1️⃣ El Salvador’s Nayib Bukele is on a roll. At home, he enjoys approval ratings above 80 percent. Abroad, his profile is rising fast. His TikTok following—11 million—is bigger than El Salvador’s population, and much of his content is in English. 👇🧵
2️⃣U.S. right-wing figures see Bukele as an inspiration. After Tucker Carlson and Donald Trump Jr. attended his inauguration, Carlson wrote that Bukele “may have the blueprint for saving the world.” Trump called him “one hell of a president” during his White House visit.
3️⃣Since taking office in 2019, Bukele has turned El Salvador from one of the most dangerous countries in the Americas into one of the safest. In 2024, its homicide rate of 1.9 per 100,000 was lower than the U.S. rate. But his anti-crime strategy is hardly replicable elsewhere.
4️⃣Bukele imposed repeated states of emergency, suspending constitutional rights more than 30 times. Security forces detained tens of thousands—many without criminal records—and sent some to CECOT, the world’s largest prison.
5️⃣Across Latin America, Bukele has admirers. Leaders in Peru, Argentina, Honduras, and Ecuador praise his approach, and visiting CECOT has become a political photo-op. Yet it’s unlikely other governments will fully adopt Bukele-style policies. There are four main reasons why.
6️⃣First, El Salvador’s small size makes its model hard to replicate. With 6.3 million people, it has imprisoned 110,000—1.7% of its population, the highest rate in the world. Brazil would need 3.4 million inmates to match that rate; it already struggles with 830,000.
7️⃣ Second, Salvadoran gangs are far weaker than Brazil’s PCC or Mexico’s cartels. Mexico’s Calderón used a militarized strategy similar to Bukele’s in 2006. Instead of reducing violence, it triggered an escalating conflict that still plagues the country.
8️⃣ Third, Bukele’s crackdown has deeply eroded democracy. He dismantled checks and balances, suspended due process, coerced courts, and oversaw arrests of critics. His reelection violated El Salvador’s constitution. Journalists fled. The model requires authoritarianism.
9️⃣ Finally, predictions of a Bukele-style wave assume rising violence regionwide. But crime has fallen in many countries: Brazil’s homicide rate has dropped since 2017; Colombia, Honduras, Guatemala, and Belize have seen declines since 2015. The region’s trends are not uniform.
🔟 El Salvador’s violence fell before Bukele took office, and evidence suggests he negotiated with gangs. His government also undercounts homicides. Bukele’s brand may appeal to the global right, but no country is likely to copy his model anytime soon.
1⃣ A movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe nas últimas semanas reacendeu na América Latina um temor que muitos julgavam superado: a Doutrina Monroe. Anunciada em 1823 e reforçada em 1904, ela guiou intervenções e moldou a desconfiança regional. 🧵👇
2⃣ Ainda antes da chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford ao Caribe, Washington já havia realizado cerca de 20 ataques contra lanchas que alegou serem de “narco-terroristas”. Essas ações deixaram ao menos 80 mortos e levantam sérias dúvidas legais.
3⃣ Não houve comprovação de combate armado nem garantias de distinção entre alvos militares e civis. E permanece incerto se o objetivo é destruir infraestrutura de narcotráfico, forçar mudança de regime ou apenas exibir poder militar na região.
🧵1️⃣ Às vésperas da 80ª Assembleia Geral, a ONU enfrenta a crise mais grave desde sua criação. Trump suspendeu a participação dos EUA em várias agências, reduziu e atrasou contribuições financeiras. A ONU recorre a austeridade inédita para sobreviver.
2️⃣ O governo americano não só corta aportes, mas bloqueia avanços em áreas que chama de “woke” — gênero, clima e desenvolvimento sustentável. A estratégia de Trump é reduzir presença, mas manter o veto no Conselho de Segurança.
3️⃣ Em teoria, abre-se espaço para outras potências. Mas imaginar China e Rússia ocupando o papel dos EUA é ilusório. Pequim busca cargos, mas atrasa pagamentos; Moscou carece de recursos e enfrenta isolamento desde a invasão da Ucrânia.
1️⃣ As eleições na Bolívia no último domingo foram um verdadeiro terremoto político: após quase 20 anos de domínio do MAS sob Evo Morales e Luis Arce, os três primeiros colocados no 1º turno vieram da direita: Paz Pereira (32,1%), Tuto Quiroga (26,9%) e Doria Medina (19,9%). 🧵
2️⃣ O principal candidato da esquerda, Andrónico Rodríguez, teve apenas 8,1%. Logo após a divulgação dos resultados, tanto ele quanto Medina reconheceram a derrota — um sinal importante de amadurecimento político e respeito às instituições democráticas.
3️⃣ O contraste é evidente: nos EUA em 2020 e no Brasil em 2022, Trump e Bolsonaro não só rejeitaram o resultado, como mobilizaram apoiadores contra a legitimidade dos vencedores. Na Bolívia, Rodríguez afirmou: “Aceitamos com respeito esta decisão democrática.”
1️⃣ Nem irrelevante, nem salvador: o BRICS em tempos de Trump
A visão binária sobre o grupo ignora que ele tem alguma utilidade, mas com claros limites — e que o Brasil precisa apostar no multi-alinhamento. 🧵👇
2️⃣ O retorno de Trump à Casa Branca teve efeito inesperado: dar novo fôlego ao BRICS. Sua retórica errática, tarifas punitivas e ameaças contra o bloco reforçaram a necessidade de diversificar parcerias e reduzir a dependência de Washington.
3️⃣ Até na Índia, que estreitava laços com os EUA há décadas, as tarifas-surpresa de Trump reforçaram a percepção de risco de depender demais de um aliado volátil, levando Nova Délhi a valorizar mais o multi-alinhamento como seguro geopolítico.
1⃣ The real casualty of sanctioning Brazil’s Chief Justice Alexandre de Moraes under the Magnitsky Act isn’t him—it’s the Magnitsky Act itself. A tool designed to those involved in gross human rights violations is being weaponized for political theater. 🧵
2⃣ I disagree with several of Moraes’s rulings. But applying the Magnitsky Act to a judge in a democratic country because the US president disagrees with his rulings undermines the entire purpose of it—and hands authoritarian regimes a reason to dismiss it as politicized.
3⃣ Some Trump and Bolsonaro supporters will cheer this move. But the personal impact on Moraes—who is used to death threats and court battles—is likely to be minimal. The damage to U.S.–Brazil relations, however, is immeasurable.
1⃣Instalou-se um elemento de incerteza excessiva na relação bilateral com Washington, que obriga o Brasil a acelerar o processo de diversificação de parceiros para reduzir sua exposição aos EUA – não apenas no âmbito comercial e financeiro, mas também no tecnológico e militar 🧵
2⃣Mesmo que um acordo seja fechado antes de 1º de agosto, o Brasil precisa se preparar para o pior: tarifas, sanções e até rompimento diplomático. Tentar preservar laços com os EUA e diversificar parceiros são estratégias que devem caminhar, portanto, juntas.
3⃣A tarifa de 50% equivale, na prática, a um bloqueio ao mercado americano para produtos brasileiros – especialmente os de maior valor agregado. Em 2024, os EUA absorveram 12% das exportações do Brasil.