Gabriel Brasil Profile picture
Economist. Geopolitical risk analyst with a focus on the energy transition, ESG and climate change at @control_risks. Views my own.
Mar 8, 2023 4 tweets 1 min read
Respeitando o contraditório, acho isso aqui um raciocínio bastante limitado. Investimento em eólicas offshore faz sentido, a priori, em vários sentidos:

1) descarbonização
2) viabilização do hidrogênio verde
3) redução da dependência hidro

braziljournal.com/tres-motivos-p… Claro que o papel da Petrobras como vetor desses investimentos precisa ser bem pensado - governos passados erraram mt nessa frente. Mas mesmo se fosse empresa privada, guinada estratégica p/ fora dos fósseis está mt atrasada, desperdiçando o notório potencial da costa brasileira.
Oct 19, 2022 5 tweets 1 min read
10 fatos verificáveis para não esquecermos - um breve fio:

1) Bolsonaro, de 67 anos, disse ter "pintado um clima" com adolescentes de 13, 14 anos

2) O Brasil tem 3% da população mundial, mas teve 11% das mortes globais por covid-19 3) Um dos braços direitos de Bolsonaro nos últimos 4 anos, o ex-CEO da Caixa Pedro Guimarães, é investigado após múltiplas denúncias de ser um assediador sexual serial

4) Bolsonaro se opôs à aquisição de vacinas enquanto morriam mais de 1000 pessoas por dia de covid-19 no Brasil
Oct 9, 2022 10 tweets 2 min read
O governo Bolsonaro não é pró-negócios: algumas evidências:

1) seu compromisso fiscal é frágil. Isso é expresso, por exemplo, pelo calote nos precatórios no ano passado, ou pela PEC dos combustíveis - em ambos os casos, populismo de manual. Explicam nossa alta taxa de juros. 2) Bolsonaro nos isolou do mundo. Nossa economia já era fechada. O fato de o presidente ter a política externa mais ideologizada da nossa história - vinculada quase que apenas a ditaduras, como a Hungria e a Russia - limitou nosso acesso a mercados importantes, como a Europa.
Oct 8, 2022 4 tweets 1 min read
Longe de mim querer pautar a imprensa, que faz um ótimo e importante trabalho, mas listo aqui algumas sugestões despretensiosas para jornalistas:

1) perguntar para Rodrigo Garcia como ele se sente em apoiar um presidente que disse querer “fuzilar” FHC, líder do seu partido 2) perguntar para Moro e Deltan se eles acham que Bolsonaro é honesto e promove o combate à corrupção

3) perguntar a Bolsonaro o que acha de um dos seus braços direitos do 1 mandato, o Pedro Guimarães, ser um assediador sexual serial
Aug 11, 2022 7 tweets 2 min read
Vamos avaliar isso daqui em 4 frentes.

1) fiscal: Guedes deixa de legado a destruição do teto de gastos, com o patético calote em precatórios e o empinamento do juro futuro - que próximo presidente precisará resolver. 2) monetária: Mesmo com BC independente, Guedes entrega inflação acumulada nos últimos anos que só é menor do que países como Argentina e Venezuela. O leite vai bater em dez reais.
Jul 6, 2021 14 tweets 4 min read
Incomoda mt a narrativa falaciosa repetida a cada novo caso de corrupção associado a Bolsonaro, que diz que “agora cai o mito do presidente incorruptível”.

Na vdd, por décadas, Bolsonaro sempre esteve marinado em escândalo, então resolvi resgatar uma dúzia aqui p/ rememorar:
👇 Começando por um clássico: o Laranjal do PSL

veja.abril.com.br/blog/radar/tse…
Dec 28, 2020 8 tweets 3 min read
Thread - o modelo Sueco contra a COVID

Já ouviram como "o caso da Suécia" se tornou chavão recorrente entre críticos do isolamento? Aqui eu compilo como progrediu esse case - de grande fracasso, até aqui.

1/n
Em março, a abordagem da Suécia ficou famosa porque era o único país desenvolvido a adotar o chamado 'isolamento vertical'. Ao contrário dos seus pares, o país não implementou lockdowns ou quarentenas mandatórias.

