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Formado em Comunicação, redator e criador de conteúdo, com experiência em TV, cinema e web. Aqui falo sobre televisão, quadrinhos, filmes e muitas outras coisas
Thiago Silva ❁ Profile picture 1 subscribed
Jan 28 9 tweets 3 min read
A inteligência artificial traduz a voz original com o mesmo timbre e ainda faz a sincronia de boca perfeita

Veja o exemplo da Elizabeth Olsen, a Feiticeira Escarlate

Leve em conta que é algo amador, então ainda tem sotaque a corrigir, mas óbvio que isso substituirá a dublagem
Se eu fosse do ramo de dublagem, eu investiria nisso
Nov 11, 2023 7 tweets 6 min read
"Mussum, o Filmis" é uma grande obra de valores, superação e mérito, totalmente à altura de seu sucessis.

Se tem uma coisa que Mussum tinha a capacidade, era a de iluminar qualquer lugar em que estava, com carisma, bom humor e simpatia. Então, seria repugnante que estragassem uma cinebiografia desse grande ídolo deturpando sua história e enchendo de coisas que ele não era, como vitimista ou amargurado.

Mesmo assim, esse seria um caminho totalmente normal (e, inclusive, previsível) atualmente, onde tantas obras e legados são destruídos para preencher pontos no bingo da lacração. Mas, felizmente, não foi dessa vez.

Essa produção brilha justamente por não partir para a panfletagem ideológica e não usar o tão saudoso humorista como uma alegoria para ideias que ele jamais defendeu.

Vivido com maestria pelo ator Aílton Graça em sua fase adulta, Antonio Carlos Gomes Bernardes chegou tão longe por alguns fatores. Além de seu imenso talento e determinação, a ótica pela qual ele encarava a vida não era a do vitimismo, mas sim a da superação, de lutar para ser o melhor.

Então, seja no colégio interno no qual foi bolsista, na Força Aérea Brasileira onde serviu por anos, no conjunto Originais do Samba onde foi um imenso destaque, seja na TV e no cinema, Mussum sempre lutou para se destacar e ser o melhor com muito trabalho duro.

Isso vinha da base dada pela sua mãe, a empregada doméstica Malvina. Analfabeta da favela carioca, a mãe solteira sempre fez questão que seu filho vencesse na vida de um modo honesto, através do esforço. E isso é a tônica do filme (no qual Malvina é vivida por Cacau Protásio e Neusa Borges).

A relação entre Mussum e sua mãe é um dos fios condutores do roteiro e traz alguns dos momentos mais inspirados da obra. Existe um paralelismo de duas cenas que é emocionante: Malvina coloca Antonio Carlos para dormir na sua cama na véspera dele se separar dela (tanto criança, na ida para o colégio interno, quanto adulto, quando já doente, perto da morte, ela faz o mesmo, agora antes da separação definitiva). Ou então a emoção do humorista quando ele percebe que sua mãe realmente está perto de se despedir da vida, uma cena na qual Aílton Graça brilha.

Entender a importância de uma mãe e de seus conselhos para a formação do caráter é algo pouco visto em produções atuais, mas muito presente nessa. E obviamente, isso contribui para que o resultado seja uma história de tremendo sucesso, vinda do lugar mais improvável.

É nesse tom que o longa aborda questões sérias que poderiam ter atrapalhado a vida do trapalhão, como o racismo. Em nenhum momento este tema é ignorado, mas a abordagem jamais transforma Mussum na vítima que ele nunca foi, mas mostra sim como um vencedor, que superou esse terrível mal e se tornou um dos maiores ídolos do Brasil.

Inclusive a mensagem final da produção é essa, a de que todos podemos nos superar e vencer na vida, independente de origem, raça ou qualquer outra coisa. E se tem um cara que provou isso, foi Mussum.

A falta de panfletagem incomodou boa parte da mídia lacradora, como a Folha, que publicou a manchete "Filme sobre Mussum é bom, mas não enfrenta racismo dos Trapalhões". Mas o próprio Antonio Carlos não gostaria de ser retratado como vítima, mas sim como vencedor.

E ainda o roteiro nem explora certos aspectos da vida do humorista que fariam esquerdistas se revoltarem, como o simples fato de que sim, ele era de direita, apoiador do Regime Militar e inclusive de Paulo Maluf para Presidente da República em 1984 (se duvida, procure no Google, existem fotos inclusive). Mas ignorar isso não é um problema, pois se a obra não precisa de panfletagem de esquerda, vale para o outro lado (embora, sim, sua ligação à direita seja fato).

