Bruno Belém Profile picture
Psicanalista | Pós-graduando em Filosofia na @usponline | Certificate student at @the_new_centre
Oct 16 10 tweets 4 min read
em novembro (11, 12 e 13) vai acontecer o colóquio internacional O ESGOTAMENTO DA TEORIA CRÍTICA, na fflch-usp, com transmissão online. abaixo, seguem a proposta e as informações sobre o evento. e no restante do fio a composição de cada uma das mesas.

compareçam e compartilhem :)

há décadas, a teoria crítica tem sido criticada por ter entrado em um processo de institucionalização, domesticação ou de exegese que não parece mais estar à altura das potencialidades do seu tempo. a insensibilidade à permanência do problema colonial e suas formas de violência no cenário contemporâneo; o silêncio em relação a massacres; a recusa em compreender como tarefa da crítica a decomposição da personalidade psíquica e seus processos naturalmente segregadores e violentos; a adesão a soluções normativas como único horizonte possível de mudança: são alguns dos tópicos que podem nos levar a perguntar quão efetivamente crítica é a teoria crítica atualmente. dada a ascensão global do fascismo, o colapso ecológico e o agravamento da crise em modo geral de governo, espera-se da teoria crítica uma reconexão com seus impulsos mais profundos e o esclarecimento das relações orgânicas entre tais "regressões" e o funcionamento normal das democracias liberais. há uma urgência na capacidade da teoria crítica de se desprovincianizar e articular-se ao sistema global de lutas tendo em vista a transformação radical do existente e de suas condições de produção. o colóquio propõe pensar, a partir dessas e outras questões, como a teoria crítica pode ser uma arma mais aguda contra o presente.

o colóquio contará com fabian freyenhangen, ray brassier, veronica galfione, vladimir safatle, wolfgang leo maar, eduardo neves silva, daniel pucciarelli, fábio durão, gabriel teles, giovanni zanotti, j.-p. caron, luiz de caux, olgária mattos, ricardo musse, silvio carneiro, virginia costa, bruno belém, bruno carvalho, bruno klein serrano, carine laser, felipe catalani, felipe taufer, henrique valle, julia pedigone, juliana da silva henrique, larissa agostinho, marcus vinicius felizardo, natália acurcio, paulo sampaio, vítor beghini e wanda marques.

local: fflch-usp, prédio de filosofia e ciências sociais.

11/11: auditório 14, 13h às 18h | auditório 08, 19h às 22h
12/11: sala 111, 13h às 18h | auditório 24, 19h30 às 22h30
13/11: sala 107 (prédio da letras), 14h às 18h30 | auditório 24, 19h30 às 22h30

transmissão via yt. não é necessário inscrição.

coordenação: vladimir safatle
organização: estilhaço
design: sanannda acáciaImage mesa 1.1 Image
Dec 29, 2023 39 tweets 15 min read
ACELERACIONISMO: um guia para quem não sabe o que é – e para quem acha que sabe, mas não sabe.

há duas linhas maiores no aceleracionismo: (1) a de prescrições políticas, que se ramificam em um amplo espectro, e (2) a da descrição prognóstica do processo de aceleração.

segue o🧵 o termo surge em 2010, quando benjamin noys diz que textos como o anti-édipo de deleuze e guatarri, economia libidinal de lyotard e a troca simbólica e a morte de baudrillard respondem à afirmação de marx que "o verdadeiro obstáculo à produção capitalista é o próprio capital" + Image
Aug 31, 2023 25 tweets 5 min read
continuação do fio (há um limite de 25 posts para cada) no qual conto como a tradição analítica também pensou a contradição para além da figura de uma patologia lógica.

segunda parte:

(51/75) já o dialeteísmo de priest, por sua vez, defende justamente a existência de contradições verdadeiras, as chamadas dialetheias. "uma dialetheia é qualquer declaração verdadeira na forma: α e não é o caso que α" – "algumas contradições são verdadeiras". +
Aug 31, 2023 25 tweets 5 min read
continuação do fio (há um limite de 25 posts para cada) no qual conto como a tradição analítica também pensou a contradição para além da figura de uma patologia lógica.

primeira parte:

(26/75) uma outra tentativa de dar conta da contradição é de tarski. não obstante sua envergadura – sobretudo no trato semântico da noção de verdade –, é revelador que se quisermos "alguma garantia de que o uso de conceitos semânticos não vai nos envolver em nenhum tipo de contradição" +
Aug 31, 2023 25 tweets 5 min read
pensar a contradição para além da figura de uma patologia lógica é comumente associado à tradição dialética. no entanto, ela não é a única. a quem não conheça e possa interessar, vou contar como a tradição analítica abordou essa questão.

(01/75) a formulação e a defesa da lei ou princípio da não contradição (pnc) remontam ao livro Γ da metafísica, onde, digamos, se inaugura o estatuto patológico da contradição. diz aristóteles: "é impossível que o mesmo pertença e não pertença ao mesmo simultaneamente e sob o mesmo". +
Aug 30, 2023 4 tweets 1 min read
a esquizoanálise é um dos grandes momentos da reflexão e intervenção em modalidades modernas de sofrimento, uma crítica pertinente dos saberes e práticas psiquiátricas e psicanalíticas e, talvez, a orientação que pensou mais radicalmente a socialidade do desejo.

no entanto, + tenho insistido que falta à esquizoanálise seus protocolos clínicos, ou seja, um conjunto de diretrizes que estabeleçam os critérios de atuação dessa orientação. esse momento de mediação é aquele entre suas experiências e documentos axiais (ex.: la borde, o anti-édipo) +