Eu sou uma cientista sem filhos e que há anos leciona e orienta cientistas com filhos. Reunião com criança no colo? Damos um jeito. Orientação de madrugada depois que criança dormiu? Damos um jeito.
O jeito fica sendo dado porque há pouco ou nenhum apoio institucional.

https://twitter.com/parentinscience/status/1752721516838457500

É um problema global e que penaliza principalmente mães, que são tidas como preguiçosas e desinteressadas por dividirem seu trabalho científico com o de cuidado. A fala de Galvão separa entre aquelas "produtivas" e as demais e desqualifica a mobilização organizada.

Cuba está sob insegurança alimentar forte - reconhecida pelo governo e fonte de preocupação. O bloqueio é parte, mas não tudo. Tem êxodo rural, baixa produtividade, etc Mas aí leio artigo de 2023 de acadêmico socialista dos EUA elogiando a soberania alimentar de Cuba. Fiquei??? + Fui verificar, e o autor se baseia em textos e dados dos anos 2000. Elogia como Cuba é pobre, sob bloqueio, mas casou soberania alimentar com baixa pegada ecológica. Enquanto isso, em solo cubano, os socialistas sabem que a fome voltou. Pra resolver, tem que reconhecer a crise. +

Em julho, publiquei um artigo sobre como as ondas de calor são um tema trabalhista. Bilhões de pessoas no mundo correm risco de morte simplesmente ao trabalharem ao ar livre ou locais pouco ventilados no desenrolar das mudanças climáticas. Mas o tema também é sobre tempo livre: O que você faz quando a sensação térmica bate 60 graus? Se recolhe e deixa de fazer suas coisas? Quem tem ar condicionado usufrui, mas é uma solução individual. Onde estão os projetos de mais parques urbanos também pra usufruto em dias quentes? Estações de sombra nas praias?

We've heard of Progressive Except for Palestine (PeP) people. Lots of them out there, especially in the Global North. But we need to discuss the phenomenon of Decolonial Except for Palestine, where "colonialism is bad, but this one colonial state has the right to exist". + Part of this relates to a confusion well promoted by the State of Israel, where the terms of its creation (involving a series of elements such as the Zionist congresses, the Declaration of Balfour and the UN partition plan) are not ever questioned. It's as if it always existed. +

Sabem por que Israel trabalha com outros estados pra criminalizar o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) Palestino? Porque a colonização israelense é uma máquina de dinheiro e Israel tem pavor das consequências de sanções pra isso. + Mas eu não esqueço das figurinhas carimbadas, inclusive "influencers" aí de esquerda, que saíram distorcendo abertamente post meu em 2022 quando eu expliquei que FORA do sistema de diplomacia da ONU, existe uma demanda POPULAR por sanções que é anti-imperialista. Como no BDS.

Não faz sentido dizer que Israel está agindo por vingança. É uma forma de traçar um ponto inicial pro conflito nas ações recentes do Hamas em vez de apontar a tendência geral da ocupação, que inclui o cerco a Gaza desde 2007. É modus operandi e expansão colonial. + Alegar que Israel estaria ordenando um deslocamento impossível de um milhão de pessoas para o sul de Gaza por vingança é negar a estratégia de limpeza étnica para fins de anexação. Sempre foi sobre tornar a vida impossível pra que vaiam embora ou encurralar pra que morram. +

Mas de onde vocês tiraram que "solução de dois estados" impede a obliteração de Gaza? Esse discurso é favorito dos sionistas liberais que no momento justificam as ações militares em Gaza, totalmente encurralada. É o discurso prioritário da "normalização" que perpetua a ocupação.

https://twitter.com/GuilhermeAlten3/status/1711908286650351971

O papo de "solução de dois estados" tem nada a ver com cessar fogo ou negociação humanitária. É um artefato retórico pra fazer você pensar que existe um jeito simples de pacificar as coisas via normas institucionais em vez de um processo radical de DESCOLONIZAÇÃO.

A playlist sobre Palestina do @teseonze foi feita de maneira a explicar o processo de colonização na Palestina e os modos de resistência para além dos ciclos de notícia. Os vídeos seguem atuais, porque, infelizmente, o contexto persiste.
Os vídeos são legendados e separados por temas específicos.

Bem direta: esse papo de que "quando é em país em desenvolvimento, falam pra não explorar petróleo, mas não falam nada pros ricos" é ou atestado de ignorância ou de mentiroso. Não tem nem o que argumentar. A pressão pra desfossilizar é global, serve pra Noruega, serve pro Brasil+ O que se argumenta é que trabalhemos com um modelo de reparações coloniais que permita que países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento tenham apoio para adequação, financiado pelos ricos. Isso de carta branca pra emitir é bobagem, porque o clima não diferencia.+

Desmistificando confusões sobre o que realmente é defendido em um programa de transição energética justa para o Brasil e a América Latina. Siga o fio: 1. Nenhum programa de transição energética pede apagão elétrico ou suspensão imediata de todas as atividades de exploração de combustíveis fósseis. É por isso que se chama TRANSIÇÃO, não mera substituição. É sobre planejamento, defasagem, capacitação e construção de alternativas.

