Sempre tive haters entrando na minha página e me ofendendo. Não é de hoje. E contra eles sempre usei o mesmo expediente: BLOQUEIO. Não pode haver diálogo com animais que destilam ódio, ofendem, injuriam e, além disso, produzem fake news. (+)
Dessa vez, resolveram me acusar de pedofilia (uma acusação grave) em função de uma fala antiga num podcast, o "Barbacast". O curioso é que se baseiam em algo que eu "quase falei", apelando inclusive pra noção de "ato falho". (+)
Sep 13, 2023 • 6 tweets • 1 min read
Quando eu fui no programa FRITADA, do Diogo Portugal, me interessava observar de perto aquela dinâmica, que é a do hater, do buylling. Eu que sempre fui vítima desse processo desde criança. Claro que estamos falando de um programa de humor, com a sua estética própria. (+)
Mas a perversão do hater e do buylling vem do humor. Raiva e humor. Daí porque programas como esses são perfeitos para estudarmos essa dinâmica: o tipo de riso, o comportamento do público, o trono em que a vítima será imolada, o tipo de imaginação dos torturadores. (+)
Sep 5, 2023 • 5 tweets • 1 min read
O professor enquanto dava a sua aula reparou que os alunos não manifestavam nenhum interesse. Pra ele, a explicação daquele estado de coisas é que muitos, pela primeira vez, estavam entrando em contato com uma nova forma de raciocínio. (+)
O professor se viu então numa encruzilhada: ele poderia tentar adaptar sua linguagem a fim de que seus alunos pudessem fazer aquela travessia de uma forma menos espinhosa - encenar um espetáculo com os alunos, criar debates em sala de aula...; (+)
May 14, 2023 • 5 tweets • 1 min read
O SILÊNCIO DA MINHA MÃE EM COMA
Silêncio da não comunicação.
Silêncio agudo, em chama.
De quem não aceita, nem reclama.
Silêncio que escorre, se alonga,
como um acorde sem som.
Silêncio da televisão desligada.
Silêncio que parece um parto.
Silêncio da minha mãe em coma.
Silêncio que se concentra,
indiferente a qualquer apelo.
Dec 3, 2022 • 12 tweets • 2 min read
Não é primeira vez que ouço essa ladainha dos nossos comentaristas de futebol: a razão dos jogos nessa copa de 2022 estarem tão disputados e tão sujeitos a zebras fenomenais vem do fato de que os atletas de todas as seleções, em sua grande maioria, jogarem em clubes da Europa.(+)
A perpectiva eurocêntrica no futebol não é camuflada nem por nós, idiotas do terceiro mundo. Mas isso não vem sendo dito só agora. Muito antes de Carlos Eduardo Mansur, José Ignácio Werneck, na TVE, ironizava Nelson Rodrigues. (+)
Nov 30, 2022 • 11 tweets • 2 min read
Assédio político tem que ser criminalizado. Testemunhamos recentemente situações envolvendo os ministros do STF em Nova York, Gilberto Gil no Catar, personalidades públicas em aeroportos... (+)
Ou se freia isso, e já há movimentações nesse sentido, ou vamos nos deparar com uma multiplicação cada vez maior desses pequenos episódios. Credito essa situação ao desaparecimento do pensamento crítico no Brasil. (+)
Nov 18, 2022 • 6 tweets • 1 min read
Quando me disseram que o twitter ia acabar, pensei na minha vó. Já não andava sozinha, ouvia muito pouco e usava frauda geriátrica. Precisava de uma cuidadora o tempo todo. Conversava pouco, quase nada. Mas comia bem. (+)
Uma ocasião desmaiou e teve que ir às pressas para o hospital. Achamos que, dessa vez, ia ter, finalmente, o descanso merecido depois de uma longa vida de lutas. Mas foi alarme falso. Os exames não mostravam nada de expecional. (+)
Nov 12, 2022 • 9 tweets • 2 min read
O obsceno sofre dois processos de aprisionamento na cultura brasileira, processos de naturezas antagônicas.
