fabiana moraes Profile picture
Jornalista, professora, colunista no @theinterceptbr, conselheira @agenciapublica, @PerifaConnect @ojoioeotrigo. Prêmios Esso, Petrobras e Embratel.
h.d.mabuse Profile picture 1 subscribed
Jan 19, 2023 6 tweets 4 min read
A naturalização da violência extrema contra líderes petistas versus o discurso pela democracia dos jornais brasileiros: estudo de caso - e de perversão (@Estadao e @folha) @VEJA , setembro de 2016
Apr 27, 2022 6 tweets 2 min read
1. A crítica da @VEJA sobre Tropa de Elite diz muito sobre o Brasil que iria se desenhar: “O filme é o maior sucesso do cinema porque trata bandido como bandido e mostra usuários de drogas como sócios de traficantes” (n. 41, de 17/10/2007). A diferença entre a Variety é enorme: 2. “Uma monótona celebração da violência, um filme de recrutamento para fascistas brutamontes" que acaba “celebrando a psicopatia dos policiais e ridicularizando toda e qualquer forma de ativismo social ou até emoções" (Jay Weissberg).
Jan 10, 2022 9 tweets 2 min read
Quando entrei na UFPE e depois na redação do JC, descobri que havia um menu de olhares muito específicos sobre a pobreza. Foram meus grandes primeiros contatos com pessoas de classe média mais alta ou pessoas ricas (1)
instagram.com/p/CYh2vwkLMRZ/… Foi ambém o início de um aprendizado sobre como seria preciso, como jornalista, desarticular esse menu. Ele não era justo com as formas múltiplas de existência dentro dos ambientes de pobreza/classe média baixa (2)
Aug 8, 2021 4 tweets 2 min read
o tuíte desumano de @JanainaDoBrasil é a exposição da humanidade-sob-medida de uma generosa fatia da elite brasileira. nela, a pobreza ou a dependência química, por exemplo, são antes de tudo falhas morais. esse grupo olha tudo a partir de um salto que julga meritório. + nele também morre a ideia de coletividade - ou seja, no limite, morre também a ideia de política. se moradores (= proprietários) e trabalhadores (=servem para alguma coisa) da região não aguentam mais pessoas dependentes, então podemos inferir que estas estão confortáveis ali +
Jun 29, 2021 4 tweets 3 min read
Apesar de se vender como diversa, moderna e digital, a imprensa brasileira continua a espraiar toda uma sorte de racismos, aos moldes dos jornais do início do século 20. Falo sobre o tema e o caso Lázaro Barbosa na coluna nova no @TheInterceptBr

theintercept.com/2021/06/29/rit… aqui, lado a lado, notícia divulgada pelo @Metropoles e manchete do Jornal de Alagoas de fevereiro de 1912. Em ambos, o pânico em relação ao não cristão, que, no Brasil, se relaciona fortemente às religiões de matriz afro-brasileiras.
Feb 1, 2021 4 tweets 1 min read
1. servidoras/es federais receberam um manual eletrônico de boa conduta enviado pelo ministério da Economia. Entre os "comportamentos inadequados: 2. "utilizar-se do cargo, função, posição ou da influência, ainda que indiretamente, para obter qualquer favorecimento, para si, para grupo ou carreira da qual faça parte ou para outros particulares"
Jan 23, 2021 5 tweets 2 min read
O conteúdo da matéria sobre nordestinos "que venceram" em SP foi um tanto solapado pela capa da @VejaSP, mas é nele que está o extrato do provincianismo editorial da revista. Reparem: os casos de sucesso só se deram, segundo o texto, depois que os entrevistados deixaram o NE (1) o tesão pela narrativa do pau-de-arara, típico da imprensa do início - e do meio, e do fim - do século 20 permanece. Trazem o ator de Bacurau, que "chegou a Cannes" depois de morar em SP. Exemplo interessante quando lembramos que o diretor do filme nunca deixou de morar em Recife
Dec 26, 2020 8 tweets 2 min read
Do ponto de vista sociológico, me interessa a relação celebridade-pobreza. Por conta disso, estudei o Instagram de pessoas como Carlinhos Maia, que monetizou o "ser pobre" de maneira parecida com a qual a TV, durante anos, também o fez. Artigo aqui:

