Há uma semana decidi voltar a pé pra casa. O carro tá na oficina e assim eu me forço a fazer uma atividade física nessa pandemia. Fazia alguns anos que eu não fazia isso, andar a pé pelas ruas de noite. Mas, tava tudo lá, do jeitinho que eu tinha deixado..... Os olhares de sempre, aquela mistura de medo, pavor e ódio. O andar mais apressado quando me aproximo, com uma agarrada mais forte na bolsa ou no celular. E o frio na espinha toda vez que avisto reflexos de uma sirene.

Mano, o tanto que essa mina teve que abrir caminho na base da porrada. Glória Maria é sensacional, mas essa entrevista fez eu me lembrar de uma coisa muito triste sobre mim. Pega o fio (se quiser) (+)

telepadi.folha.uol.com.br/eu-me-sentia-c… Passei anos da minha vida com um ranço sem motivo da Glória. Não entendia o pq, mas não gostava dela, do estilo, das matérias... tudo eu achava um jeito pra criticar. Do cabelo à passagem, da pauta à dicção.

Desde o começo da semana eu tenho evitado ler sobre o rolê do Malcom sofrendo racismo na Rússia.

Mas, hoje, quando eu soube que após uma semana, ele já está sendo cotado para ser negociado, um nó me veio na garganta. Acompanhar histórias de jogadores da base e ver sua trajetória é uma das Graças do futebol e com esse moleque não é diferente.

Eu o conheci em 2013, cria da base e do terrão do @Corinthians .

Ele era a melhor aposta após termos perdido o William anos antes.