Outra área que o filme não vai tão a fundo como poderia é no que diz respeito aos bastidores dos Trapalhões. Todos estão lá, esquetes clássicas são recriadas e tudo mais, mas os dramas internos são abordados bem rapidamente (mas a injustiça de salário de Renato Aragão perante Mussum, Dedé e Zacarias é mencionada). E, infelizmente, nenhum dos atores que faz os outros três humoristas é tão bom quanto Aílton Graça (o Didi de Gero Camilo, por exemplo, é bem distante do que conhecemos, infelizmente). Mas outras figuras são bem caracterizadas, como Chico Anysio, de pequena mas fundamental participação na vid ado trapalhão.

E o mencionado acima não é algo que comprometa. O filme já tem mais de duas horas e seria impossível mostrar tudo (uma ideia seria expandir a produção para uma série de TV, uma vez que a Globo tem participação nisso).

A produção traz outros muito aspectos bons, como a trilha musical (composta principalmente por clássicos do samba raiz, a maioria dos próprios Originais do Samba). A recriação de época não é a melhor da história do cinema, mas é bem passável, assim como os cenários. Falando de montagem, é algo bem arroz com feijão, indo e vindo entre diferentes fases temporais, mas sem se perder ou ficar confuso.

Existem algumas incongruências entre a realidade e a ficção, como algumas datas e fatos misturados em relação à carreira do humorista na televisão, mas isso é detalhe. E não compromete em nada, sendo algo perceptível apenas para alguém que realmente goste de história da TV (como eu hahaha).

Enfim, eu poderia falar mais, mas acho que já ficou claro. Mussum é um ícone inesquecível de nossa cultura, ensinou milhões de brasileiros que era possível vencer na vida de um modo honesto mesmo em meio à malandragem e sim, realmente merece ser exemplo. E a produção faz justiça a isso. Mérito do diretor Silvio Guindane e do roteirista @paulocursino, que sabe como poucos transmitir tais valores.

"Mussum, o Filmis" é uma grata surpresa e merece ser vista nos cinemas.


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Como assim, cara? O Ailton Graça tá muito bem no papel, melhor coisa do filme, de longe

O rosto não é 100% idêntico, mas ele fez um Mussum impecável

Só achei ele um pouco gordo demais, num filme de Hollywood isso nao aconteceria, mas foi uma interpretação excelente
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Oct 16, 2023 5 tweets 5 min read
Disney 100 anos - o auge e a destruição do sonho americano

Hoje a Disney faz 100 anos. Em 16/10/1923, tendo chegado na Califórnia vindo do Kansas após servir na Primeira Guerra Mundial, Walter Elias Disney fundou sua companhia “Disney Bros. Studio” ao lado de seu irmão Roy.

E, com o tempo, a pequena empresa familiar viraria o mega conglomerado da atualidade, Walt Disney Company. Mas as coisas não foram fáceis. Primeiro Walt tentou a sorte com o coelho Oswaldo, que acabou perdendo para a Universal Pictures, tendo que inventar um novo personagem.

Então, em 1928, veio o Mickey, estreando no curta "Steamboat Willie". Então, surgiram Pato Donald, Pateta, Minnie, Margarida, em curtas muito acima do padrão de qualidade da época.

No meio da próxima década, disposto a dar um passo maior e arriscar tudo para realizar seu sonho, Walt começa a trabalhar em sua nova obsessão: o primeiro longa-metragem de animação, "Branca de Neve e os Sete Anões", lançado em 1937. Aí a Disney se consolidou como o maior estúdio de animação e uma casa para toda família. Isso ajudado por figuras como Pinóquio, Bambi, Cinderela, Bela Adormecida e até Zé Carioca, todos protagonistas de obras integrantes da lista de 62 filmes clássicos da empresa.

Walt, um homem conservador, sempre fez questão de que sua empresa trouxesse produtos com duas marcas: alta qualidade de produção e valores tradicionais, sendo um porto seguro para crianças.

Dando mais um grande passo adiante, viriam os parques, começando com a inauguração da Disneyland em Los Angeles, no ano de 1955. Com muito trabalho duro, Walt Disney encarnava o sonho americano, sendo a representação do menino pobre que cresceu com a crença de que as coisas podem se tornar realidade mediante nosso próprio esforço. E que, claro, venceu na vida.

Não tem como resumir toda sua vida, mas vale muito a pena estudar e saber como o império Disney foi erguido, a custas de muito trabalho duro (não só do Walt, mas também dele) e crença nos valores da sociedade americana.

Em 1966, Walt Disney falece devido a um câncer no pulmão. E, desde então, a empresa passou por diversas fases. Logo após sua morte, sem rumo, a companhia entrou numa espiral de decadência, que só seria corrigida no final dos anos 80, com a chamada renascença, representada por filmes como "A Pequena Sereia", "A Bela e a Fera" e "Rei Leão".

Nos anos 2000, já sendo dona de grandes marcas como ABC e ESPN, a Walt Disney Company começa a fase de aquisições. Então, se juntam ao seu portifólio gigantes como Pixar, Marvel, Lucasfilm/Star Wars e 21st Century Fox.

