se você estudou economia ortodoxa nos últimos 100 anos vai ver que toda
atribuição de qualquer papel em uma sociedade é socialmente construída a partir das forças produtivas. Não precisa ser marxista, pós-estruturalista (que aliás voltam com o papel cultural), foucaultiano, decolonial, blablabla... basta ler Gary Becker. Ou seja, é... liberal tbm.
O que nos leva ao ponto central. Se observamos que qualquer definição de mulher varia em relação a diferentes sociedades e que o comportamento é socialmente definido, determinado, influenciado... depende da gradação que você quiser, precisamos de uma definição ampla de mulher.
Uma definição que seja capaz de abarcar fatores culturais (signos) e sociais (papelo social e produtivo). Ou seja, uma definição condicional à variação por isso, é isso que há na definição que eu dei que, por sinal, galera de teoria de gênero diria que é conservadora e
positivista demais. Não por acaso é a definição presente em livros de Genética, o campo que Eli afirma pertencer, como este abaixo e em estamentos sociais de cientificidade, instituições que padronizam o comportamento científico, como a OMS

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O que nos leva ao último ponto. Que é o ponto central para determinar o comportamento, um ponto... político. "a metodologia de distinguir sexo de gênero não é útil nem necessária"
Não é útil e necessária para quem? Para a OMS parece ser, para cientistas sociais parece ser, para
diversos médicos e biólogos parece ser. E parece ser, inclusive, porque lidamos com fenômenos sociais complexos que precisam de diferenciação.

Este apagamento é um ponto político e parte do preconceito do Eli, não só da transfobia e machismo, mas da ideologia como um todo.
E o Eli é tão ideologizado, tão preso aos seus preconceitos que se exila da academia para frequentar grupos de extrema-direita conspiracionistas, tendo intereseção com gente que defende, por exemplo, o fim do ensino de evolução e retomada do criacionismo nas escolas.
O fazer científico é um ato político em si, não tanto porque você escrever uma equação no quadro negro é um ato ideologicamente informado, mas a recepção da ciência, o papel atribuído e até onde se pode ir com ela é socialmente e politicamente determinado. Mesmo nas ciências
naturais, não fosse esse o caso, Copérnico não teria sido queimado na fogueira. É isso que está em jogo aqui, ao negar o procedimento científico, de forma um tanto quanto burra, mas ainda assim negar, Eli está fazendo um movimento político, inclusive sinalizando para amigos.

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Jul 22
Em geral, pessoas minimamente sensatas não levam muito a sério o Eli Vieira por motivos óbvios, mas aqui ele mostra como NÃO FAZER uma revisão de literatura. Ele simplesmente foi na Wikipedia e pegou o termo Gender. Aí sim, vai ver lá que o primeiro artigo sobre gênero como uma
característica socialmente observável é o "Sanity and Hazard in Childhood" publicado no American Journal of Psichology . Sério, não sei quem compra o livro do Eli Vieira, mas tá lá, era melhor ir na Wikipedia direto. Apesar do segundo parágrafo contradizer dx.doi.org/10.2307/1417846
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o primeiro, se o artigo do Bentley foi publicado no AJP, e foi, ele foi publicado em um periódico científico registrado. Essa é a razão 10^n pela qual não se deve usar Wikipedia como fonte científica.
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Jul 18
Toda essa discussão sobre CLT vs. PJ está sendo mal feita pq a resposta pra pergunta "faz mais sentido eu trabalhar como PJ ou CLT?" é depende.
Sempre fugi mais de economia do trabalho do que o diabo foge da cruz, então vai obviamente ter gente mais capacitada escrevendo, mas...+
Sei lá, alguns apontamentos. O primeiro é que regimes diferentes possuem métodos de cálculos para avaliar o bem-estar final. Se você pode escolher entre um contrato PJ e um contrato CLT a primeira coisa que você tem que saber é que você TEM que pedir mais em um contrato PJ que em
um CLT, por causa dos benefícios. Se você vai trabalhar como PJ, deve saber como calcular a diferença. Por exemplo, vamos supor que você vai ganhar 5000 reais de salário bruto com 880 reais de VR (40 reais por dia) e 440 reais de VT (20 reais por dia), considerando a tributação
Read 35 tweets
Jul 18
Sintam o drama fiscal do Haddad:
HOJE, dia 18 de junho, o déficit primário está em 2,5% do PIB, a meta no fim do ano é de 0%.
O governo precisa, para começar a conversar, cortar uns 30 bi pelas minhas contas.
A equipe econômica propôs 20
Haddad hoje anunciou contigenciamento de +
3,8 bi e bloqueio de 11,2. Ou seja, 14 bilhões a menos. A maioria, quase tudo, de programas sociais.
Mas a "ala política" do governo foi em peso falar com Lula que 20 bilhões de corte é absurdo, que vai, e eu não estou brincando, travar a máquina pública. Querem no máximo 10 bi.
O problema? 20 bi não é nem 10% do déficit estrutural. Se Lula resolver dar um aumento do salário mínimo, todo o efeito do corte vai pelos ares...

