“Quando escutamos as sentenças dos genocidas, e ainda bem temos escutado muitas, vem o aplauso e depois vem o silêncio. O silêncio até que se julgue o último genocida, se esclareça o último crime, até que se encontre cada companheiro, até que cada um dos meninos apropriados recupere sua identidade. Até que tudo isso aconteça, vai sobreviver esse momento de silêncio, que me ratifica uma certeza: esse vazio, esse buraco, nós.. a América Latina, vai portar para sempre. Mas esse buraco vai doer um pouco menos se conseguirmos que todos sejam julgados e

Landim prepara o seu cavalo de troia.

Ninguém pode negar: com imensa astúcia. Sob o ponto de vista dos interesses dele, fique claro. Que, também fique claro, não tem nada a ver com os do Flamengo.

O cavalo de troia do cartola tem nome: estádio. (1 A genialidade: nenhum rubro-negro, em sã consciência, é contra o clube ter um estádio (e que esse ponto fique evidente para a turma com mais dificuldade de interpretação de texto), considerando-se o que o Maracanã, destruído, se transformou. (2

Alguns jornalistas deveriam ter um imenso pudor em lembrar dos anos FHC. Porque foram anos de imensa vergonha pra boa parte de nossa imprensa. Poucos foram beneficiários de tamanha promiscuidade dessa parte da imprensa como FHC. O mesmo “melindre” que Moro depois mostrou ao (1 não revelar as corrupções do período, foi o dessa parte da imprensa. No entanto,era incensado. Mais do q isso: sempre chamado depois a dar pitaco como um arauto da moralidade. Era convidado de honra de programas de entrevistas.Emplacar algo sobre FHC causava o tal “melindre”. (2

Algumas reportagens não se encerram nelas mesmo.
Uma matéria sobre a entidade maior do futebol brasileiro, relatando denúncias de assédio moral, sexual, um inacreditável sistema de espionagem na mesa do presidente, jagunços armados na sede intimidando, é escândalo que obriga (1) qualquer editoria de esportes a parar tudo.
Nem é preciso ser tão observador para constatar que isso não aconteceu. O pós-reportagem feita sobre a CBF e sua podridão, entulhada de excesso de provas, talvez seja mais gritante do que a própria publicação. O conflito de (2)

O diabo só é o diabo pq é velho.Os anos de janela ensinam algo.Uma delas é q nos tempos atuais,é possível estar em um grande negócio e praticamente não deixar rastro. Um fundo de investimento pode ter tantas escalas q rastrear até o último estágio vira tarefa quase hercúlea.(1 Uma empresa pode se desdobrar em tantos paraísos fiscais, tantos procedimentos q ocultem seus verdadeiros donos, que, salvo uma derrapada muito grande, vc vai passar a vida sem saber os donos. Um desses diabos velhos, raposa das mais astutas de um órgão de investigação,um dos (2

Muitos chegam aqui pra falar sobre apurar sobre negócios do Flamengo. Justo.
Os últimos anos do Brasil obrigaram a ampliar o olhar e objetos, é do jogo. E o tempo voltado muitas vezes pra outras coisas. E futebol nem sempre é possível se chegar ao fim do caminho, salvo se fosse órgão de investigação, pudesse quebrar sigilos, etc. Tem vezes que dá. Mas sinceramente, em relação particularmente a esses últimos negócios do Flamengo, parece claro que nem é preciso entender se tem ilegalidade ou não. Independente de legais ou não, eles são de uma aberração

Gabigol é o primeiro caso de denúncia de doping por marra da história.É caricatural mas é muito mais sério do que parece.
Não muda o lugar dele na história de ídolo, pode ter fogo amigo na fonte da notícia, pode ser o que for, mas o torcedor do Flamengo não deveria perder o foco com distração e arroubo de torcida, e perder a essência do que está por trás do fato.E o que está por trás é a péssima combinação de um sujeito mimado e marrento em uma estrutura leniente, frouxa e sem comando no departamento de futebol.
A marra é o veneno e o remédio de Gabigol

