Samuel Silva Borges Profile picture
Cientista Político, Mestre e Doutorando em Sociologia pela UnB I Autor: Imagens da Ideologia Punitiva I Criminólogo e criador do Cifra Oculta I Ele/dele
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Jan 16, 2023 7 tweets 2 min read
Vamos pensar na correlação de forças 👇

Golpistas nas FFAA e nas polícias se partirem para a violência golpista contra o governo Lula, STF etc., teriam apoio de quem?

América Latina é pró-Lula

América do Norte também

Europa também.

E Rússia e China ignorariam bolsonaristas. Essa é uma conjuntura ideal para assumir o governo.

Levando em conta os atentados golpistas, é uma oportunidade de ouro para se enquadrar os golpistas, e fazer uma limpa em diferentes burocracias repressivas infestadas de fascistas golpistas: GSI, PMDFT, PGR, PF, FFAA...
Jan 15, 2023 4 tweets 1 min read
Um dia mais pessoas vão assimilar o fato de que não faz sentido tanto alarmismo em relação ao precedente do Estado reprimir fascista

O Estado não precisa desse precedente pra reprimir socialistas, grevistas, a juventude negra...

Ele reprime ou ñ dependendo da relação de forças É completamente anti-estratégico ser advogado de fascistas num momento desse

Podemos e devemos cobrar a repressão devida com base nos direitos humanos e toda legalidade do Estado liberal que não é aplicada à esquerda e subalternos

Mas não pressionar por repressão? É brincadeira
Jan 14, 2023 4 tweets 1 min read
Amanhã completa a primeira semana desde os atentados de 8 janeiro.

Entre suas principais lições, está a necessidade do governo de fazer uma limpa "antigolpista" nas Forças Armadas e nas polícias.

Deve-se fazer isso enquanto há chance, e existe uma oportunidade pra isso agora. Não é uma manobra sem risco, mas não manobrar é ainda mais arriscado.

No momento, há oportunidade concreta para isso.

Pode-se começar pelas forças policiais, especificamente A PM-DFT.

Em seguida, PGR e PF.

Simultaneamente, começar a enquadrar militares de baixa patente.
Oct 14, 2022 19 tweets 5 min read
“Imagens da Ideologia Punitiva – Nova Direita e Hegemonia Político-Criminal” é meu primeiro livro autoral, e acabou de ter sua primeira tiragem.

Segue o fio que vou apresentar ele.

Ele é fruto de uma pesquisa de mestrado em Sociologia, mas com bastante foco em Criminologia.
/01 Image O problema que guiou a investigação foi entender o porquê da direita ter tanto sucesso na disputa da sociedade sobre o tipo de modelo de segurança pública, polícia e prisões que é mais apoiado.
Ou seja, como conseguem popularizar o punitivismo, o militarismo e o armamentismo?
/02
Jul 15, 2022 27 tweets 6 min read
“Drogas para adultos” é o segundo livro do Carl Hart que leio. O primeiro, “Um Preço Muito Alto”, que li no começo da minha jornada de pesquisa sobre guerra às drogas em 2014, já me tornou um grande admirador desse cientista com posicionamentos corajosos.

Segue o fio 🧶👇 (1/27) Agora, minha admiração é muito maior, e quando penso em referências no mundo acadêmico, Hart está no topo delas.

Seu segundo livro traduzido ao português me foi enviado de cortesia pela Ed. Zahar. E esse fio é uma cortesia sincera da minha parte sobre o livro.

(2/27)
Feb 11, 2022 7 tweets 3 min read
Já perceberam que o Kim se mostrou mais pró-nazismo do que o Monark?

Monark usa a teoria da ferradura pra equivaler esquerda radical com nazismo, mas diz ser contra criminalizar ambas.

Já Kim é contra criminalizar nazismo enquanto defende criminalizar uma boa parte da esquerda. Ironicamente, num vídeo que se diz em combate à impunidade, ele defende criminalizar "invasões de repartição pública" e diz ser "crime invadir escolas, universidades e paralisar suas atividades".

Então...
O movimento estudantil e secundarista vai preso.
Nazista pode agir impune.
Feb 8, 2022 4 tweets 1 min read
A questão das contradições é entender quais são importantes topar e quais são só contraproducentes.

Precisamos lutar contra nosso sistema penal.

