O que está acontecendo hoje na Zona Oeste do Rio é sem precedentes. Não estamos falando de uma ocorrência pontual. São quase 40 ataques em uma área com mais de 1 milhão de habitantes e boa parte do território da cidade. Eu fiz um mapa pra mostrar isso: Nós tivemos ataques em áreas tão distantes quanto Santa Cruz e Vargem Pequena. São diversas estações do BRT atacadas e ônibus incendiados em vários pontos da Avenida Brasil, a via mais importante da cidade.

Bolsas de R$ 34 mil mensais nas folhas secretas da @UERJ_oficial foram usadas para uma grand rachadinha. É o resultado de uma grande investigação que @ruben_berta e eu tocamos nos últimos meses no @UOLNoticias. O esquema inovou e desviou dinheiro público por boleto e pix. 🧶 No total, 92 pessoas receberam bolsas de R$ 34 mil em um programa com recursos da Faetec. Quase metade dos contratados fez saques de todo o salário na boca do caixa às vésperas da campanha eleitoral, somando R$ 2,2 milhões em dinheiro vivo.

Nos últimos dias estive mergulhado no submundo do golpismo bolsonarista no Telegram. Durante os atos terroristas de 8 de janeiro foi possível notar uma clara coordenação para enviar comandos aos extremistas e insuflar novos atos pelo país. Conto no @UOLNoticias Apenas quatro grupos em que compilei mensagens sistematicamente mais de 188 mil pessoas são atingidas pelo conteúdo extremista e neles as mensagens se repetem, mostrando indícios de uma coordenação central. Há muitos outros operando sem nenhum receio das autoridades.

Fui um dos primeiros jornalistas a alertar sistematicamente para a politização das nossas polícias. Fiz várias reportagens sobre esse tema bastante complexo e queria fazer alguns apontamentos sobre o que a barbárie que vimos hoje. Vem que é fio 🧶 O ministro @FlavioDino falou em infiltração da ideologia em instituições brasileiras. Isso não é algo apenas de indivíduos, mas também das próprias instituições. Uma das principais formas disso ser feito é julgar quem oferece risco ou não.

O ato golpista de hoje marca, na minha opinião, um novo momento na estratégia de mobilização bolsonarista, que se tornou um grande problema para a democracia brasileira.

Vem que é fio 🔌 1) Eu já cobri muitos atos bolsonaristas desde 2018, mas a de hoje teve aspectos inéditos. Pela 1ª vez, não foi preciso nenhuma convocação de figuras públicas do bolsonarismo. Nem Bolsonaro, nem os filhos, nem os deputados e senadores estavam pautando publicamente isso.

EXCLUSIVO no @UOLNoticias : Viabilizada por Flávio Bolsonaro, a licitação para compra de 500 fuzis pela Polícia Civil tem graves indícios de favorecimento à Sig Sauer e de conflitos de interesse. Parceria com o craque @eduardomilitao Em dezembro, Flávio Bolsonaro se vangloriou de ter liberado mais de R$ 3 milhões junto ao Ministério da Justiça. O fato também foi celebrado pelo governador Cláudio Castro. Nem Flávio, nem Castro, nem o ministério explicam como isso se deu.

EXCLUSIVO: Em meio às discussões para a compra da vacina contra a covid-19, o Ministério da Saúde mantém um agente secreto da Abin no comando de um dos órgãos mais importantes para tirar do papel a campanha de vacinação. Segue o fio! O agente é Myron Moraes Pires, e ele chefia a CGCIS (Coordenação-Geral do Complexo Industrial da Saúde). O órgão tem a função de articular com laboratórios e indústrias para atender a demanda de compras do SUS por vacinas, remédios, insumos e equipamentos.

Depois de um mês de apuração, mostro hoje no @UOLNoticias que a PM do Rio liga partidos de oposição a Jair Bolsonaro a atos de vandalismo e trata de maneira oposta manifestações políticas pró e contra o governo.
noticias.uol.com.br/reportagens-es… Documentos da PM revelam que a corporação usa uma justificativa genérica -a participação de partidos de oposição em protestos- para tratá-los como possíveis distúrbios. Isso viabiliza a mobilização de grandes aparatos de repressão. O mesmo não ocorre com atos bolsonaristas.

A Praça Seca é um dos pontos mais importantes para entender essa geopolítica do crime no Rio por sua posição geográfica. Ligação entre as zonas norte e oeste, o domínio da área é decisivo para o futuro das milícias e das facções de tráfico nos próximos anos (+)

https://twitter.com/lolaferreira/status/1280846511266545666

Por um lado, a presença em comunidades da Praça Seca garante ao CV condições de proteger a Cidade de Deus, uma de suas áreas mais lucrativas, de um cerco de milicianos. A CDD é cercada, por um lado, por Rio das Pedras e Gardênia Azul, dois dos mais antigos redutos da milícia.

A dinâmica da rede de desinformação bolsonarista é sempre a mesma. Bolsonaro ou um dos filhos lançam uma ideia X, surgem notícias falsas para referendá-la. Isso está sendo exposto de maneira cristalina na crise do coronavírus porque a pandemia se tornou assunto único. Exemplos: Bolsonaro ataca governadores e diz que a crise econômica será muito pior do que a pandemia. Fala que as pessoas vão passar fome. Resposta: abundam vídeos falsos de saques a supermercados como se fossem consequência do isolamento social.

Respeito os colegas que estão defendendo o cercadinho da presidência, mas acho que isso é um profundo equívoco. O maior poder que o jornalismo profissional tem é fazer a agenda e pautar o debate público. Essa situação é materialização da erosão desse poder. (+) Desde que se consolidou como favorito na eleição de 2018, Jair Bolsonaro adotou a estratégia de não falar com jornalistas. Não me refiro só a entrevistas. Todo candidato mantém uma equipe para responder demandas de imprensa, mas a de Bolsonaro nem sequer respondia.

Eu e @lolaferreira mostramos nessa reportagem no @UOL como a ação das polícias do Rio é decisiva para a expansão da milícia. Analisamos dados de 2.959 tiroteios catalogados pelo @fogocruzadoapp desde 2016. Menos de 3% deles ocorreu em áreas de milícia. 
noticias.uol.com.br/reportagens-es… @lolaferreira @UOL @fogocruzadoapp Usamos dados geolocalizados do @fogocruzadoapp sobre disparos de armas de fogo com a participação de agentes públicos na cidade do Rio. A partir deles, apuramos quais organizações criminosas controlavam as áreas onde os disparos ocorreram naquele momento. É um trabalho desafiador

É leviano fazer qualquer ilação de envolvimento de Jair Bolsonaro na morte de Marielle, mas os fatos relevados pelo Jornal Nacional são gravíssimos. Há varios fatos nunca explicados sobre a relação dos Bolsonaro com membros do Escritório do Crime. Relembrarei nesse fio. Em janeiro, eu, Bruno Abbud e @varaujo1 revelamos que Flávio Bolsonaro empregou durante anos a mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime. 
oglobo.globo.com/brasil/flavio-…

Hoje eu e a @varaujo1 mostramos que Flávio Bolsonaro não só homenageou o capitão Adriano, chefe da milícia do Rio das Pedras e do Escritório do Crime, como todos os seus colegas de trabalho integrantes da "guarnição do mal". Segue o fio!
glo.bo/2MOlrlF @varaujo1 Adriano e outros sete PMs - entre eles o vereador do Rio Itálo Ciba - eram conhecidos pelas práticas criminosas nas favelas da Zona Norte. Foram homenageados no dia 4 de novembro de 2003. Menos de um mês depois foram presos.