O primeiro deles é de origem reacionária, violentamente reacionária, implementada nos últimos tempos pela pauta de costumes do bolsonarismo - (+)
é o Brasil medieval, constrangedor, totalmente "cringe", e tão bem expresso nas recentes mobilizações contra o resultado das urnas. São aqueles que, volta e meia, entram nas minhas redes e incomodados com algumas de minhas declarações, sublinham: TRES VEZES!!! (+)
Nov 9, 2022 • 5 tweets • 1 min read
Em meio a uma enxurrada de cenas constrangedoras, que fizeram a gente rir, tamanho o descompasso... A gente riu (e continua rindo) porque não imaginávamos que pudesse existir um Brasil medieval. É um riso estranho, nervoso. (+)
Em meio a tudo isso (governo de transição, copa do mundo, delirantes exigindo a intervenção das forças armadas...) chega a notícia da morte de Gal. É como se abrisse um espaço sagrado no meio de uma enxurrada. Gal Costa morreu. Como noticiar o fato? (+)
Oct 31, 2022 • 7 tweets • 1 min read
Dia 30/10/2022. Que dia! Depois de decretada a vitória da democracia, o primeiro discurso de Lula, no hotel, foi de arrepiar. Porque foi um discurso de estadista, muito bem escrito, grandioso. (+)
Mas o que mais me chamou a atenção foi o choro emocionado de Janja. E aqui eu destaco o primeiro grande personagem feminino, que levantou Lula nos seus piores momentos. Janja, chorou, sorriu, pulou no caminhão como uma criança. (+)
Oct 29, 2022 • 7 tweets • 1 min read
O último debate eleitoral, tão esperado, não disse ao que veio. Tal como a participação dos artistas nas campanhas eleitorais. Partem do pressuposto de que são capazes de influir no resultado final. Vivem essa fantasia. (+)
No caso dos debates, prepondera a falácia do bom desempenho: quem for melhor, leva. E se essa lógica performática for absolutamente inócua? Não deixa de ser um processo de estetização da política: (+)
Oct 3, 2022 • 15 tweets • 3 min read
Toc toc toc. Estão batendo na porta. Domingo, meia-noite. Dia 2 de outubro de 2022. Toc toc toc. A batida reverbera na noite. Toc toc toc. Vou ver quem é. Vejo pelo olho mágico. É ele, só podia ser ele. O Galalau. Dois metros de altura. Imenso, parece uma porta.(+)
Está em prantos. A roupa suja, certamente bebeu. Cambaleia. Quase cai no chão. Eu pergunto: O que foi Galalau? Brigou na rua? Deito ele na cama. Tiro sua roupa e passo compressa de água quente nos seus ferimentos. Um colosso.(+)
Sep 30, 2022 • 7 tweets • 2 min read
Em meio ao debate dos presidenciáveis, Madame Funérea me faz uma pergunta surpreendente: "de quem você socaria a cara?". Pensei primeiro no Ciro. Depois desisti. A sensação que passa, a essa altura, é que Ciro perdeu o brilho. (+)
Alguma coisa não funciona mais naquele seu discurso tão forte. Um dia cheguei mesmo a duvidar que alguém pudesse superá-lo na performance. Mas alguma coisa se gastou no processo: o seu discurso não reverbera mais; e não vou duvidar que ele perca o terceiro lugar.
(+)
May 21, 2022 • 8 tweets • 2 min read
O debate entre Gregório Duvivier e Ciro Gomes, nessa última sexta, foi de longe o que mais galvanizou as redes sociais, pelo menos, um segmento dela. Fiz questão de seguir atentamente o debate, ao invés de fragmentos dele. (+)
E a sensação que tive, ao seu final, é que foi fracamente a favor de Ciro. Como se toda a mise-en-scène de um conflito tivesse a camuflada intenção de levar as ideias do candidato a presidência a um número máximo de pessoas. (+)
Mar 20, 2022 • 8 tweets • 2 min read
Alguns anos atrás, um velho conhecido, que largou a medicina pra se dedicar exclusivamente a carreira de roteirista na Globo, me dizia, na época, que, de todos os programas de auditório na Globo, o Programa do Jô era o mais independente.
