Muitos dos promotores da CPI do MST não resistiriam a uma investigação sobre a origem dos seus latifúndios. Há vasta documentação sobre o crimes que foram cometidos nessa acumulação secular, que foi também expropriação.
Ricardo Kottscho publicou há mais de 40 anos uma série de + reportagens sobre a expropriação violenta das pessoas e das comunidades que viviam em uma das regiões que promove a farra do boi e da bala, preparando o terreno para o "agronegócio (que se diz) moderno". Saiu depois em livro (O Massacre dos Posseiros, pela Brasiliense). Mas +

Lembra da doença holandesa? Antes de ser holandesa, nos anos 70 (do século 20, após a exploração dos campos de gás e a criação dos gasodutos de exportação), ela foi uma doença da América Latina, desde sempre. + 1/ No Formação Econômica do Brasil, esse livro ainda inigualado, Celso Furtado começa por dizer que "a ocupação econômica das terras americanas é um episódio da expansão comercial da Europa".
O que isso quererá dizer? + 2/

Dicionário de conceitos contra a manipulação Investimento - é esforço que aumenta o estoque de capacidades de produção (incluindo as competências). Comprar uma ação é uma aplicação, não é um I. Pagar um professor para alfabetizar crianças é I. Plantar árvores é I. + É impossível contabilizar tudo o que a sociedade consome e investe e mesmo estimativas feitas por profissionais dedicados podem deixar escapar algumas coisas, inclusive importantes. E muitas vezes há erros, alguns induzidos por manipulações convenientes. +

Nos anos 70 e 80 houve um grande esforço tecnológico e industrial para substituir importações de fármacos para a saúde pública. Os produtos de maior volume de compras, candidatos aparentemente óbvios, são também aqueles em que a produção está concentrada nas grandes unidades+ de produção, hoje asiáticas, chinesas sobretudo. Todas as grandes vendedoras desses produtos (com marcas diferentes) vão comprar lá e os vendem com diferentes marcas comerciais. O caminho óbvio pode ser muito errado. +

A maior fragilidade do arcabouço é o tratamento comedido ao investimento público.
O que esperava? Uma conta segregada para um pacote robusto de investimentos públicos transformadores da nossa condição precária, resultado de tantos anos de subinvestimento. 1 + Pagaremos caro por esse comedimento. Por quê? Porque a modéstia do investimento público congela as deficiências e as insuficiências das estruturas de produção públicas e dos serviços de utilidade pública. Todas elas são custos privados e custos sociais. 2 +

1/4 Míriam: E o que você achou da ata do Copom com recados ao BNDES sobre a taxa de juros
subsidiada?
André: Achei uma expressão impressionante da arrogância do BC de extrapolar sua competência, suas atribuições jurídicas. 2/4 Por lei, autonomia operacional para garantir a
estabilidade de preço e sustentabilidade do sistema financeiro e o pleno emprego. Mas o BC não tem o que dizer sobre questão fiscal, não é atribuição do Banco Central.

"Ruim para a Petrobras e ruim para o Brasil" é mais um artigo de opinião em defesa dos interesses rentistas que tomaram de assalto a Petrobras. É curioso como o nome da fundação que leva o nome de Getúlio Vargas, criador da empresa (1953), possa abrigar tantos detratores. 1/13 Alguns desses detratores são apenas propagadores de artigos e entrevistas de outros autores, mas colaboram para difundir visões completamente equivocadas e muito nocivas para o debate público de ideias e a proposição de políticas. Outros são mesmo conspiradores. 2/13

O BNDES e o truque de Milton Friedman

O Valor de ontem usou pela enésima vez o truque de Friedman, que o aplicou centenas de vezes, com a ajuda da sua fala mansa e da mais mansa fala de Rose, sua orientanda e depois esposa. Ambos se especializaram na lógica da perversidade. +
1 Em que consiste a lógica da perversidade?

Você quer reduzir a pobreza e fixa um salário mínimo suficiente para que as famílias dos assalariados possam chegar ao fim do mês. Os Friedman olham com piedade e dizem, condescendentes: "Eu também quero, mas não é assim que se faz." 2+

Por que defender o imposto de exportação?

A rentabilidade do petróleo e do minério de ferro é resultado de condições que beneficiam as empresas, que não as criaram. O minério da Vale está na melhor mina do mundo e a China turbinou os preços. A guerra fez o mesmo com o petróleo + Soja e algodão não são muito diferentes. Enquanto a China turbinar os preços das commodities e deprimir os preços industriais, o capital vai migrar da indústria para as commodites e atividades protegidas da concorrência chinesa. +

1/Quando eu era criança era comum que ajudássemos famílias do campo na colheita. Na pandemia, recolhidos a uma pequena aldeia de menos de uma centena de pessoas, ajudamos uma vizinha na colheita de batatas e de uvas. Isso se fez desde que as atividades agrícolas impõem um pico + 2/ de trabalho concentrado no tempo - a colheita. Se isso é verdade para as frutas de mesa, isso é especialmente grave para as uvas de vinho, em que o momento de colheita é decisivo para a qualidade do vinho. As famílias italianas que introduziram e desenvolveram a cultura +