Só que isso foi como perder a alma da companhia fundada e supervisionada por Walt até sua morte. Nos últimos anos, todo esse legado foi violado e destruído pela adesão à militância de esquerda por parte da empresa. De porto seguro para famílias, a Disney se tornou um pesadelo, apoiando bandeiras como aborto e troca de sexo para crianças (algo totalmente inimaginável até poucos anos atrás).

De máquina de fazer dinheiro, franquias como Star Wars e Marvel passaram para grandes fracassos, sendo comandadas por militantes que odeiam tais propriedades e apenas as usam para inserir suas ideias extremistas, atacando os fãs que sempre amaram aqueles personagens. E tudo isso com a imprensa apoiando e taxando aqueles que reclamam de mudanças de preconceituosos e radicais (enquanto, na verdade, são apenas pessoas que não gostam de ver suas amadas histórias queimadas em praça pública).

Assim, o valor da companhia vem caindo aos bilhões e bilhões de dólares por ano, colocando o conglomerado em uma situação terrível e nunca vista antes em sua história. É esperado que, em breve, a companhia comece a se desfazer de suas aquisições e a se desmembrar. Tudo isso para uma possível (provável) venda, com a Disney sendo adquirida em breve pela Apple.

Isso seria uma ideia absurda até pouco tempo atrás, mas hoje parece a única saída para evitar a quebra da Walt Disney Company.

Para mim, pessoalmente, é muito triste ver essa destruição. Sempre fui fã dos filmes e personagens Disney, dos parques (mesmo sem nunca ter ido a nenhum) e principalmente da figura do Walt Disney e de seus ideais. Resolvi escrever esse texto justamente por essa importância na minha vida, mas já nem sei o quanto vale a pena esperar (porque, talvez, já passamos de um ponto irreversível).

Mas, independente da desgraça atual, não dá para deixar de reconhecer o quão genial e inovador o Walt Disney sempre foi e como ele construiu uma coisa incrível, que rendeu décadas e décadas de histórias e propriedades sensacionais. Que seu legado seja salvo, se ainda for possível.

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Como homenagem, a Disney produziu um curta comemorando os 100 anos

"Once Upon A Studio" ou "Era Uma Vez Um Estúdio", reunindo mais 500 personagens da empresa

Saiu hoje no Disney+ e é bem legal, não tem lacrada (forçam um pouco em quem ganha destaque, mas enfim), respeita bastante o legado do Walt Disney, que inclusive aparece na cena mais bontia da produção

Como fã da (antiga) Disney, eu fiquei feliz com a animação, mas também bem triste vendo tudo que já foi destruído... que um dia consigam recuperar o que for possível
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Jul 27, 2023 15 tweets 5 min read
Nefarious, o filme de terror que você TEM que assistir mesmo que odeie o gênero.

Pela primeira vez surge uma produção onde o demônio explica como dominou o mundo atual, falando claramente para os cristãos e também para quem não acredita em nada disso.

Esse é um dos melhores… https://t.co/eNNuer22Oitwitter.com/i/web/status/1…
Image Não faco ideia, mas esse filme tem que ver legendado, a atuação é muito acima da média pra ser retirada com dublagem 😞
Jun 6, 2023 7 tweets 3 min read
Há exatamente 40 ANOS, no dia 05 de junho de 1983, entrava no ar a REDE MANCHETE

Entre grandes sucessos e grandes fracassos, a emissora ficou 16 anos no ar e foi marcada por inovações, crises e hits, como Pantanal, Jaspion e Cavaleiros do Zodíaco

Na thread abaixo, bastante… twitter.com/i/web/status/1… ImageImageImage Transmissão na íntegra do show de inauguração da Rede Manchete:

May 26, 2023 28 tweets 10 min read
𝗧𝗛𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗙𝗜𝗟𝗠𝗘𝗦 𝗗𝗘 𝗧𝗘𝗥𝗥𝗢𝗥 𝗔𝗡𝗢𝗦 𝟴𝟬 𝗘 𝟵𝟬 𝗖𝗢𝗠𝗣𝗟𝗘𝗧𝗢𝗦 𝗡𝗢 𝗬𝗢𝗨𝗧𝗨𝗕𝗘 👽👻🎃🧙‍♀️💀👹🧌🤖👾🦖

A seguir, muitos clássicos do Cine Trash (Band), Cinema em Casa (SBT), TV Terror (RedeTV!), etc

TUDO DUBLADO EM PORTUGUÊS e muitos full hd
⬇️⬇️⬇️⬇️⬇️ Image A Noite dos Mortos Vivos / Night of the Living Dead - 1990

Os mortos andam e têm fome de carne humana. Um grupo de sobreviventes está isolado em uma casa de fazenda enquanto o exército de zumbis se aproxima.