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the sacrilege

Publiquei alguns tweets sobre Ulisses, de James Joyce, e reuni tudo para ajudar a quem pretenda ler essa obra. Sean Walsh - que levou anos para filmar o livro disse: “Não acho importante que as pessoas entendam tudo, porque ninguém jamais entenderá este livro completamente."(1) Ulisses é um romance imperfeito e mostra uma séria falta de rigor editorial. Isso fica claro com base no que sabemos da composição do livro. Começou como um conto, a ser adicionado ao Dubliners , e explodiu em um tomo de 730 páginas (2)

Kandahar se destaca de outros filmes sobre guerra onde a deficiência é usada para representar significados simbólicos, desde o sacrifício patriótico até a vitimização. Kandahar é desprovido do fascínio pela deficiência como uma metáfora trágica para o conflito internacional. Os personagens com deficiência do filme não são vítimas nem heróis, mas pessoas comuns que sobreviveram a mais de duas décadas de conflito armado. E sua sobrevivência não representa apenas suas próprias histórias individuais, mas a história de uma nação.

Releio o livro de Robert Bresson, "Notas Sobre Cinema" não como ou "dicas" sobre filmar, tratar os atores, trabalhar a música e o silêncio, mas como reflexões espirituais. O tom contemplativo do livro é perceptível através da observação cuidadosa que está na origem de cada nota "O que me interessa nas pessoas diante da câmera não é o que me mostram, mas o que me escondem", dizia Robert Bresson. "Sobretudo aquilo que não suspeitam que escondem dentro delas. Entre elas e eu, trocas telepáticas e adivinhação". (cenas de Pickpocket, 1959)

Quando vi a abertura da série Undoing rolando no HBO fiquei surpreso. Pois a sua estética é herança do remoto trabalho de Jonas Mekas, durante os anos 1960s em New York. Jonas Mekas, nascido na Lituânia em 1922, inventou a forma de fazer filmes como "diários". Dessa forma podem ser vistas as “imperfeições técnicas” de seus filmes (flares, planos fora de foco, etc.), em que a tessitura do mundo é impressa na película como uma “escrita à mão”, irregular, imperfeita, com garranchos e rasuras.

Hollywood pre-code foi um período da indústria americana de cinema compreendido entre a introdução do som, no final dos anos 1920, e a aplicação do Código de Produção de Filmes que definiu as diretrizes de censura. Nos filmes dessa era está o início da liberação feminina sem patrulhamento como aconteceu a partir de 1934 até 1968. O q estava oculto, subterrâneo e reprimido saltava à vista. Imagens, linguagem, ideias e implicações projetadas na tela com força bruta e significado inconfundível

Em 2012 o governo colombiano pediu desculpas aos povos indígenas que sofreram com o boom da borracha há mais de um século. Uma delegação de Witotos, Okaina, Bora, Uinona, Miraña, Nonuya e Andokes compareceu à cerimônia em La Chorrera, onde ficava a sede da Peruvian Amazon Company até sua dissolução em 1913.

Em seu caderno de anotações, Manet descreveu a moça negra que pintou em pé ao lado da prostituta branca em Olympia, como a cuidadora negra de seus filhos no jardim das Tulherias (1862) como "Laure, très belle négresse, rue Vintimille, 11, 3éme étage". A representação de Laure não era exótica - não era o tipo de caricatura nua padrão nas representações europeias de mulheres negras.

Ao ver essa fotografia, Hannah Arendt disse: “Não é preciso muita imaginação para ver que isso significava transferir para os jovens, negros e brancos, a solução para um problema que os adultos admitiam ter sido incapazes de resolver em gerações”, Em setembro de 1957, a foto tomou conta dos jornais. Ela mostrava uma menina negra de quinze anos tentando entrar na escola em Little Rock, Arkansas. Ela é seguida por várias pessoas. Atrás dela, pode-se ver uma moça branca com uma expressão nitidamente irada.

Várias indústrias americanas se notabilizaram pelos milhões que gastam em influenciar a legislação e colocar candidatos amigáveis no cargo: Big Oil, Big Pharma e o lobby das armas entre elas. Mas uma delas rapidamente se tornou dominante em influenciar de uma forma quase desapercebida pelo público: o negócio das prisões particulares.

Em Abril a @_pinheira publicou uma matéria sobre sua vivência numa fábrica chinesa, ao lado dos trabalhadores-migrantes, a massa dos 'liudong renkou' q vieram do campo para as fábricas sob condições de extrema precariedade alimentar, segurança, sanitária e turnos de até 14 hrs. Entre os detalhes, um pormenor arrepiante galvanizou minha atenção - o número absurdo de amputações de dedos na operação de máquinas. Não sou sociólogo e o jornalismo ñ mais está no foco primário do meu interesse. A poesia, literatura e arte revelam o que preciso saber do mundo.

Este é um resumo do relatório de 34 páginas do Global Markets Institute, do Goldman Sacks - Taking the Heat poderia ser traduzindo por "Botando a Mão no Fogo"

O banco não minimiza o impacto das mudanças climáticas:

"As mudanças climáticas podem remodelar a Terra". O banco afirma que "mesmo que as emissões atuais atinjam “zero” nos próximos anos, os cientistas indicam que as emissões agora na atmosfera provavelmente aquecerão a Terra nas próximas décadas".

Em fevereiro de 1899, o romancista e poeta britânico Rudyard Kipling escreveu um poema intitulado "O fardo do homem branco: os Estados Unidos e as ilhas filipinas". Kipling é cultuado como o autor do "Livro da Selva (1894). No “The White Man’s Burden” Kipling exortou os EUA a assumirem o "fardo" do império, assim como a Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha. O colonialismo era vendido com a imagem atraente de bravura, exotismo e luxúria.

Quando falamos de espaço visual na arte, do que se trata? O artista Frank Stella vê a criação de espaço como o principal objetivo da arte. Não o de nos enlevar ou para decorar paredes. Em seu livro "Working Space', Stella define “Mais do que nada, o objetivo da arte é criar um espaço que não esteja comprometido com decoração ou ilustração, um espaço onde os temas da pintura possam viver.”