Agora, vejam só, o gabinete de guerra decidiu por unanimidade que Israel segue o planejamento e fará uma operação limitada em Rafah para pressionar o Hamas militarmente em busca da libertação dos reféns e dos outros objetivos da guerra. Mas...⬇️

https://twitter.com/BarakRavid/status/1787559426246783132

(parafraseando a mensagem) Paralelamente, ainda que a proposta do Hamas (sic) esteja distante das exigências e necessidades de Israel, uma comissão será enviada para encontrar uma solução para um acordo, em condições favoráveis a Israel.

Minha análise (curta) abaixo ⬇️

O braço político do Hamas avisou oficialmente ao Egito e ao Catar que aceitou a proposta de cessar-fogo. Agora a bola está com Israel.
Uma fonte disse que eles receberam garantias de que a guerra não retornaria após o cessar-fogo.
Veja abaixo os prováveis termos da proposta.⬇️ Primeira etapa (40 dias)

- até 33 reféns liberados (mulheres, crianças, idosos e pessoas com saúde debilitada)
- 20 presos palestinos liberados por civil israelense, 40 por soldado.
- aumento da ajuda humanitária
- retirada de militares de zonas urbanas e cessar-fogo ⬇️

Hoje é o Dia do Holocausto em Israel, e, geralmente, eu uso essa data para escrever sobre a memoria do Holocausto no Estado de Israel. Hoje eu não vou fazer isso, porque o exército começou a evacuar 100 mil pessoas em Rafah pra uma operação. Segue o 🧵. Estávamos nas negociações mais próximas de um cessar-fogo desde novembro (o contexto está no fio abaixo). O Hamas estava prestes a aceitar uma proposta egípcia, e o governo israelense, que havia dado sinais positivos, recuou. (1/24)

https://x.com/Joaokm/status/1784957490443989016?t=8OTYf414JOb4Q32ihJS4yw&s=08

É, confiei nas fontes e acho que eu errei. O Hamas não vai aceitar um cessar-fogo sem o fim da guerra. Se Netanyahu não estiver blefando, já era. Mas segue aqui o 🧵 e veja o que a população acha disso. (1/6)

https://twitter.com/BarakRavid/status/1785638176981143874

Pesquisa do Canal 11 ontem: "Você aceita ou não um acordo que inclua a liberação de cerca de 30 reféns, em troca da libertação de centenas de terroristas, por 40 dias?
54% apoiam
16% são contra
20% não sabem. (2/6)

O pessoal que me segue há um tempo e que escuta o podcast sabe que, sempre que a discussão sobre o cessar-fogo se aproxima, eu sou cético (como fui, inclusive, na última edição do podcast). Agora, no entanto, parece que vai rolar. Segue o 🧵 e vamos pensar juntos nisso. Por que não houve cessar-fogo até agora? A resposta é simples: porque ele não interessava nem a Netanyahu nem ao Hamas, do jeito que se desenhava. Veja bem, eu não disse que não interessava a israelenses e palestinos, mas às suas lideranças em Gaza e Israel. Por que? (1/20)

Saiu no Canal 12 um trecho de uma reunião de gabinete. O ministro Ben-Gvir questiona o chefe do exército: "por que há tantos presos? Não dá pra matar uma parte? Vocês querem dizer que todos eles se rendem? O que podemos fazer com tantos presos? É perigoso para os soldados". (1/5)

https://twitter.com/TomerPersico/status/1784271469523951956

O chefe do exército, Hartzi HaLevi, responde:
"Perigoso pra quem? Em quem se rende nós não disparamos. Quem luta contra a gente, nós atiramos. Não há nenhum dilema. Quem se rende, nós prendemos." (2/5)

https://twitter.com/Joaokm/status/1531737236194172928?t=QJmj-OR5bT8yPRvt6SVl8A&s=19

