Gᴀʙʀɪᴇʟ Fᴇʀʀᴇɪʀᴀ ᵠ ※ Profile picture
Philosophy Professor. Metaphysics, 19th Century Philosophy, Theology, Wine, and Blues. Fulbright Postdoctoral Visiting Scholar @pitttweet.
Sep 8, 2021 12 tweets 3 min read
Vira e mexe me perguntam esse tipo de coisa e vejo também esse tipo de afirmação apodítica, tal como a @the_stardust recebeu. Mas creio que haja aí um erro na própria pergunta sobre "por onde começar". Deixa eu glosar o mote um pouco: 1. Em geral a pergunta "por onde começar a ler o filósofo X?" pressupõe que haja uma resposta única e disjuntiva: ou o texto ou um comentador. Tal pressuposto engana-se porque ignora o verdadeiro objetivo a buscar;
Nov 18, 2020 7 tweets 2 min read
Tenho visto em vários lugares um renovado interesse pelo problema do conflito entre a modernidade (ou pós, hiper et caterva) e o cristianismo. Li dois artigos de op-ed por esses dias sobre o tema. Então, uma ou duas palavras sobre a melhor coisa que eu já li sobre o tema: Image 1. A tese fundamental de Siedentop é que o cristianismo foi e é a condição de possibilidade das características da modernidade que são justamente as ferramentas para o ataque às suas bases: noções como individualidade e sua respectiva liberdade,
Aug 3, 2020 4 tweets 1 min read
Bem, Pedro. Só algumas observações:

1. Primeiro, para ser totalmente honesto, você deveria dizer que o pai do mico em questão é o Olavo. Não é "da nossa direita", é do Olavo que foi o propagador da coisa. Há inúmeros textos dele em que ele menciona a "citação"; É importante dizer porque o Olavo simplesmente é incapaz de fazer exegese simples de texto. Você não irá dizê-lo, mas pra ser totalmente honesto com essa história, é preciso fazê-lo;
Jul 22, 2020 8 tweets 2 min read
Uma parte da discussão sobre o artigo do cancelamento a Aristóteles é bom sinal da falta de capacidade de realmente se compreender um argumento. É óbvio que não há problema algum em postular qualquer pergunta. Qualquer uma, Gabriel? Sim, qualquer uma. No entanto, um tratamento filosófico sobre uma pergunta pode se dar em ao menos uma de três perspectivas:
1. Fixar a pergunta como real problema;
2. Dissolver a pergunta pq ela aponta a um falso problema;
3. Oferecer uma resposta a um problema.
Mar 25, 2020 7 tweets 2 min read
Penso que há várias camadas de "desgosto". Dou aulas presenciais e EAD há alguns anos e, creio, tenho uma amostra razoável do assunto. Há muitas razões: 1. EAD é como aquela cena de Woody Allen após sair da terapia de casal: "Salvar meu casamento só depende de mim. E se depende de mim, não vai dar certo". No Br, especialmente, alunos não têm treinamento para estudarem por conta própria, não sabem como fazê-lo;
Apr 26, 2019 9 tweets 2 min read
Para além da crítica óbvia, há um aspecto que eu gostaria que meis colegas não deixassem de ver e sobre o qual não deixassem de pensar. Thread. Se é verdade que a suspeita sobre as humanidades tem certa origem numa mentalidade que ultrapassa a situação específica do Brasil e o anti-intelectualismo da nossa nova elite política, só isso não explica todo o fenômeno.
Apr 11, 2019 11 tweets 2 min read
Uma palavrinha de Stuart Mill:

“Antes de abandonar o tema da liberdade de opinião, é conveniente ter conhecimento daqueles segundo os quais a livre expressão de todas as opiniões deveria ser permitida... sob a condição de que seja feita de maneira moderada, sem ultrapassar os limites de uma discussão respeitosa. Haveria muito a dizer sobre a impossibilidade de fixar onde estariam esses limites; porque, se o teste for o da ofensa àqueles cuja opinião está sendo atacada, penso que
Apr 9, 2019 4 tweets 2 min read
Aliás, você não precisa acreditar em mim ou no presidente. Os dados sobre as universidades no Brasil - públicas e privadas - são todos públicos e acessíveis na Plataforma Sucupira da CAPES: sucupira.capes.gov.br/sucupira/publi… Para quem não sabe, todas as universidades com pós-graduação são obrigadas a fornecer, através do sistema da CAPES, todas as suas informações de produção docente e discente.
Mar 10, 2019 9 tweets 2 min read
Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas grande parte da história de que não se analisa ou se "refuta" a obra de Olavo repousa sobre ao menos duas más compreensões nucleares sobre a história e a natureza da filosofia. Historicamente, a ideia, fomentada por ele próprio e por seus seguidores, de que a refutação seja um juízo decisivo e final sobre uma filosofia, como geralmente ocorre nos círculos olavianos ao dizerem coisas como "Olavo refutou Kant" ou "Olavo refutou Wittgenstein", é um engano.