V. era um jovem de periferia, do interior do Pará. 18 anos, alegre, simpático. Durante a semana, ajudava a mãe a cuidar do irmão, para ela trabalhar, enquanto ele mesmo não encontrava trabalho. Jogava sua bola, saía, paquerava. Uma vida simples e normal... Até que tudo mudou. Uma noite, estava num aniversário ali no bairro, junto com o irmão e amigos, quando a polícia chegou.
Os convidados homens estavam todos do lado de fora da casa, conversando na rua (já que não cabia todo mundo dentro, ficaram só as mulheres na casa).
Atitude suspeita, né?

Conselhos que eu gostaria de ter dado a mim mesma ANTES de passar pelo puerpério: 1. Se não houver uma rede de apoio efetiva na sua vida, gente disposta ou disponível pra ajudar de verdade no que você precisa, e se tiver condições financeiras pra isso, pague pra ter auxílio. Nessa fase, ajuda não é despesa, é investimento. Não se sobrecarregue à toa.

- Dra, quero confessar um crime.
Eu abortei. Por favor, me ajuda: estou sozinha no mundo e não quero ser presa...

Confesso: algumas histórias marcam muito, e nunca quis quebrar a imparcialidade.
Mas C., com suas lágrimas nos olhos, é, de longe, minha assistida preferida.

🧶 A jovem à minha frente não parecia ter + que 16 anos. Mas tinha.
Trêmula, estabanada, tentava tirar os cabelos castanhos enroscados nos óculos 1/2 fundo de garrafa. O converse listrado no pé não destoava do resto do look todo nerd.
- me conta, o que aconteceu?
C. desatou a falar.

Nunca vou esquecer da 1a vez que um assistido recebeu decisão decretando sua prisão imediata, após condenação pelo Tribunal do Júri.
Júri dramático, dos mais duros da carreira.

No dia seguinte, o juiz, muito abatido, veio falar q...

hum...

Melhor contar pelo começo, né?
🧶 O fato aconteceu no interior do interior, comunidade ribeirinha encravada nos confins do Marajó.
Dois jovens, cerca de 20 anos, sem histórico de violência, iniciaram uma briga durante uma quermesse.
Um deles morava ali, tinha família, amigos... O outro, Z, estava de passagem.

Todo mundo tem aquela história que se renova, né?
Mudam as personagens, o cenário, a época... mas o enredo é sempre igual.

No meu caso, é a história do cara que só fica comigo às escondidas. Vergonha de mim (?!).
Não sei.
Só sei que a história se repete - como tragédia, mesmo. Volta e meia, algo acontece e pega justo nesse gatilho aí.
E dá-lhe bad.
E dá-lhe terapia.

Como é que tu sai de um círculo vicioso que não sabe como entrou?

É karma? Não sei.
😕

Uma coisa que acho apaixonante: arte urbana.

Esses murais. 💚 Na sequência, o Instagram dos artistas:

Cix Mugre.
instagram.com/cixmugre_dmt?u…