1/7 Atribuir a crise atual a chamada "Nova Matriz Econômica" é sintoma da indigência intelectual q tomou conta do debate econômico no BR. A NME é um "não-conceito": não há acordo sobre oq ela é, qdo começou ou qdo terminou. É um espantalho q serve p/suportar uma narrativa. 2/7 Usar um "não conceito", sem nenhuma definição clara, p/auferir relação de causalidade já soaria patético p/ qquer ciência séria. Mas o economista capricha: ele quer demonstrar causalidade de um "não conceito" com uma variável hiper complexa e multidimensional, como é o PIB.

1/6 O termo 'bolsopetismo' é uma excrescência intelectual, política, filosófica, econômica e sociológica produzida no debate brasileiro. Ele não diz nada, a não ser q vc é igualmente contra o PT e Bolsonaro. Na prática, isso diz mto sobre quem o usa do q sobre PT e Bolsonaro. 2/6 O termo 'petucano', usado anteriormente, já era uma simplificação grosseira, mas ao menos dizia respeito a dois partidos nascidos na luta pela democracia e com origem + ou - social democrata. Já o Bolsonarismo é a antítese do petismo em todas as dimensões.

1/13 Quem ganhou e quem perdeu nessa eleição? Para além da torcida e do sentimento, o balanço correto não é tão óbvio qto parece. Comparando apenas o números com os de 2016, o PSDB é o maior perdedor. Mas e para o tabuleiro 2022, quem ganhou e perdeu? epoca.globo.com/guilherme-amad… 2/13 O número de votos, prefeituras e "governados" são um indicador quantitativo, mas o tabuleiro político não se resume a isso. Se Bolsonaro perdeu nos números, não foi totalmente derrotado na política. Os partidos q lhe darão suporte (REP, avante, Podemos, PSC, etc) cresceram.

1/4 As declarações em defesa do teto são jogo de cena para negar oq todos sabem: O teto quebrou. Quebrou pq é mal feito, inadequado e impraticável. Mas tb pq não tem lugar no mundo pós pandemia. Bolsonaro quer o renda Brasil, militares querem infraestrutura. Oq Guedes quer? 2/4 Guedes quer destruir o Estado. E sabe q pra isso precisa de Bolsonaro vivo politicamente. Ele já aceitou q terá q furar o teto, mas só aceita furinhos num teto em ruínas, não quer trocar o teto, pois ele que garante a destruição do Estado no LP.

1/11 O debate sobre Renda Básica Universal (RBU) revela oq aproxima e separa as visões de "liberais" e "desenvolvimentistas" no Brasil. Ambos são favoráveis e contrários (sim, bem maluco né?) a algum projeto de renda básica, mas por motivos diferentes. Segue o fio pra entender. 2/11 A RBU é uma rede de segurança contra a pobreza. Recentemente, está sendo discutido seu papel como substituto do emprego, q está desaparecendo devido as novas tecnologias. Seu custo é alto e, sendo universal, seu impacto distributivo é menor do q políticas focalizadas.

1/6 @silviolual trouxe um debate fundamental no Roda Viva: a austeridade é compatível com a luta antirracista? Em primeiro lugar, é preciso ter claro oq significa austeridade: não é um corte pontual de gastos ou aumento pontual de receitas. É uma estratégia e uma ideologia. 2/6 Estratégia, pois aposta na redução do gasto (preferencialmente) como forma de aumento do crescimento e prosperidade social, no estilo contração fiscal expansionista e "trickle down economics". Ideologia, pois contrapõe Estado e mercado como opostos e salário apenas como custo

1/5 A apresentação do Guedes de hj é uma demonstração do que virou o debate público no Brasil: ideologia atrasada "respaldada" por dados falsos e mal interpretados. Eles nem se dão ao trabalho de colocar a fonte dos dados. É fakenews puro sangue! 2/5 Nesse gráfico, ele compara a CTB em 2017 de 10 países e diz q são dados da OCDE. Apenas no caso do Brasil, ele soma o déficit (qual, o nominal?) para chegar no valor final. Mas os dados dos países da OCDE p/ 2017 não batem com os da tabela do Guedes. oecd.org/tax/tax-policy…

1/11 O governo vai propor uma regra fiscal q limite a dívida pública. Parte do campo progressista aplaude, achando q irá limitar o pagamento de juros". Na realidade, irá acabar com qquer possibilidade de se fazer política fiscal anticíclica. Segue o 🧶. www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0… 2/11 Hj temos 3 regras p/ o gov. federal: regra de ouro (emissão de dívida), de primário (LRF) e de gastos (EC 95). A ideia é acrescentar uma quarta, de limite p/ dívida. A regra q "vale" é sempre aquela q, em determinado momento histórico, for a mais restritiva.

1/7 Qual o papel dos militares no governo Bolsonaro? Hj, duas entrevistas discutem esse tema. A primeira, do Leirner, vê Bolsonaro como uma peça na estratégia política dos militares. Útil, mas eventualmente descartável. bbc.com/portuguese/amp… 2/7 A segunda, do Marcos Nobre, aponta para as divisões (escondidas pela aparência de unidade) dentro dos militares. Dá a entender que os militares viram em Bolsonaro uma oportunidade de voltar ao poder, mas não como uma estratégia nem de forma unificada. bbc.com/portuguese/bra…