Sobre o Trem Bala e outros trens
Depois de 40 anos de subinvestimento e investimentos precarizantes, as estruturas produtivas estão sucateadas e as relações sociais estão mais do que esgarçadas. As relações sociais envolvem, claro, capital e trabalho (ou "empresários" e +
1/13 ... "colaboradores" ou trabalhadores), mas envolvem também as relações intercapitalistas, impregnadas (ou "mediadas") no e pelo Estado. Há de tudo aí. Mas existe uma predominância do financeiro (falei predo, não falei preponderância) sobre o real. Como é que é isso? +
2/13

O governo de Lula e sua frente ampla estão frente a dilemas cruciais: ou tomam medidas rápidas ou teremos uma gravíssima crise econômica, resultado das múltiplas bombas que estão explodindo desde o ano passado. A crise das Americanas é muito mais +
1/13 do que a crise de uma grande empresa do varejo. O calote em bancos e fornecedores vai fazer encolher o crédito e aumentar os seus custos. Com isso, o crédito contamina as relações comerciais entre as empresas e depois a produção e o emprego. +
2/13

1/13 O termo empresário, tão usado e abusado, deturpado e corrompido, continua a fazer estragos. Hoje, "empresários" criticaram Lula por sua crítica aos juros elevados.
Já houve tempo em que um Ermírio de Moraes, antes de seu "grupo" se tornar banqueiro, ou o pai do Josué, vice + 2/13 de Lula em 2003, criticavam os juros elevados porque eles inviabilizavam os investimentos "produtivos" (de aumento de capacidade de produção). Mas isso já foi. É passado. A maior parte dos ditos empresários são titulares de empresas apenas momentânea e circunstancialmente, +

Novo Governo (1)
será um sucesso ainda maior do que os anteriores nas políticas sociais (apesar de tantos obstáculos). Houve aprendizado, reflexão, acúmulo de experiências, e tudo isso está assente em uma experiência muito positiva. O mesmo pode ser dito da política ambiental. 🧵 NG2. Afinal, Lula refletiu e avaliou criticamente os resultados anteriores e a própria visão sobre o tema. Marina parece avalizar esse ajuste tão importante.
Mas há muitas armadilhas (além de bombas). E uma delas é a "economia real". +

Lula com Chuchu
Receita básica - segue o fio
A mandioca é a homenagem aos povos originários e à cultura do Brasil Refogado com cebola no azeite, acrescentar o chuchu, depois a lula limpa e cortada em rodelas. Temperar com sal.

Empreendedorismo tornou-se uma palavra venenosa e amaldiçoada. Mas será também proibida? Vou correr os riscos.
Vamos começar por vários tipos de empreendedorismo, e os amigos de boa-vontade poderão completá-los e refiná-los. Vamos lá. + Seu Sidney e Dona Kátia, um casal de coletores de materiais recicláveis que nas quartas-feiras frequentam a minha rua são empreendedores - por necessidade, mas são. Levam 200-250 kg de materiais, que vendem na Barra Funda, para depois irem para casa, em Francisco Morato. Vale? +

@LulaOficial deu hoje uma entrevista em que disse muitas coisas boas e ruins, segundo diferentes pontos de vista (e opções prévias). Os ciristas pegaram no pé de uma fala sobre empreendedorismo que pode de fato ser interpretada de forma muito negativa.+
@TidBrasil
@eliasjabbour Mas a crítica do @marconi_nelson é ainda pior do que a fala do Lula. Porque aquilo que ele defende supõe algo que nós não temos: grandes empresas dispostas a fazerem investimentos ousados, promovidos por uma política industrial de envergadura. +

Tempo
Alguns economistas que pretendem não ser ortodoxos comportam-se apesar disso como ortodoxos em temas fundamentais. Um deles é o tratamento que dão ao tempo.
Na proposta do Ciro Gomes, o "câmbio competitivo" (que será isso?) produz instantaneamente um aumento do emprego. +12 Nessa economia sem tempo, os trabalhadores não perdem poder de compra com o "câmbio competitivo", porque instantaneamente a economia aumentou o número de empregos e o "poder de barganha" dos trabalhadores aumentou. ++

O problema central do "novo-desenvolvimentismo"
A economia tem dois setores. Um com elevada produtividade-rentabilidade, que no Brasil é o agro & minas. Essa posição foi alcançada com dotação de fatores (terra, água), pesquisa (digamos, Embrapa) e "windfall gains" (a China). +14 (Esse setor conseguiu também capturar a política, graças a ações bem orquestradas e uma atuação que inclui grilagem, devastação e reciclagem de florestas. Ariquemes é uma cidade e seu nome é "homenagem" a uma tribo extinta).++

ponto 1: "câmbio prejudica salários é ter uma visão muito curto-prazista da questão", diz @marconi_nelson
O dólar subiu 10%, o arroz, o pão, o macarrão e o etanol vão subir. As pessoas compram no mês para o mês. ponto 2: "câmbio competitivo não significa câmbio desvalorizado" - tucanaram a desvalorização do real

Dois problemas que o Nelson (@marconi_nelson) trouxe na sua resposta cansada ("já repeti mil vezes" - sim, mas não persuadiu, mesmo a audiência de boa-vontade...) ao post sobre a pergunta da Laura (@lauraabcarvalho).
1. "câmbio competitivo" e "dólar elevado";
2. o tempo+ É impossível entender como um economista do Ciro, o homem das palavras claras, assertivas, mesmo ao preço da agressividade polêmica, pode "tucanar" o conceito e a medida. A "escola" da FGV-SP defende a desvalorização cambial. Ponto. Assumam. A pergunta da Laura aponta problemas.+