Em outras palavras, ele queria dizer que a produção do Jô tinha mais autonomia em relação à direção da emissora. Não sei se essa independência teria levado ao fim de seu contrato. O fato é que me pus imediatamente a pensar em quem seria o contra-exemplo do Jô.
Sep 10, 2021 • 8 tweets • 2 min read
As cenas são constrangedoras. E não adianta fugir pra Portugal não. Seu lugar é aqui. Aguenta firme que tem mais. Ou você acha que o Brasil era o seu mundinho burguês, o mundinho do bom gosto, o mundinho de gente fina e elegante?
Você acha mesmo que o Brasil era a sua bolha esterilizada? Levou susto? Mas os sinais vinham aparecendo desde muito tempo - desde a Nova República. Você desviava o olhar. Você achava que depois da ditadura, reencontrávamos a civilização.
Aug 12, 2021 • 8 tweets • 2 min read
Alguns anos atrás, o meu querido Jô fez aniversário e me convidou a fazer um pocket show com a minha banda em seu apartamento "pequenininho" que ocupava um andar inteiro num belo prédio em Higienópolis. Lá fomos nós os pé-rapados pra mais uma aventura.
Chegamos cedo pra passar o som e depois voltamos pro hotel. Na festa, os astros e estrelas da globo. Aqui Ney Latorraca, ali Fábio Assunção, no outro canto Bete Coelho, mais à direita Marcos Caruso... era um festival de estrelas por metro quadrado.
Aug 7, 2021 • 10 tweets • 2 min read
Nesta última quinta-feira, dia 05/08, eu tive o prazer de ser convidado novamente pra conversar com o Igor e o Monark no "Flow". Um ano e meio atrás, eu já tinha batido o ponto no mesmo podcast - o que me deu uma certa preocupação: repetir tudo de novo?
Alguns questionaram: "de novo?". Confesso que senti uma certa apreensão. Mas pra minha surpresa e revendo agora a conversa, eu chego à conclusão que foi a minha melhor entrevista.
Mar 21, 2021 • 6 tweets • 1 min read
Por mais que sejamos contra o capitalismo. Por mais que façamos parte de movimentos sociais e estejamos ao lado dos trabalhadores. Por mais que venhamos de uma origem muito humilde e com o acesso à universidade passemos a adquirir consciência social.
Por mais que saibamos da imensa dívida desse país para com parte de sua população, sempre espoliada, desde a época dos navios negreiros. Apesar de tudo isso, a festa clandestina no trem da supervia aponta o dedo na minha cara. Eu poderia estar entre eles, mas não estou.
Dec 26, 2020 • 5 tweets • 1 min read
Para um velho leitor como eu, que se formou entre objetos livros, não deixa de ser arrebatadora a experiência da fragmentação que implica as redes sociais - uma fragmentação que traz consigo a dispersão do livro e do nome próprio.
A luta contra a fragmentação é desesperadora. Raramente eu vou produzir um single. Até quando coloco meu álbum no youtube, faço questão de incluí-lo no formato playlist. A própia ideia de álbum é reflexo da ideia de livro:
Dec 15, 2020 • 9 tweets • 2 min read
"Como nasce uma canção?" Foi a pergunta que me foi feita numa palestra sobre música. Uma pergunta clássica, para a qual cada cancionista terá uma resposta específica.
Mas tentando transcender esse lado pessoal, poderíamos pensar a canção brasileira como um gênero conectado a uma visão ideológica. Seja qual for o gênero da canção (samba, rap, rock, MPB...) sempre vamos vislumbrar um discurso que estará por trás de sua manifestação.