As SAFs encontraram no Brasil o paraíso na terra.
Um lugar onde o futebol é historicamente terra de ninguém, as instituições do meio com pouquíssima transparência, grande parcela de cartolas nefastos, um senador pronto pra fazer uma lei sob encomenda e por fim, o inacreditável: até benefício fiscal! Teve cartola que endividou clube até o pescoço e depois arrematou o lote, teve ex-boleiro festejado como o rei do empreendedorismo, tem cartola querendo virar dono mas agora sem aparecer como tal...
Não bastasse tudo isso, quem chegou

Perdi esse momento em que Dorival transformou-se em Guardiola.
Depois de duas décadas de carreira e futebol pobres, tinha até 2022 uma copa do Brasil com o Santos de Neymar em 2010 e uma...recopa (Inter 2011). No Flamengo, ganha uma Libertadores com futebol de mais baixos do que altos, tendo escapado dos grandes adversários de então (Palmeiras, Flu e River) e Copa do Brasil em futebol sofrível. Aquele campeonato brasileiro tão pobre, vexaminoso...E um título justíssimo agora no São Paulo. Ok, de verdade, pro torcedor do Flamengo valem os títulos

Sobre algo que deveria estar sendo mais falado:
Entre tantos erros primários da organização criminosa de Jair Bolsonaro, o tempo irá mostrar que o uso do sistema financeiro americano, como fez, foi um dos maiores. Já que não fizeram quando deviam, Bolsonaro e os seus comparsas deveriam começar a estudar os processos do Fifagate (2015).
Foi o uso do sistema financeiro americano em transações financeiras que possibilitou a prisão de alguns envolvidos fora de seus países. Entre eles, Marin.

Falcão está nas manchetes por grave denúncia de importunação sexual. Será investigado e o caso aguarda conclusões. O ex-jogador nega.
Sempre que leio sobre Falcão estranho a cortina de silêncio que cerca alguns aspectos da vida dele. Ao longos dessas décadas, esteve nos melhores lugares. Comentarista nº 1 da TV Globo, treinador da seleção brasileira, dirigente, treinador. Sem jamais ser lembrado pelas suas profundas relações e vínculos fraternos com um dos mais brutais torturadores da ditadura, Pedro Seelig.

Vale dar um passo adiante pra refletir sobre a construção do discurso do bolsonarismo,sobre como o apelo populista do “bandido bom é bandido morto” e do “Deus, Pátria e Família” sempre esteve apenas para encobrir as reais intenções de uma república de milícias de locupletar seus capos.
Nada foi mais simbólico para isso do que a PRF nos anos Bolsonaro.
Capturada e entregue na mão de um títere da família, era preciso o passo seguinte: adequar juridicamente a instituição a funções que não eram dela, até então uma polícia ostensiva feita para vigiar as

“O Brasil está no radar, a Libertadores também”. O autor da frase?
Michael Franzese. Quem é? O chefão da Cosanostra nos Estados Unidos, abaixo apenas de Joe Colombo.
Simplesmente o homem que comandou a máfia das apostas no esporte americano durante décadas. O veredito do “Príncipe de Long Island” é de 2006. O Brasil já estava no radar da máfia das apostas. A manipulação de resultados já acontecia. Não na escala atual, claro. Mas já estava entre nós.
Por que lembro disso? Porque vira e mexe alguém sugere essa pauta de apostas aqui.