É isso aí meus amigos, ao que tudo indica, o Novo Arcabouço Fiscal não chega a 2026...
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Jul 17
Muita gente viajando bastante na relação entre política e tributação no Brasil, por causa dos memes do Haddad. Tem heterodoxo, parcelas da elite intelectual e liberal chinelão falando muita besteira. Então, sei lá, vou dar os meus pitacos, pelo menos tem referência.🧶
Vamos voltar lá para o início dos anos 1980. Entre 1930 e 1980 o Brasil adotou um modelo que é melhor descrito por Wanderley Guilherme Santos, no livro Cidadania e Justiça de 1979, como o de cidadania regulada. Esse modelo era caracterizado por uma relação de extenção limitada de
cidadania apenas aos trabalhadores formais e urbanos, ou seja, para votar (quando se era permitido o voto) e especialmente ter acesso a serviços básicos como saúde pública e previdência era necessário um vínculo empregatício formal. Colocando de forma clara, para ser cidadão no
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Jul 13
Eu só vi essa resposta do Felipe agora, por dois motivos:
I- Eu silenciei ele
II- Eu silenciei a thread
Raramente perco tempo discutindo com quem defende a ditadura, mas aqui o Felipe desinforma demais. Vamos responder ponto a ponto aqui nesssa thread 🧶
1) Em primeiro lugar, Felipe está cometendo dos maiores erros possíveis imaginários aqui, já de princípio: Analisando amostras diferentes! Em 1960 55% da população brasileira morava em áreas rurais, onde não havia extensão propriamente da CLT e, em particular, do salário mínimo.
Em 1970 havia 44% da população em áreas rurais, em 1980 havia 34%. Notem o dado que ele buscou no censo "pessoas com renda ganhavam até 1 salário mínimo", se ele se der ao trabalho de olhar a estatística que ele está vendo o efeito vai ser uma concentração maior de pessoas que
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Jul 10
Vamos lá (ignorando que ele me chamou de liberal, até porque ninguém leva esse cara muito a sério), apenas no espírito de informar.
O Brasil adota um sistema de metas de inflação desde 1999, e desde a Lei de Responsabilidade Fiscal ele declara metas de resultado primário, com +
poder efetivo de regra fiscal desde 2023 quando o governo de Luis Inácio Lula da Silva aprovou o seu Novo Arcabouço Fiscal. O governo definiu a meta fiscal de deficit zero e o governo, por meio do seu peso no Conselho Monetário Nacional, definiu a meta de inflação de 3%.
Quando o governo se compromete com as metas, dizemos que a política macroeconômica é crível. A definição de credibilidade em macroeconomia é essa, literalmente: quando os agentes acreditam que o governo vai cumprir o que ele promete, vide aeaweb.org/articles?id=10…
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