ElianA Alves Cruz Profile picture
Jornalista, escritora e roteirista. Vencedora do Prêmio Jabuti 2022 na categoria contos. ela/ella/she
Feb 23 11 tweets 4 min read
Já que o mundo resolveu debater em redes sociais qual morte vale mais, trago aqui um fio pesado. Isso nunca virou filme, então muita gente não deve saber do holocausto do Congo. Às vezes é preciso mergulhar no horror.
‼️Alerta de gatilho, muito gatilho. + Image A Europa fatiou a África no séc. 19. O Congo passou a ser uma propriedade do rei da Bélgica, q se mostrou um torturador, assassino e déspota dos piores que a humanidade já teve. E olha que a concorrência é grande! A Bélgica matou 10 milhões de congoleses. D E Z M I L H Õ E S. + Image
Sep 5, 2023 4 tweets 1 min read
Nunca a frase de Sueli Carneiro “Entre direita e esquerda continua preta” fez tanto sentido. A campanha por uma ministra negra ao STF está tirando TODAS e TODOS os racistas dos armários. Por um lado isso é bom, pois é sempre melhor lidar com a verdade. + A foto do Joaquim Barbosa em vários posts, como se toda pessoa negra pensasse igual; a frase óbvia “a escolha é do presidente”, como se a sociedade não pudesse reivindicar coisas a quem elegeu… +
Aug 6, 2023 6 tweets 2 min read
A imprensa brasileira foi inaugurada em 1808, após a chegada da família real, com a Gazeta do Rio de Janeiro. Foram mais de 300 anos de país lendo apenas o q vinha censurado pela metrópole. Eu li exemplares da Gazeta quando pesquisava para O crime do cais do Valongo e digo…+ Image Não era imprensa brasileira. Era uma brochura impressa no Brasil na recém fundada “imprensa régia” e, por óbvio, era elite portuguesa do cabeçalho ao rodapé em todas as páginas. E por falar em rodapé… +
May 13, 2023 8 tweets 2 min read
13 de maio de 2023 - 135 anos da Lei Áurea.
O senhor distinto nesta foto é meu bisavô, Matheus Cruz. Ele nasceu em 1853 e era ferreiro desde os 8 anos. + Image Nascido em Santo Amaro, liberto e amigo do Manuel Querino, aos 19 anos, em 1872, Matheus se meteu numa greve por melhores condições de trabalho. Sabe o que era trabalhar numa forja, 10, 11horas em plena vigência da escravidão? + Image
Sep 10, 2022 7 tweets 2 min read
Gentes amigas: dado o tanto q veio debater comigo a “bondade da rainha”, deixo o deboche de lado para tentar falar sério sobre o q penso desse papo. Se tem uma coisa admirável por lá é como um bom naco da intelectualidade não tenta justificar o injustificável. + E mais, dão nome e sobrenome para o passado infame. A Universidade College of London organizou um banco de dados com todos os que se beneficiaram no trabalho escravo e das indenizações pagas pela abolição. independent.co.uk/news/uk/home-n…
Jul 6, 2022 6 tweets 2 min read
Estive o dia pensando neste texto. Pensando nele e sobre mercado. Pensando em quem vende, quem não vende e porquê. Queria q o Brasil conhecesse Agostinho Neto e José Craveirinha, q completam 100 anos este ano, Amílcar Cabral, mas… o Brasil mal se conhece. Quanto mais + Queria que não tivéssemos que fazer tanta força pra descobrir a literatura feita por autoras e autores negros africanos da lusofonia ou não, mas… o “deus mercado”. +
Mar 28, 2021 10 tweets 3 min read
Vamos continuar a falar sobre cobaias humanas? Ontem fiz um fio, muita gente mandou mensagens e disse que não sabia. Então vamos nesta série de casos famosos. A personagem hoje é Henrietta Lacks e suas células imortais, as HeLa, 1ª linhagem de células imortais da humanidade. + Image Henrietta, mulher negra e pobre nascida Loretta Pleasant, na Baltimore de 1920, está imortalizada da forma mais bizarra: suas células são usadas para estudos até hoje, sem que ela ou ninguém se sua família tenha permitido. Vejamos + Image
Mar 27, 2021 10 tweets 4 min read
Vamos falar sobre cobaias humanas? Pois bem, parafraseando Lélia Gonzalez, a cobaia vai falar e numa boa, pois nós, população negra, somos as cobaias do mundo há séculos. + Image O racismo científico inventou que não sentimos dor da mesma maneira que outras pessoas e daí toda sorte de “experiências” foram feitas conosco. Encarcerados são majoritariamente negros e negras e a fala da “rainha dos baixinhos” está toda trabalhada na eugenia. Image