2/n

cnbc.com/2020/03/30/swe…
Dec 26, 2020 7 tweets 1 min read
Viver é melhor do que sonhar:

Em março, governo adota 1 campanha maciça de conscientização (distanciamento, conduta ao espirrar e tossir). Usam redes sociais - inclusive do presidente - e sms/whatsapp.

Em abril, com mais info, incentivam ventilação e máscara. Lockdown estrito. Desde o começo, mantém embaixadas reportando novidades relevantes de países desenvolvidos. Em junho, já desenvolve 1 plano de vacinação e fecha acordo c/ fontes múltiplas de vacina.

Faz 1 programa de contact tracing e testes em massa robusto aproveitando da capilaridade do SUS.
Nov 8, 2020 7 tweets 3 min read
Afinal, qual o saldo do bromance (abusivo?) entre Trump e Bolsonaro? Não é bom para o brasileiro.

1) em março de 2019, Trump forçou Bolsonaro a abrir mão do status preferencial do Brasil na OMC, em troca de um apoio no seu bid pela OCDE

(www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/03/…) 2) mas depois preteriu a candidatura brasileira em favor da argentina - ainda que sob subterfúgios (dw.com/pt-br/eua-apoi…)
Nov 8, 2020 6 tweets 1 min read
23h59: Eleição de Biden é a vitória da Frente Ampla, uma lição de pragmatismo pra esquerda brasileira

00h00: chapa com Moro e Huck não dá, viva o purismo “Moro foi parte do Bolsonarismo”.

Vocês sabem que para vencer o Bolsonaro é literalmente matematicamente imperativo que uma parte dos Bolsonaristas mude seu voto em comparacao a 2018, certo? E não sei se notaram, mas Moro não é mais parte do governo?
Jun 15, 2020 14 tweets 5 min read
A thread do Terra-planismo:

1) Terra disse que o COVID mataria menos gente do que a H1N1, que matou 2.100 pessoas no Brasil. Atualmente já temos 42.800 mortes confirmadas.

Seria um erro por um fato de 20x, mas as mortes seguem aumentando no milhar por dia, então é + que isso. Em 4 de abril, Terra disse que quarentena não servia para achatar a curva de contágio - como aconteceu com literalmente todos os países que fizeram uma quarentena direito.

May 17, 2020 12 tweets 2 min read
Fio do Risco Político

O Brasil hoje é um terreno fértil pro trabalho que fazemos. Há elementos pra sustentar elevados riscos em quase todas as categorias dentro da análise de risco político.

Em geral, a avaliação de investimento por multinacionais não deixa de pondera-los. Riscos de estabilidade política são sustentados por um presidente errático e agressivo frente às instituições, e cujo apoio é frágil e decrescente.

Há riscos relevantes também de longo prazo dada a erosão gradual da democracia que experimentamos.
Mar 20, 2020 5 tweets 2 min read
Mandetta & o mito do tecnicismo.

Entre janeiro e março, assistimos o mundo td aprender mt c/ o COVID-19.

Dps de mtas lições, ficou clara p/ maioria dos países a necessidade: (i) de fazer teste massivo; (ii) de antecipar isolamento social; (iii) de ampliar leitos de UTI;

1/5 (iv) de transmitir à população o senso de urgência adequado; (v) de coordenar esforços com outros países (sobretudo vizinhos); (vi) de respeitar os especialistas no limite.

Tudo competência direta e primária do ministério da saúde.

Na opinião de vocês, como nos saímos?

2/5
Mar 9, 2020 4 tweets 1 min read
Mercados vão passar pelo que a economia chama de correção - que, em tese, seria um ajuste espontâneo a uma precificação inacurada de vários ativos. Preços caem p/ refletir nova percepção sobre certas premissas.

O gatilho foi o COVID, mas não é bem sua causa. 1/4 Esta provavelmete tem mais a ver com a insustentabilidade de um novo paradigma financeiro que vivemos na última década: balanços inflados em função de juros anormalmente baixos nas costas de uma inflação adormecida.