1/9 Desde o início da pandemia no Brasil, mais de 24 mil pessoas perderam a vida e mais de 1 milhão de trabalhadores perderam o emprego (CAGED). Bolsonaro quer q acreditemos que se tivéssemos mais mortes, teríamos menos desemprego. Essa tese é TOTALMENTE FALSA e é fácil provar 🧶 2/9 Em primeiro lugar, é preciso deixar claro: reduzir o isolamento significa mais mortes. Não há nenhuma controvérsia na ciência sobre isso. Estudos no Ceára, Amazonas, RJ e em outros países demonstram isso de forma incontestável. agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/…

1/13 Como financiar os gastos necessários para combater a pandemia? Esse tema tem dividido economistas e está recheado de confusões e preconceitos. Na realidade, existem três formas de "financiar" os gastos ex-ante e quatro formas de lidar com as consequências do déficit ex-post. 2/13 O gasto público pode ser financiado de três maneiras: 1) emissão de moeda (BC compra títulos do tesouro); 2) emissão de títulos (tesouro pega "emprestado" do setor privado) ou 3) uso da conta única do Tesouro (moeda contábil q não está em circulação entra em circulação).

1/8 Na nota 11 do CECON-IE/UNICAMP, analisamos o impacto da MP 936 (q prevê redução de salário e jornada) no rendimento do trabalho e na massa salarial, além dos custos dessa política pública. A conclusão não é nada favorável aos trabalhadores. Segue o 🧶. eco.unicamp.br/images/arquivo… 2/8 Em linhas gerais, a MP 936/2020 prevê a possibilidade de redução proporcional de jornada e salários, suspensão temporária do contrato de trabalho e pagamento do Benefício Emergencial (seguro desemprego) de Preservação do Emprego e da Renda.

1/6 Bolsonaro pode ser desumano, inepto e ignorante, mas é um estrategista político ousado e bem sucedido. Sua estratégia (delineada pelos filhos) se baseia em explorar e dialogar com o medo da população, criando inimigos e propondo soluções simples, q dialogam com o senso comum. 2/6 No caso da Coronacrise, ele segue o roteiro q lhe deu a vitória eleitoral: identifica o medo, cria o inimigo e a adota um discurso simples, q a maioria da população aceite. O medo é o de perder o emprego, a renda, a empresa. O inimigo são os governadores e a imprensa.

1/8 O debate sobre regras fiscais (teto, primário, LRF) "esconde" o verdadeiro debate q divide os economistas: qual deve ser o papel do Estado em uma economia capitalista periférica? Qual a melhor estratégia para desenvolver o Brasil, diante de sua visão ideal de sociedade? 2/8 Temos 4 grandes visões em debate hj: 1) o liberalismo radical (Guedes e fintweet), onde o Estado só tem o objetivo de evitar a miséria. Serviços públicos devem ser ofertados privadamente, o máximo que se aceita são vouchers. Na economia, nada estatal e pouca regulação.

1/8 Qual o risco de rever o teto de gastos? O risco país vai disparar e haverá fuga de capitais? O real vai desvalorizar e passar de 5? A inflação vai subir? O espaço fiscal vai ser gasto de forma irresponsável e com baixo impacto sobre a economia? Segue o fio. 2/8 A revisão do teto é urgente, pq ele é impossível de ser cumprido em 2021. Duas opções aparecem: substituir o teto por uma regra fiscal mais flexível (oq se faz no resto do mundo) ou criar uma nova regra fiscal ainda mais dura, que dê alguns poucos anos de sobrevida ao teto.

1/10 O que é mais provável, dada a correlação de forças atual: 1) Bolsonaro dar um golpe e destruir o que sobrou de democracia e estado de direito; 2) Bolsonaro sofrer o impeachment? Minha opinião: a probabilidade de ambas as hipóteses é bastante pequena. Segue o🧶. 2/10 O golpe é pouco provável por falta de motivação: 1) os militares já estão no poder, mais até do que na ditadura; 2) a esquerda segue longe do poder, fazendo barulho, mas sem capacidade de bloquear na agenda liberal; 3) o Congresso está alinhado com a agenda da burguesia.

1/9 PLANO GUEDES: O AI-5 ECONÔMICO.
O plano Guedes reúne um conjunto de medidas que suspendem os direitos sociais e o arranjo federativo previstos na CF 88, da mesma forma que o AI-5 suspendeu os direitos políticos e interferiu diretamente no "pacto federativo". 2/9 Ele foi criado para ativar os "gatilhos" fajutos previstos na EC 95. Esses "gatilhos", agora acionados com o não cumprimento da "regra de ouro" , promoverão um enorme arrocho dos gastos públicos, com foco particular no funcionalismo, sem diferenciar carreiras e salários.

CRONOLOGIA DE UM CRIME : 1 - Porteiro do condomínio onde mora Bolsonaro presta depoimento e diz que assassino de Marielle foi a casa 58, de propriedade de Bolsonaro. Informação é confirmada por livro de registro de visitantes do condominio. 2 - Witzel informa Bolsonaro de que seu nome está sendo investigado e que o MP irá levar o caso para o STF. Toffoli inicialmente não se posiciona e trava prosseguimento das investigações. correiobraziliense.com.br/app/noticia/po…

1/8 Há uma falsa dicotomia no debate econômico no Brasil: De um lado, defensores da austeridade pregam cortes de gastos e estariam comprometidos com o equilíbrio fiscal; de outro, críticos da austeridade querem aumento de gastos e não teriam compromisso com o equilíbrio fiscal. 2/8 A falsidade dessa dicotomia é evidente: austeridade não é igual a equilíbrio fiscal, nem criticar a austeridade é igual a defender o "desequilíbrio fiscal". Países que adotaram a austeridade muitas vezes passam longos períodos sem equilíbrio fiscal e sem crescimento.