Me perguntaram outro dia como era a organização dos meus fichamentos pra facilitar minha escrita, então aqui vai um fio rápido explicando como faço. Vou usar como exemplo os dois capítulos que escrevi recentemente sobre o Dia D. + A primeira parte é a mais óbvia: ler tuas fontes/livros e fichar. Na hora de fazer isso normalmente eu só salvo o trecho e a página (quando não é ebook), e depois dou uma lida no fichamento e faço anotações dizendo sobre o que é cada trecho. +

Hoje, 23 de abril, é o aniversário da criação do Campo de Concentração de Tarrafal, em Cabo Verde, feito com o objetivo de prender opositores do Estado Novo português, especialmente a esquerda antifascista. O campo chegou a ser conhecido como "Campo da morte lenta" + O campo era conhecido por ser um lugar extremamente insalubre, de clima muito quente, pouca água potável e repleto de mosquitos nas épocas de chuva. E pela distância geográfica de tudo, era o lugar ideal para isolar completamente os opositores da ditadura de Salazar +

Agora que minha tese foi defendida eu me sinto mais seguro em falar sobre ela publicamente (síndrome de impostor, sabe como é), e ela foi sobre a mitificação do Dia D nos Estados Unidos, onde ele foi de uma batalha importante à batalha que salvou a Europa ou mesmo o mundo. + Eu mudei de tema muitas vezes durante o doutorado e teve uns anos que eu não consegui fazer nada. Pedi licença médica e o escambau. Só fui decidir esse tema em meados de abril de 2022 e tive que escrever mais de 200 páginas em uns 4 meses (umas 40 eu já tinha do tema anterior). +

Concordo com muitas análises sobre o problema da falta de leitura nas unis, mas acho q isso aqui tem q ser levado em conta

Eu falo (sem nenhum orgulho) que devo ter matado metade dos textos da faculdade por desinteresse, embora tenha lido muita coisa não obrigatória no lugar

https://twitter.com/sofiabhlisboa/status/1563626858633363456

Até hoje quando quero ler algo fora do que sou obrigado, leio história e não literatura. Eu amo aprender história, mas eu não me interesso por todas as coisas.

E meu interesse muda. Eu não gostava de História do Brasil durante a graduação inteira. Hoje me interesso cada vez mais

Hoje, 3 de julho, é o aniversário da derrota confederada na batalha de Gettysburg, que é considerada o marco da virada da União contra os confederados na Guerra de Secessão.

E se eu te dissesse que ela é um dos principais marcos de uma ressignificação que falsifica a história? + Esse último dia ficou marcado pela carga de Pickett, quando general Robert E. Lee ordenou uma carga contra os soldados da União em Cemetery Ridge, na esperança de que essa carga acabaria com a linha de defesa unionista. Foi um fracasso e vários confederados morreram +

Vocês já se perguntaram qual é a altura de pessoas conhecidas na história?

Aqui vai um fio cheio de informação inútil pra você saber se é mais alto(a) ou baixo(a) que aquela pessoa que você ouviu falar nos livros Só uma observação antes de começar: eu peguei essas informações no Google. É completamente irrealista eu sair lendo dúzias de livros pra ver se acho uma informação numérica que se encontra no Google em segundos. Se alguma dessas informações estiver errada, podem me corrigir

Se espera de gente como eu que:
- Faça vídeo no YouTube
- Podcast
- TikTok
- Reels
E ainda fique atento a qualquer moda ou nova rede social que surgir.

Resolvi seguir o caminho inverso: fazer só o que eu gosto e tentar fazer muito bem feito o pouco que me proponho. E tá dando muito certo. Pago minhas contas, ajudo meus pais, produzo programas para amigos meus e tenho mais qualidade de vida do que se eu ficasse correndo atrás de algoritmos e suas volatilidades.

Essa história do Will Smith sendo banido por 10 anos dos eventos da academia me fez lembrar de algo. Das muitas coisas que a academia gosta, narrativas de redenção estão entre as favoritas, sejam estas redenções verdadeiras ou não.

Querem um exemplo? Mel Gibson + Winona Ryder afirmou que numa festa (não sei dizer o ano) Gibson teria feito um comentário homofóbico pra um amigo gay dela, perguntando se ele pegaria AIDS do cara. Ainda soltou um "Você é judia? Mas você é tão bonita!" pra Winona +

Não queria acompanhar essa treta sobre Holodomor, mas como muita gente me marcou em brigas por conta do episódio que fiz pro @historiaFM acabei lendo muita coisa. E uma coisa que eu percebi é que boa parte das brigas tem mais a ver com conceituação do que com História. Explico: + Uma parte significativa da polêmica diz respeito à afirmação de que "Não existiu Holodomor". Essa argumentação causa, como reação, o argumento de que "Negar o Holodomor é igual negar o Holocausto". Mas pra essa discussão fazer sentido, a gente precisa olhar para trás +

Essa menina se chamava Elizabeth Cecilia van Zyl, e essa foto foi tirada quando ela estava prisioneira junto com a mãe no campo de concentração de Bloemfontein.

Aí você me pergunta: "Ué, não lembro desse campo nazista. Onde ficava?"

Aí é que tá: não era nazista. Era britânico.+ O campo de concentração de Bloemfontein ficava na cidade de mesmo nome, uma das maiores cidades da África do Sul, e foi usado durante a Segunda Guerra Anglo-Boer. Como o pai de Liz se recusou a se render, ela e mãe foram classificadas como "indesejáveis", e por conta disso +

Estou acompanhando pouco a situação entre Rússia e Ucrânia, então por isso não estou comentando. O que eu posso dizer é: enquanto a OTAN continuar forçando suas fronteiras rumo ao leste, esse tipo de coisa vai continuar acontecendo. Não é a primeira vez, talvez não seja a última A ideia de uma "Terceira guerra mundial" é exagerada, e espero estar certo. A correlação de forças hoje não é a mesma da primeira metade do século XX, fora a questão atômica q mudou as regras do jogo. Uma guerra de grande escala não é interessante para nenhum dos envolvidos

O passado nunca está tão distante quanto a gente pensa, e nesse fio eu vou dar alguns exemplos disso

Essa é Helen Viola Jackson, a última viúva de um veterano da Guerra de Secessão. Sim, aquela guerra que acabou em 1865. Sabe quando ela morreu? Ano passado.

Sim, 2020. + Ela tinha algo entre 17 e 19 anos (as fontes variam) quando casou com James Bolin, que tinha na época 91 a 93 anos (as fontes tb divergem nisso). Ela se voluntariou para ser cuidadora de James, e o casamento ocorreu porque +

Hoje completaram-se 103 do enforcamento de 13 soldados estadunidenses negros após o Motim de Camp Logan, conhecido também como Houston Riot (Tumulto de Houston) de 1917. Segue o fio para entender a situação. Em abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha e começaram a construir centros de treinamento pelo país. Um desses centros era o Camp Logan em Houston, Texas.