Mas, enquanto isso, é importante pautar criminalizações de golpistas, genocidas e nazifascistas, como Moro, Bolsonaro, Kim e Monark. O fato de algo ser crime não garante nada sobre sua aplicação.

Numa sociedade como a nossa, criminalizações são estruturalmente seletivas e opressoras. A impunidade dos poderosos é quase garantida.

Mas ser crime possibilita q organizemos pressões q enfraquecem tais poderosos.
Jan 30, 2022 6 tweets 2 min read
Queda de letalidade policial em batalhões de SP foi de 85% desde que foi implementado as gravações via uniforme.

85% de pessoas que a polícia assassina em um ano.

85% de mortes provavelmente flagrantemente ilegais.

A polícia brasileira sempre foi o crime organizado no país. A polícia brasileira é a que mais mata (ilegalmente) no mundo.

Somos o terceiro país que mais prende (ilegalmente) no mundo.

Sempre via crimes sistematicamente praticados pelo Estado brasileiro: uma polícia criminosa legitimada por uma mídia e um judiciário também criminoso.
Jan 28, 2022 4 tweets 1 min read
Olavo já morreu de doença numa pandemia que ele negava existir, sem uma vacina que ele negava funcionar.

Pra combinar, Moro podia ir preso por crimes derivados da operação Lava-Jato, que supostamente combateria a corrupção no país, mas era a verdadeira alta corrupção de Estado. olavo:💀

moro: 🔗
Jan 14, 2022 13 tweets 3 min read
José Dirceu numa entrevista recente ao Breno Altman, sobre o golpe de 2016:

"Nós falhamos, nós falhamos em não mobilizar, não organizar, não elevar o nível de consciência da classe trabalhadora... Não sustentamos o combate, a mobilização e educação política de forma constante". A réplica do Altman é ótima:

Parafraseando: se o PT da geração do Dirceu surge em boa parte do rompimento com o PCB e sua incapacidade de organizar a resistência ao golpe de 1964, o que explica o PT repetir um erro tão similar?

Jan 13, 2022 4 tweets 1 min read
Tese entregue pra banca (de qualificação, a final é só ano que vem) e agora é aquele momento bom depois de terminar um texto: se dar aquela folga pra espairecer e tirar a estafa mental até o ciclo reiniciar.

Mas né, doutorado durante pandemia e gov. Bolsonaro: uma bela desgraça. Vem aí uma discussão sobre “esquerda punitiva”, minimalismo tático e abolicionismo penal estratégico, reducionismo/determinismo nas teorias marxistas do Estado… Basicamente avançando num campo inexplorado: confrontando a criminologia crítica brasileira com Nicos Poulantzas.
Jan 11, 2022 5 tweets 2 min read
O Brasil está sob ataque anti-ecológico constante por parte do capitalismo imperialista.

E o que certos marxistas brasileiros têm feito? Rotular ecossocialismo como revisionismo liberal submisso ao capitalismo imperialista. Qual seria a “evidência” disso?

Ecossocialistas pautam transição energética, o que significa um planejado processo de decrescimento de indústrias de maior impacto ecológico enquanto se investe na transformação da matriz produtiva.

Na mente de uns, isso é ser pró-imperialista.
Jan 10, 2022 4 tweets 1 min read
Eu troquei minha ambição de acadêmica de tentar fazer a melhor pesquisa e as melhores publicações possíveis no meu tempo limitado para, simplesmente, não ter síndrome de burnout e outros transtornos psíquicos.

Melhor ter produção limitada do que saúde mental prejudicada. Esse desespero sem dúvida foi condicionado para além do ambiente acadêmico, que por si só é muito competitivo e solitário, mas vai do contexto econômico (desmonte universitário e da ciência) e a própria pandemia, que tem prejudicado a saúde mental de praticamente todo mundo.
Jun 4, 2020 8 tweets 2 min read
Respira. Vamos lá.

Não há evidência nenhuma que negros ou pobres cometam mais crimes (proporcionalmente) à brancos, classe média e burgueses. Até porque mais de 90% dos crimes ficam ocultos. A evidência é que negros e pobres são desproporcionalmente criminalizados. Isso é realmente o básico do básico para quem estuda criminologia crítica. Quem toma por base o perfil do criminalizado como o perfil do criminoso por excelência, na melhor das hipóteses, tira conclusões de uma amostra enviesada.