Sobre o ataque israelense ao Irã.
Causou danos? Segundo governo iraniano, não causou nenhum dano. Será mesmo?
Algumas fotos de satélite levaram a mídia a questionar essa declaração. Segue o🧶curtinho. Fotografias de satélite reveladas ontem levantam a possibilidade de haver sido causado ​​dano à bateria de defesa aérea de origem russa S-300, responsável pela proteção do reator nuclear de Natanz. Veja abaixo. (1/6)

https://twitter.com/CSBiggers/status/1781436224248435107?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1781436224248435107%7Ctwgr%5E9502fd1a2617abcbfb625705ab0b916e0bdd06eb%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.mako.co.il%2Fnews-military%2F2024_q2%2FArticle-933c960af4afe81027.htm

Muita gente perguntou essa semana sobre os ganhos eleitorais do Netanyahu por conta da escalada com o Irã. Pois bem, hoje saiu a pesquisa semanal do jornal Maariv, e temos um princípio de tendência aqui. Segue o 🧵 Sem mais delongas: Netanyahu teve um fortalecimento nessa pesquisa, mas nada estrondoso: seu partido saiu de 19 para 21 cadeiras (seu melhor resultado desse o 07/10). Mas o partido Campo Republicano, de Benny Gantz, subiu de 30 para 31 cadeiras. (1/8)

Aqui há uma análise fria e interessante do ponto de vista bélico/militar sobre a ofensiva do Irã. Recomendo que leiam, mas tenham em conta uma questão importante: a análise é sobre o que aconteceu anteontem, não sobre uma potencial guerra. Por que? Segue o🧵 (1/8)

https://twitter.com/Geopoliticabras/status/1779538289789227429

Anteontem, o Irã atacou sem estar sob ataque. Nem Israel nem seus aliados fizeram qualquer esforço para evitar o ataque do Irã, nem para gerar danos ao Irã durante o seu ataque, por mais que soubessem que a ofensiva aconteceria. Isso é um contexto a ser levado em conta. (2/8)

Depois da noite de ontem, deu pra respirar, refletir e compreender o evento histórico de ontem. Sim, o ataque do Irã a Israel foi um evento é histórico, por várias razões. Foi menos grave do que muitos pensavam, mas representa algumas mudanças na conjuntura. Segue aqui o 🧵. Comecemos pelos números: por volta das 20h30 de Israel, a Defesa Civil cancelou as aulas e alterou o protocolo de eventos para os próximos dois dias (domingo e segunda - em Israel, domingo é dia útil). Já escutávamos aviões acima da média desde sexta. (1/24)

Toda a mídia israelense está anunciando, segundo fontes iranianas, que o ataque do Irã a Israel acontecerá entre hoje e amanhã (mais provável que seja hoje). Tem alguns fatores muito estranhos nesse ataque declarado, segue aqui o 🧵que eu me explico. (1/19) A informação que chegou ao The Wall Street Journal foi que mais de 100 mísseis balísticos seriam disparados junto a outras dezenas de drones, contra alvos militares em Israel. A data seria o dia de hoje (com chance de ser amanhã). A pergunta: como (e por que) isso vazou? (2/19)

Seis meses daquele fatídico 07/10, evento bárbaro sem precedentes, que resultou num morticínio igualmente sem igual, até para os parâmetros daqui. Vai um 🧵 aqui sobre o que esse evento causou, causa e ainda pode/deve causar. Preparem o estômago. O ataque do Hamas (e de outros grupos) foi, disparado, o evento mais mortífero que qualquer inimigo tenha causado para o Estado de Israel desde a sua fundação. Hoje se sabe que são mais de 1200 mortos, 2/3 deles civis, além de 239 sequestrados (parte ainda em Gaza). (1/25)

Vou ter que fazer outro 🧵, porque a coisa aqui tá esquentando.
As famílias dos reféns emitiu um comunicado público que a partir de agora vão trabalhar pra derrubar o governo imediatamente. Isso é inédito, e não aconteceu a toa. (1/17) A sensação da maioria, segundo as pesquisas desde novembro, é a de que Netanyahu está mais preocupado com seus interesses pessoais do que com os do Estado. Mas, de uma forma ou de outra, a população entendia que, depois do 07/10, era inevitável acabar com o Hamas em Gaza. (2/17)

