Jornalista na Austrália e do Travessia, podcast sobre música brasileira. (ele/he/him)
Jun 12, 2023 • 5 tweets • 1 min read
Feliz Dia da Paixão Palmeirense, Brasil. Há 30 anos, a vitória do Verdão sobre um de seus rivais destrancou a zica espiritual de todo o Brasil. Vou mostrar.
Depois da magia de Evair naquela noite no Morumbi, o Brasil tomou um passe que permitiu o controle da inflação no ano seguinte e, posteriormente, tirou 30 milhōes da linha da pobreza. O feito do Palmeiras trouxe alegria ao país até aquele gol perdido pelo Diego Souza em 2012.
Jun 12, 2023 • 5 tweets • 1 min read
Lendo sobre o desembargador de Santa Catarina acusado de manter mulher surda-muda em condição análoga à escravidão. O argumento dele é o mesmo das pessoas no documentário "Holocausto Brasileiro", sobre hospital psiquiátrico de Barbacena: noticias.uol.com.br/cotidiano/ulti…
Esse doc (que é também um livro, da jornalista Daniela Arbex) mostra que os internos do hospital eram usados pra construir casas de pessoas do entorno do hospital em torno de comida, ou simplesmente porque se sentiam bem trabalhando (rs).
May 25, 2022 • 9 tweets • 2 min read
A Austrália tinha uma história similar aos EUA na relação do povo com armas - tinha, pois mudou radicalmente após o massacre de Port Arthur, na Tasmânia, em abril de 1996. A mudança nas leis e na cultura do país em relação a compra de armas é hoje um orgulho nacional.
Em abril de 96, um psicopata matou 37 pessoas numa região turística da Tasmânia com tiros de AR-15. O massacre causou comoção nacional e então premiê John Howard (conservador, uma espécie de George Bush ozzie) investiu pesado em mudar as leis para dificultar a compra de armas.
Sep 4, 2021 • 11 tweets • 2 min read
Na última edição do Travessia (Sucessos Únicos), trouxemos a história de Volta Seca, o cangaceiro do bando de Virgulino Lampião que lançou um disco em 1957 com as músicas supostamente feitas pelas bandoleiros. Entre as quais, Mulher Rendeira e Acorda Maria Bonita.
Volta Seca foi o mais jovem bandoleiro do grupo de Lampião, a versão brasileira de Jesse James, Butch Cassidy ou Ned Kelly. Ele foi recrutado pelo grupo ainda garoto após fugir de casa, onde sofria maus tratos da madrasta num cenário de miséria generalizada.
Mar 4, 2021 • 6 tweets • 1 min read
Está próximo de uma reviravolta - e provavelmente de um filme - o caso da "mulher mais odiada da Austrália". Vou contar.
Kathleen Folbigg foi condenada por matar seus quatro filhos em momentos diferentes, sempre quando estavam em torno dos 2 anos de idade. Agora um grupo de cientistas diz que há evidência recente suficiente pra crer que dois deles tiveram morte súbita por um defeito genético.
Mar 4, 2021 • 5 tweets • 1 min read
Terminei o doc dw 2009 sobre o Monty Python, disponível no Netflix (ao menos no daqui). Coisa fina. Dá um conforto na alma ver.
Conheci Python na faculdade, um professor falou coisas incríveis. Na mssma semana fui à 2001, ao lado da Cásper, e peguei o Live at Hollywood Bowl. E depois os outros.
Sep 2, 2020 • 6 tweets • 1 min read
Meu filho está fascinado que peru é um bicho e também um país, mas que em inglês o bicho é "turkey", que é na verdade um outro país (Turquia). E eu fui pesquisa e, bem... está tudo relacionado.
O peru é natural da região entre México e EUA, mas, por ser um bicho estranho, é historicamente é associado a países exóticos por quem vê. Desta forma, em Israel, peru é "odu", palavra que também serve pra designar o país Índia.
Mar 4, 2020 • 7 tweets • 2 min read
Uma das minhas maiores birras na vida é o povo da minha idade, que foi criança ou adolescente nos anos 80, bancar um saudosismo ao estilo "as novas gerações são horríveis, a minha é que era boa". Era tudo uma porcaria, cara. Você que era criança.
As suas lembranças são boas porque você se lembra de coisas boas da sua família e de sua vida. No mais, a TV era uma porcaria, a escola era violenta e o Brasil já era a merda que é.
