Flexibilizar a legislação trabalhista funciona?
No geral, não. Como sempre, há exceções

O diagnóstico que motiva isso é que a regulação do mercado de trabalho é rígido demais, torna o trabalho caro. Flexibilizar aumentaria nível de emprego e, talvez, renda.
(segue) Raramente o efeito pró-emprego é grande.
Com alguma frequência os benefícios são absorvidos mais pelas firmas que pelos trabalhadores.
O efeito distributivo é meio ruim: favorece trabalhadores mais qualificados, precariza os pouco qualificados, reduz pouco os informais. +

Qualificação dos trabalhadores funciona?
No geral, custa muito caro e não funciona. Há exceções.

Há diagnósticos do mercado de trabalho que assumem que há postos, mas não há gente qualificada para ocupar os postos. A solução proposta é qualificar trabalhadores.
Funciona? (segue) Os custos de qualificar são altos.
- Os custos educacionais e os custos para quem cursa. Há países que gastam 1% do PIB nisso, sem retorno claro.
- No geral, o retorno depende da duração, é equivalente à educação normal - 1 mês de treinamento = 1 mês de escola (varia, claro)
+

"Tem que aumentar a eficiência do gasto público"

Gente, não é tão simples assim. Se fosse fácil, acredite, já tinham feito.

Acompanhe por favor o argumento: De longe o principal gasto é previdência.
Vai aumentar a eficiência onde? É uma transferência bancária...
Conclusão 1: uns dois terços do gasto não tem espaço para eficiência.

Depois vem saúde.
Tem sim como aumentar eficiência.
Porém... (segue)

Para complementar um fio que eu fiz com resultados de pesquisa razoavelmente recente.

Transferências de renda aumentam escolaridade (muito bom), mas não aprendizado (uma pena, e tem que ler isso com cautela).

Vamos lá: Transferências de renda aumentam os níveis de matrícula substantivamente, especialmente na escola secundária. Isso ocorre independentemente de condicionalidades de educação. Todavia, o efeito médio de transferências condicionais à matrícula é ainda maior. +

Há vários erros neste editorial de O Globo.
É bem intencionado, mas tem coisas erradas ou incompletas, por isso vou detalhar abaixo como poderia ser melhor.
oglobo.globo.com/opiniao/editor… Não é o crescimento "geral" o que importa.
Uma economia não cresce, strictu sensu. Quem cresce são as pessoas. A propriedade é privada. Tem que especificar "Crescimento de quem?"

O que importa é o crescimento dos pobres.

Apenas o crescimento pró-pobre importa para pobreza.

Ferramentas de Pesquisa: ao longo de semanas eu avaliei umas 40 🔧.
Ontem eu listei as de busca de bibliografia.
Parte B aqui. Agora eu falo de outras ferramentas muito úteis e fáceis de usar
Siga e veja: Há programas de estatística que não exigem programação.
São a porta de entrada.

Aqui eu comento três gratuitos, o Bluesky, o Jamovi e o JASP. Eles usam o R. O JASP tem foco no aprendizado.
Mas há outros, grátis, como o Gretl e Orange, e os pagos.
+

https://twitter.com/marcelo_meds/status/1720759432995283104

Seu trabalho fica mais rápido, melhor e mais fácil com ferramentas adequadas.
Eu avaliei umas 40. Levei semanas nisso.
Recomendo nos meus cursos e achei útil postar aqui também. Parte A. Veja abaixo.
Por isso, anote... 🔹 Busca de literatura.
Zotero.
Ele é mais do que um organizador. Ele se integra ao Word, Open Office, PDFs e, importante, ao Research Rabbit.
Busca a fonte e insere a referência no texto, ABNT, APA, o que você quiser. Tudo automático e fácil.

https://twitter.com/marcelo_meds/status/1715725140976115993

Vamos lá
A invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.

Sensacional que é tema da redação do Enem

Há dados sobre isso que ajudam. Há também palavras-chave para buscar mais sobre o assunto.
Segue um fio: "Trabalho de cuidado" tem que ser entendido como
"Trabalho de cuidado não-pago".
É diferente, por exemplo, do exercício profissional de enfermagem, faxina, educação, etc.
As chaves:
- Trabalho de reprodução
- Trabalho doméstico (mas não empregado)
- Cuidados domésticos
- Trabalho não pago (vs Trabalho Pago)
- Economia do cuidado
+

Estudantes: dá pra estudar com ajuda de inteligência artificial!

O nome é Socratic

É para ensino básico e médio.

Tem muitos prós e alguns contras. A seguir, minha opinião Os prós:
- É um auxiliar. Desenhado para promover, não é uma "cola".
- Responde perguntas, tira dúvidas.
- Usa voz, imagens, texto, desenhos, fotos
- É um google busca focado em ensino. Especializado é melhor.
+

Apresentação gráfica é muito importante.
É uma linguagem. É como escrever bem.
IA vai ajudar você nesse processo.

Já comentei outras ferramentas, adiante quero comentar o Microsoft Designer, segue. Eu testei várias coisas. Uma delas foi o comando:
"Faça um cartaz para um seminário sobre Redes de Pesquisa com data no dia 15 de dezembro e local sala 735 da universidade XYZ. Use tons pasteis e uma imagem de nós de rede.".
Fez direitinho e deu várias opções alternativas +

Programar ficou muito mais fácil do que era antes.
Mudou tudo! Até para os dinossauros!