O governo de Netanyahu periga cair, e isso não tem relação direta com a guerra.
Uma decisão da Suprema Corte não cumprida pelo governo pode resultar numa crise sem precedentes com os partidos judaicos ultraortodoxos, com potencial de eleições. Segue o 🧵. A grande maioria da população ultraortodoxa não serve o exército em Israel. Isso se deve a um acordo feito em 1949, que eu expliquei com detalhes no podcast de ontem (link abaixo). Desde então, várias manobras foram feitas e nada de alistamento. (1/23)
open.spotify.com/episode/5hDE5B…

Muitas pessoas vieram me perguntar porque eu acho impensável que Israel desobedeça a resolução do Conselho de Segurança da ONU, alguns alegando que Israel desobedece várias resoluções da ONU e essa seria só mais uma. Vou explicar aqui nesse 🧵 sem fotos (tô cansado). 1. Israel não desobedece resoluções do Conselhos de Segurança da ONU, até porque os EUA quase sempre vetam as que poderiam prejudicar o país. Resoluções de órgãos menores, ou até da Assembleia Geral da ONU, não têm poder decisório. (1/10)

Os EUA não vetaram a proposta de cessar-fogo da Rússia e da China, e ela foi aprovada no Conselho de Segurança da ONU. O texto original foi modificado, e o caso gerou uma crise diplomática entre os governos de Israel e dos EUA. Segue o 🧵 curtinho aqui. Os EUA tinham enviado uma proposta na semana passada de um cessar-fogo temporário, condicionando-o à libertação dos reféns, à entrada de ajuda humanitária e negociações por um cessar-fogo permanente, e cheio de condenações ao Hamas. Rússia e China vetaram. (1/8)

Cessar-fogo e ataque massivo a Rafah: duas possibilidades remotas, apesar das manchetes dos últimos dias. Segue o 🧵 e eu explico porque vejo dessa forma. (1/21) Nas últimas semanas essas duas questões estão sendo levantadas na mídia, e com razão: Netanyahu e Gallant (ministro da Defesa) têm dito com frequência que o ataque a Rafah é questão de tempo. E o cessar-fogo, por sua vez, está sendo negociado neste momento. (2/21)

Na semana passada, o governo dos EUA anunciou que construirá um porto traunsente no litoral norte da Faixa de Gaza, com o objetivo de agilizar a ajuda humanitária na região e contornar a fome que já assola a região em níveis brutais. Por que só agora? Segue o 🧵 Sabemos que a situação na Faixa de Gaza não era de fartura antes do 07/10. No entanto, havia uma agricultura local, uma infraestrutura que permitia o trânsito de mercadorias e, apesar dos cortes de energia, havia supermercados, padarias e restaurantes em funcionamento. (1/24)

O caso dos 112 palestinos mortos na hora da ajuda humanitária é uma das maiores - se não a maior - atrocidade desde o 07/10. Mais assustador do que o caso em si (que já é estrondoso), é a repercussão aqui em Israel. Segue o 🧵. Primeiramente saiu a notícia (inclusive em canais israelenses) que mais de 70 palestinos no norte de Gaza haviam sido mortos por disparos do exército enquanto recebiam ajuda humanitária. Alguns teriam partido pra cima dos soldados, que temeram pelas suas vidas... (1/17)

A CNN publicou que os EUA temem uma invasão terrestre israelense no Líbano a partir de maio, caso não haja um acordo na esfera diplomática entre Israel e o Hezbollah. Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, disse que só haverá cessar-fogo com o fim da agressão em Gaza. Segue o 🧵 A guerra de atrito entre Israel e o Hezbollah começou de forma praticamente simultânea ao conflito em Gaza. O Hezbollah realizou ataques por solidariedade e apoio ao Hamas, e Israel respondeu. Desde então, há uma guerra de atrito com quase 200 mortos. (1/13)

Desculpem atrapalhar o seu carnaval, mas eu entro aqui com notícias do Oriente Médio.
Ontem uma operação da FDI em Rafiah resgatou dois sequestrados argentinos-israelenses (Luis Har e Fernando Merman). Momento de êxtase nacional. Será? Segue o 🧵 A operação foi a primeira terrestre das FDI em Gaza, aconteceu nessa madrugada. Não quer dizer que as FDI vão entrar em Rafiah (ou Rafah) como entraram em Khan Yunis, mas não deixa de ser uma mensagem ao Hamas (e ao mundo): "podemos entrar a qualquer momento". (1/14)