sistemas.uft.edu.br/periodicos/ind… Programas de humor e novelas, por exemplo, fizeram (e fazem) sucesso com personagens de classes populares, representações realizadas geralmente por pessoas que não fazem parte do mesmo grupo. Por isso é interessante ver que Carlinhos, que era pobre, segue o mesmo princípio.
Aug 25, 2020 5 tweets 1 min read
Pq não tem uma diretora preta no teu lugar? Pq não cede espaço? Pq quem não assina essa direção absolutamente não é a mulher negra?

Perguntas de Neon Cunha no documentário Dentro da Minha Pele, de Toni Venturini, co-dirigido por Val Gomes. 2. neon chama atenção para algo fundamental: a possível instrumentalização de pessoas negras para realizar uma espécie de blindagem de brancos que realizam suas incursões sobre a temática racial. a intervenção dela é fundamental - e Toni, creio, compreendeu o ponto.
Jul 13, 2020 8 tweets 2 min read
1. Atentem para o titulo: :Depois de quatro meses da covid-19, UFPE descobre que pode usar internet para ter aulas virtuais"

É uma peça importante para entender a desconexão entre jornalismo e realidade brasileira. jc.ne10.uol.com.br/colunas/jc-neg… 2. Desde que o isolamento social começou, uma vasta maioria de alunas e alunos, professores e professoras, tecnicas e tecnicos da UFPE, estao procurando uma saida para que as aulas aconteçam sem que parte das pessoas sejam excluidas por não terem acesso satisfatorio a internet
Apr 27, 2020 12 tweets 2 min read
No Brasil há uma ideia forte de o que é privado é bom e o que é público é ruim. Quando criança, adorava dizer que estudava em "escola particular", enquanto meus irmãos estudavam em uma pública. A escola deles era melhor, mas isso não vinha ao caso. Para pensar sobre isso, o fio: Como nação, nosso imaginário está impregnado das benesses da "exclusividade", do serviço "prime", do camarote. Ter o carro do ano. É a ideia de distinção oferecida pelo mercado que termina conferindo um caráter melhor a quem detém esses marcadores (= dinheiro) (+)
Nov 11, 2019 11 tweets 5 min read
É claro que torcia pela libertação de @LulaOficial , tanto pelo fato de saber que a supressão de sua liberdade esteve (e está) tão baseada em um processo repleto de ilegalidades quanto no racismo de classe que caracteriza o Brasil (1) Mas devo dizer que as falas pós libertação acenderam um alerta amarelo para mim. Lula repetiu, tanto no ato na vigília, em Curitiba, quanto em São Bernardo, boa parte daquilo o que ele já vinha trazendo nas entrevistas realizadas quando ele ainda estava preso (2)
Aug 22, 2019 11 tweets 4 min read
Recife é uma das cidades nas quais o mito da democracia racial teve seu mais exuberante desempenho. Não podia ser diferente: aqui, um dos bastiões dessa perspectiva adocicada, Gilberto Freyre, nasceu. Na foto em PB, ele é servido por Manoel ("há muitos anos em nossa família") é interessante observar os ecos dessa ideia tranquilizadora mesmo entre setores mais intelectualizados. há uma saudade das "tradições", ainda que elas guardem um forte sabor escravocrata. Um exemplo é o nome de um edifício de classe média no bairro da Torre, o SENZALA DO MEGAYPE.
Aug 15, 2019 9 tweets 3 min read
seguindo a necessária tarefa de repensar o discurso midiático construído sobre o NE, chego a um dos nossos mitos fundadores, a fome e, consequentemente à palma. é um cacto que jornais, revistas, filmes, etc. mostraram como próprio para alimentar animais.

canalrural.uol.com.br/sites-e-especi… durante muitos anos, vimos os jornais nacionais, vejas e dramas do horário nobre mostrando que, para fugir da fome, sertanejos precisavam se equiparar aos animais e se alimentar da planta. aqui, matéria mostra o drama de uma família pernambucana: jornalggn.com.br/politicas-soci…