Jul 7, 2019 • 6 tweets • 1 min read
Jards Macalé pensava em se matar naquele estranho final de anos 70. A música não era mais a mesma, e o pulo de vanguardista para tio esquisito tinha sido rápido demais. Ele não entendia mais o mundo que mudava e o mundo não mais o entendia, e ainda havia tomado um pé na bunda.
Jards decidiu, então, ligar para os amigos para, sem dar na telha, se despedir.
João Gilberto foi um deles e notou haver algo errado com o amigo. E disse "Jards, venha me visitar, venha, venha". Jards assim o fez.
Jun 22, 2019 • 6 tweets • 2 min read
Vi o "Democracia em Vertigem". Achei menos petista do que o trailer prometia, o que é bom. É mais apegado à democracia que à esquerda e, me parece, empata com a visão de grande parte do mundo sobre o que aconteceu no Brasil de 2013 pra cá.
O principal pecado do doc, pra mim, é não explicar como se desenrolou a crise econômica. Porque isso é simplesmente o principal fator pro impeachment. Não é o único, mas a condução desastrada (pra dizer pouco) de Dilma deitou o governo na frentr do rolo compressor golpista.
Apr 20, 2019 • 5 tweets • 1 min read
Duas histórias de sextas-feiras santas.
Antigamente, no interior paulista, os circos mambembes encenavam a paixão de Cristo por essa época, já que era de mau tom circo em feriado santo. Um professor da escola certa vez contou que um desses circos escolheu o palhaço pinguço pra ser Jesus na encenação.
Feb 27, 2019 • 8 tweets • 2 min read
O Oscar de melhor filme ao "Green Book" gerou uma porradaria generalizada nas mídias sociais anglófonas -- e, pelo que vejo, um pouco também no Brasil. Vejo uma confusão entre dois assuntos diferentes: o filme e o prêmio.
Uma vertente das críticas reclama que "Green Book" é um filme sobre o branco, e que o negro acaba dependendo dele o tempo todo. Bem, é isso mesmo. O personagem central é o branco e como ele lida com seu preconceito. Mahershala Ali ganhou o Oscar de coadjuvante.
Feb 9, 2019 • 11 tweets • 2 min read
Considero ter planejado com razoável precisão a vida que estamos levando na Austrália. Existe, contudo, um fator o qual me pegou completamente desprevenido:
Baratas.
Sendo claro: VI MAIS BARATAS NOS SEIS PRIMEIROS MESES VIVENDO EM SYDNEY QUE NOS OUTROS 37 ANOS DE VIDA. Não há exagero nessa frase. No calor, são três ou quatro por noite.
Jan 26, 2019 • 6 tweets • 1 min read
Deve haver alguma explicação mística, algum fator transcendental em todo o processo que levou o País de candidato a potência emergente a esse asno afogado em esterco e agonia num intervalo menor que dez anos, um período histórico curtíssimo.
Talvez haja algum mérito pela rapidez com que a esperança se transformou em desgraça. Esse tombo não é pra qualquer um, tem que haver muita dedicação.
Nov 29, 2018 • 11 tweets • 2 min read
Há uma outra coisa sobre Bolsonaro e a mídia, que é a falta de lastro dos jornalistas sobre o que vinha acontecendo na Internet. Descobrimos um novo mundo que parecia ser o subterrâneo online durante a eleição. De repente descobrimos que o subterrâneo somos nós.
No meu tempo de faculdade se discutia como o jornalista havia se tornado, a partir dos anos 80, um sujeito da bolha classe média, sem contato com a grande massa pobre. E isso evidentemente se reflete na pauta. Classe média escrevendo pra classe média. Sabe a bolha do Facebook?
Nov 2, 2018 • 7 tweets • 2 min read
Flashes das eleições. Um (ex)amigo me disse que sou anti-Bolsonaro pois vivo numa bolha de classe média abastada que não sabe o que é viver na periferia. Por isso temos que matar vagabundo e armar a população, que precisa se defender.
Meu argumento pra ele e tantos outros sempre foi que vivem numa bolha de classe média abastada que não sabem o que é viver na periferia. Por isso precisamos de políticas públicas de inclusão e menos violência, porque matar bandido faz com que outros ocupem o lugar.