Mais uma dica de inteligência artificial para quem faz graduação, mestrado ou doutorado.
Até para quem é professor e outros profissionais:

Os co-pilotos de programação!
Abaixo: Parte grande da programação é puramente mecânica: decorar comandos, rotinas, etc.
Até para quem programa em uma linguagem é difícil transitar para outra.
Isso está ficando obsoleto.
Com os assistentes de IA você:
(segue)

Tecnicamente correto dizer que ter filhos afeta o rendimento das mulheres. Mas tem que ficar claro o contexto.

Isso se dá porque A MAIOR PARTE do trabalho de cuidados é feito pelas mulheres.

Deixa eu falar sobre isso bem pouquinho abaixo

repositorio.ipea.gov.br/bitstream/1105…
Existe toda uma economia do cuidado, de valor imenso, que é movida pelas mulheres.
A sociedade inteira depende disso.
Não é "se beneficia", é depende.
Tudo.
Educação? Depende das mulheres
Saúde? Depende das mulheres

E daí? Bem, e daí que esse assunto é praticamente ignorado +

Recomendo que minhas estudantes usem Inteligência Artificial no meu curso.

É útil, eficiente, e treina para o futuro.

A primeira ferramenta que eu recomendo -- a que eu mais recomendo -- é

Veja abaixo as razões: researchrabbit.ai
O
· É uma máquina de busca sofisticada.
· A partir de um pequeno conjunto de artigos selecionados como os melhores do campo por você cria uma rede de artigos relacionados, relaciona as várias referências
(segue)researchrabbit.ai

O crescimentismo é um erro grave.
Não é viável uma estratégia de desenvolvimento que não seja altamente sustentável.
É muito irresponsável focar no curto prazo.
É anti-igualitarista focar no curto prazo. 1. Conservar é muito mais barato que restaurar. Na verdade, restaurar é praticamente impossível em um prazo de poucas décadas.

Implica que há um conflito distributivo entre gerações.
Os ganhos das gerações atuais tem boas chances de se tornar perda para as gerações futuras.

Pautas identitárias importam sim, importam muito para a desigualdade e para a pobreza.

Separar classe e raça, classe e gênero é um erro do ponto de vista igualitarista.
Dá bookmark aqui e guarda pra usar depois que alguém vier com isso, pois toda hora alguém volta no assunto. É muito importante as pessoas entenderem que raça e gênero são determinantes fundamentais da RENDA das pessoas.
Raça e gênero determinam classe.
Consequentemente, "identidades" são pilares da distribuição em classes.
Muito mais importantes do que alguns acham
Aos dados:

Este é sobre poligamia e casais de mesmo sexo nas coletas de dados do IBGE. Estorinha.

Os dinossauros ainda caminhavam sobre a terra quando eu e o @RafaelGOsorio decidimos examinar os padrões de formação de família no Brasil porque nós achávamos que esses padrões eram muito... ... importantes para o desenho de políticas. Você vai concordar com a gente que muitas políticas sociais tinham desenho ‘familista’ i.e. conservador.
No meio do estudo a gente começou a procurar casais de mesmo sexo e poligamia nos dados da PNAD. Não tinha.

100 anos de colheitas.
O latifundiário plantou, brotou uma escola
O Engenheiro replantou, brotou uma universidade
O Agrônomo replantou, brotou pesquisa sobre latifúndios.
O Engenheiro replantou, brotou uma nova geração de estudos sobre desigualdade.
+ Escravidão, crescimento extensivo. Para Luís Vicente de Souza Queiroz, os limites desse modelo agrícola estavam claros. Ele resolve plantar as sementes de escola de agricultura moderna. Em 1901 brota a Escola Agrícola Prática de Piracicaba. +

A curva de Lorenz
A tese do Lorenz
E o trem que faz a viagem até a desigualdade no Brasil durante a ditadura... Todo mundo aprendeu Curva de Lorenz no Ensino médio, né? 😊
Ela é uma representação da Concentração.
Ilustra, por exemplo, que “10% da população concentra metade da renda”.
Pois é, a história dela tem relação com a história dos estudos sobre desigualdade no Brasil. +

Os 20% mais ricos são ricos? Os 10% mais ricos são ricos?
Tá certo tratar todo mundo dentro dos 10% como uma classe só? Ou são vários subgrupos?
Nos 20% mais ricos o milésimo mais rico ganha 193 vezes mais que as pessoas mais pobres dentro dessa classe... + Ok, pode ser um artefato da estimação, mas mesmo retirando meio por cento da população, que é muita gente, fica uma razão de 18 vezes, diferença de meio milhão de reais anuais. +

Irresponsabilidade Fiscal gera desigualdade.
Isso de não controlar os gastos tem impactos sociais negativos.
Deixa eu explicar isso com alguns dados, ajuda a entender como Responsabilidade Fiscal e Social andam de mãos dadas.
No fundo, meu argumento é um apelo... ... a uma certa razoabilidade e equilíbrio. É um argumento simples.
A dívida pública é extremamente regressiva. Ela existe porque o governo gasta mais do que arrecada. Às vezes é preciso mesmo...

E o Gini, ele mesmo, o do Coeficiente de Gini? Fascista.
E isso chegou no Brasil.

Em 1919, Giorgio Mortara, um importante estatístico italiano, escreve uma carta carinhosa a um colega que estava prestes a se casar: Corrado Gini. + Mortara e Gini eram competidores intelectuais,mas isso não impedia o afeto de Mortara por ele.
Vinte anos depois da carta afetuosa, Gini apoia o fascismo.
Os fascistas publicam o Manifesto della Razza e aprovam leis em 1938 para perseguir africanos e judeus.
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