Explico melhor aqui:
Jun 4, 2020 17 tweets 3 min read
Uns 5 anos atrás meu entendimento de abolicionismo penal tinha uma conotação universal de essência um tanto humanista em relação ao danos do cárcere.

Hoje, é completamente subordinado à minha concepção marxista de luta de classes e que passa longe de qualquer pacifismo. O conceito de pena é ambíguo. Pode ter conotação de qualquer retribuição negativa, se confundindo assim com o que pode ser compreendido como reparação.

Tipo, destituir um opressor de todo seu patrimônio como medida não prisional, é só uma reparação, ou também uma pena?
Jun 2, 2020 6 tweets 2 min read
Tanto o fascismo italiano como o nazismo alemão em seus primeiros anos foram adeptos do liberalismo laissez-faire. A principal razão para optarem pelo dirigismo estatal foi o fracasso desse modelo em garantir ganhos econômicos pra nação, gerando a maior crise da história em 1929. Desde antes da crise, capitalistas italianos pressionaram o regime a adotar medidas protecionistas. Na prática, a Itália foi muito menos atingida pela crise do que os EUA (queda do PIB quase 6x menor), e Mussolini respondeu ao desemprego com investimentos públicos rapidamente.
Jun 1, 2020 8 tweets 2 min read
O que o liberal-fascista abaixo omite: Mussolini, ao assumir o poder em 1922, nomeou o liberal De Stefani como ministro das finanças, que implementou medidas de privatização, corte de impostos e livre-mercado.

Para isso,se aproveitou da ditadura imposta, como adora todo liberal. "O fascismo é uma fase histórica do capitalismo; [...] e o fascismo apenas pode ser combatido como capitalismo, como a forma de capitalismo mais nua, sem vergonha, mais opressiva e mais traiçoeira." - Bertolt Brecht

marxists.org/portugues/brec…
May 30, 2020 5 tweets 1 min read
Olha, tem nazista até na Índia, com gente de pele de cor marrom. Raça é conceito relacional, contextual. Elites podem se ler e serem lidas internamente como brancas, ainda que não sejam brancas como muitos europeus, e também sejam subalternos no plano global da supremacia racial. Há contextos em que o fator predominantemente pra definir raça é fenótipo, noutros seria o genótipo (então mesmo com fenótipo branco, se tiver pai ou mãe não branco, vira não branco).

Eu acho válido ironizar nazista de país periférico pela bizarrice da consciência racial.
May 26, 2020 10 tweets 2 min read
Queria deixar registrado algo aqui q deve gerar mal entendidos.

Eu faço muitas críticas políticas à posicionamentos de figuras de esquerda que não defendem uma revolução anticapitalista. Não são pessoais e considero vários como camaradas. São divergências e o debate é produtivo. Quem me acompanha deve ter a cabeça vários exemplos de críticas assim que já fiz.

Ex: eu admiro o Boulos, principalmente a trajetória de militância. Mas tenho desacordo com a campanha de 2018 e com a forma que ele fala da democracia liberal ou do socialismo.
May 23, 2020 9 tweets 3 min read
Acho interessante o crescente consenso sobre o caratér fascista do bolsonarismo, mas precisamos esclarecer a questão semântica.

Fascismo é o movimento por uma ditadura aberta da classe dominante com apoio de massas da classe dominada pelo expurgo dos inimigos do povo/nação. Não existe fascismo sem:

capitalismo,
racismo,
cisheterossexismo,
anticomunismo,
retórica nacionalista,
fanatismo religioso,
militarismo estatal e milícias,
censura, criminalização e extermínio de adversários,
adesão de massas,
adoração do líder.
May 23, 2020 5 tweets 1 min read
Fascismo é a revolta na ordem, pela hipertrofia dessa ordem.

É pela canalização de afetos negativos a um status quo que não agrada a ninguém, mas não é contra o estabilishment (capitalista, conservador), mas por um estabilishment sem as concessões mínimas da democracia liberal. Toda a sociabilidade contemporânea está em crise. O consenso do neoliberalismo progressista globalizado, tudo isso já ruiu. É preciso deixar o morto enterrado. Manter essa estratégia que deixa o bolsonarismo manter a aparência de antissistêmico (sendo ultrassistêmicos) é um erro.