2/4
Dec 12, 2019 10 tweets 2 min read
Chegando ao fim do ano legislativo, cabe fazer um balanço da agenda econômica do governo - errática e, em boa medida, aquém do que se espera de primeiro ano de governo (em que presidente conta com ainda alto apoio popular e o benefício da dúvida pelo Congresso): 1) Previdência: certamente maior mérito de PG e Bolsonaro em 19.

Herdou o debate encaminhado p/ Temer/Meirelles, mas foi feliz na ousadia de aumentar a potência fiscal da proposta (de 500bi p/ 800bi). Lado negativo ficou c/ reforma dos militares, que seguem com mts privilégios.
Jun 14, 2019 7 tweets 2 min read
Em tempos de debate tributário, um lembrete (em alguns casos repetido) de alguns pontos importantes:

1. Não existe imposto sobre "empresa". No limite, todas elas repassam custos adicionais aos seus consumidores - na medida da proporção do seu poder de mercado. (1/n) 2. Desoneração fiscal não vira necessariamente margem de lucro. Nem investimento. Nem aumento de consumo. Tudo depende.

O que não depende é o fato de que, em geral, desoneração vertical é ruim e distorce preços relativos. (2/n).
May 4, 2019 6 tweets 1 min read
Resovli modelar pela Teoria dos Jogos algo que sempre me intrigou: a placa de lembrete p/ que usuários de academias higienizem a cadeira de massagem (na vdd os aparelhos também) antes de o próximo usar.

É contraintuitivo, mas essa plaquinha não devia existir. (1/n) Ideia é que, qd vc vai usar o aparelho, nunca tem certeza se o usuário anterior o higienizou direito.

Assim, tendência é que vc acabe repetindo o processo, consumindo mais insumos (o paninho e o álcool). Caso vc não se importe tanto com isso, tendência é de se contaminar. (2/n)
Apr 13, 2019 4 tweets 1 min read
A ignorância do presidente sobre o sistema de preços (ao achar que estes são função do custo) é na verdade recorrente - e bem problemática.

Intuitivamente, tendemos a achar que preço depende do que o produtor gasta p/ ser capaz de vender o bem. Não é.

(1/n) Resguardadas condições de mercado (concorrência, simetria de informações, etc) preço é o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda - sempre.

Não importa se há lucro, prejuízo ou o que seja. O preço da paçoca do mercado do bairro e do avião da boeing é auferido assim. (2/n)
Nov 26, 2018 8 tweets 2 min read
Entendo que ngm tenha obrigação de compreender profundamente o tema, mas àqueles que se interessam pelo debate, queria sugerir um Manual de Boas Práticas pra discussão econômica, como segue:

1) não vale falar de juros em termos nominais; 2) não vale falar que somos ricos pois temos o oitavo PIB do mundo. É preciso se ater às medidas per capita qd falamos de riqueza;

3) não vale falar que temos a maior carga tributária do mundo. Não estamos nem no Top10;

4) nem a gasolina mais cara - passamos longe disso também;
Nov 18, 2018 9 tweets 2 min read
Notas sobre Liberalismo: ao contrário de parte falaciosa do debate, a discussão que importa na economia não é bem sobre o tamanho do Estado - mas sobre seu escopo.

Idealmente, Estado é bom regulador, não interventor. E sua grandeza depende. (1/n) É fato que Mercado é mais eficiente do que qqr planejador central na provisão de bens e serviços. Cabe ao Estado, então, garantir a livre concorrência (e corrigir falhas pontuais de mercado).

Em paralelo, escolha da sociedade deve focar no nível da rede de proteção social. (2/n)
Oct 16, 2018 4 tweets 1 min read
Ainda sobre o que tá fazendo o Trump: desde que assumiu, em 2016, os gastos do governo - hoje em 38% do pib (mais do que gasta o Brasil (!), - têm crescido acima da receita, que está em 31%.

A diferença é o déficit, que deve aumentar a dívida em quase 20% (em %pib) até 2021. O país segue o pleno emprego deixado por Obama, mas c/ trajetória de gasto parecida c/ a guinada da Dilma II, qd o negócio degringolou (tb havia pleno emprego).

O Tax Cut do Trump (versão melhor vendida das nossas famigeradas desonerações) não aumentou a receita (alô Laffer).