A abertura da “caixa preta das renúncias fiscais” anunciada por Haddad tem tudo pra ser uma bomba de efeitos devastadores no bolsonarismo.
A possibilidade de um mar de lama estar grudado nessas renúncias é quase tão real como as joias da Arábia. No entanto, pelo que se desenha, o governo pode errar muito na comunicação do que o esquema pode ser. E não conseguir comunicar a dimensão do escândalo além do valor das isenções e beneficiados.
Porque pra cada CNPJ contido nessa caixa preta pode (e deve) existir um caminho

Muitas vezes, em palestras pra estudantes de comunicação, falo sobre a relação promíscua que se estabeleceu no Brasil entre direitos de transmissão e o jornalismo praticado por quem os detém. Inviabilizando qualquer possibilidade de fazer bom jornalismo. Mas vejo que muitas vezes sou impreciso. Constato agora que a burrice é um drama que se abate a cada dia com mais frequência em quem comanda os canais de esporte. Pois vejam só: sai o programa do Galvão Bueno, que, por seu caráter de monólogo já não tinha grandes possibilidades

O diagnóstico do torcedor vai sempre na mesma direção: a culpa é do treinador. Tristemente, de parte significativamente da imprensa também. E com o advento dos “influencers” e de jornalistas decadentes irrelevantes, ambos querendo cliques acima de tudo, a análise rasa sempre fica nesse ponto apenas.
Seria muita pretensão imaginar ter um diagnóstico. Ainda mais no caso do Flamengo, sempre tão complexo e com vários diagnósticos. Com toda humildade, e apenas como esboço, certo de que são vários diagnósticos, mas creio que, ao menos no momento atual,

Marcos Soeiro, o tenente da marinha usado como mula pelo almirante Bento Gonçalves no escândalo das joias, está em contradição. Mentindo.
No depoimento à PF, citado pelo jornal o Globo, o militar afirma que na volta ao Brasil, procedente da Arábia, receberam tantos presentes do governo de lá, que eram “tantas malas e caixas que ficavam acima da cabeça”. E que eram “caixas grandes, com muitas frutas, cafés e óleos”. E que “as caixas chegavam e estavam lacradas”. No depoimento, afirma ainda que diante da quantidade de presentes, não tinha mais espaço

Sobre o heroi do domingo: já salvei a vida de Bruno Mezenga. Risos, exagero, claro. Mas mais um pouco e era perto disso. Conto a breve história aqui:
Em 2005, Mezenga era um muito promissor centroavante da seleção sub-17 (era um belo time, Anderson, Marcelo...). Eu trabalhava na TV Globo e tava fazendo uma série de reportagens especiais pro Esporte Espetacular (não, não está disponível...) sobre a ação muitas vezes criminosa de empresários em categorias de base. Fui atrás das histórias no Mundial sub-17 de futebol no Peru e sub-15 de

Esqueça Vítor Pereira. Esqueça a fase de Gabigol. Volta de JJesus, estadual, título, até Libertadores.
O jogo da vida rubro-negra está sendo jogado nos bastidores.
Silenciosamente, com poucas informações ao torcedor, como costumam ser jogos estranhos. De repente, paralelo a fase ruim, surge a mágica que vai resolver os problemas de gestão e “interferência política” no clube: a SAF.
O clube de 1 bilhão de faturamento por ano entregando patrimônio para “melhorar a gestão”.

Semana sim e na outra também, desde 2018 Mourão ganha espaço em entrevistas longas na grande imprensa.
Invariavelmente, em entrevistas “fofas”, onde um protagonista da barbárie que o Brasil viveu nos 4 últimos anos sai confortável. Mourão é do tipo que se acha “mais malandro do que a malandragem”, e mente compulsivamente com requintes de deboche. Se faz de bobo nas entrevistas. E ao fim, certamente sai dizendo que “botou mais um otário no bolso”.

Riad, outubro de 2021. O evento que ainda não acabou.
Logo que o escândalo das joias que Bolsonaro e o almirante tentaram desviar explodiu, surgiu a história de que o autor do presente seria o mesmo comprador da Refinaria Landulpho Alves (BA), pagando bem abaixo do mercado. No caso, Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.
Não era bem assim. Na verdade, a refinaria foi comprada pelo fundo de investimento Mubadala, dos Emirados Árabes, vizinho da Arábia.
Mas há um detalhe importante a ser considerado nas investigações dos órgãos