E um cara que nem sabia que existia, tava bloqueado aqui sei lá porque, que saiu postando que eu tava pistola debatendo com ele na DM do instagram? Não entendi nada. Fui ver, ele tava falando sozinho na DM do @teseonze, o @SamuelSilvaFB respondeu que ele tava sendo machista e só. Que coisa doida desses caras. Quem administra o ig do @teseonze é a equipe. O cara sai por aí inventando que eu sou contra a estatização da Petrobras (ou seja, fácil desmentir ele), surta na DM com linguagem machista, leva uma bronca do meu irmão, e conta uma FIC no twitter dele.

Querem uma visão atual sobre colonialismo verde e soberania energética? Pois bem. Brasil e Chile têm a maior capacidade de produção de hidrogênio verde na região - Chile com MOUs assinados com vários países. Só o Ceará assinou uns 12 MOUs com empresas. Parece bom, porém... + Nosso mercado de renováveis tem baixa ou zero regulação adequada diante de investimentos estrangeiros e o setor privado. Produção de hidrogênio verde exige água e energia solar ou éolica. Comunidades no Ceará já estão em conflito com a visão megaprojeto dos parques eólicos. +

A discussão da exploração de petróleo na foz do Amazonas expõe a enorme dissonância cognitiva dessa nova fase de "desenvolvimento sustentável". Imagina falar de desmatamento zero e renováveis de um lado e do outro dizer que não podemos perder a chance de explorar mais petróleo?+ Foi a indagação de Helder Barbalho, que leva a crer que mudança climática é um problema futuro, né? "Talvez seja uma discussão que a gente possa fazer daqui a 50 anos, mas neste momento o Brasil tem condição de abrir mão [...] de exploração sustentável de combustível fóssil?" +

Me parece bizarra a normalização de Andrij Melnyk como embaixador da Ucrânia no Brasil. Ano passado, ao ser confrontado por @TiloJung em entrevista em Berlim, Melnyk prosseguiu com apologia à Stepan Bandera, fascista ucraniano responsável pelo massacre de judeus e poloneses. + A repercussão foi tanta que Melnyk foi “removido” do cargo de embaixador, mas Zelensky limpou a barra dizendo que era uma rotação de cargo esperada.
Hoje, o embaixador que a Alemanha rejeita é bem recebido no Brasil, como se suas distorções do holocausto fossem mera polêmica. +

Eu levanto bandeiras socialistas desde muito antes do governo Bolsonaro. Me politizei sobre o socialismo lá atrás, ainda no segundo mandato do Lula, e acho que estamos num momento de refletir sobre como a forma que agimos em oposição nos últimos 6 anos não se manterá agora. Fio: 1. Socialista vai estar insatisfeito em governo de extrema-direita e em governo de centro-esquerda. Nosso horizonte é além, envolve superar o capitalismo e precisamos de bases para isso desde agora. Não faz sentido exigir que socialista se cale diante do poder do agro, por ex.

Se opor a algo sem oferecer uma alternativa que seja tanto atrativa como possível é insuficiente. Se o capitalismo é ruim, o que deveríamos ter no lugar dele?

Seguem destaques do meu artigo recente sobre transição ecológica e transição socialista:

jacobin.com.br/2022/11/rumo-a… 1. Se esse sistema destrói o planeta, o que dizer de uma nova era de capitalismo colonial no espaço? Bilionários vêm usando essa ideia para instigar a imaginação e a fé em soluções tecnológicas como uma maneira de alavancar contratos lucrativos e atrair mais investidores.

Há 11 anos, eu fiz parte de um projeto de pesquisa sobre plutocracia em que investigamos a atuação de bilionários. Eu fui responsável por analisar a extensão da fortuna e influência de Carlos Slim, então homem mais rico do mundo. Aprendi na lata que não existe bom bilionário. + Não existe bom bilionário e é reconhecido que constroem suas fortunas em padrões similares de exploração. Porém, existem diferenças em como se comportam, como investem, e como atuam politicamente. Por isso é tão relevante tratar do que diferencia Elon Musk dos demais.+

Desde que Elon Musk assumiu controle do Twitter, a narrativa de que existe uma perseguição ao conteúdo da direita conservadora cresceu em peso, muito devido a provocações do próprio Musk disfarçadas de preocupação com “liberdade de expressão”. E isso impacta o Brasil em especial+ Figuras como Monark e também nomes carimbados da extrema-direita brasileira que receberam advertências ou tiveram constas suspensas por defenderem a legitimidade de discursos de ódio (inclusive deliberadamente nazistas) encontram em Musk um par, mas muito mais poderoso.+

Área de risco. Risco de quê?
Comunidades em todo o Brasil já estão em situação de emergência desde o retorno das chuvas fortes. Parece um problema anual, de rotina, mas a verdade é que ele é hoje um efeito composto da junção entre a crise ecológica e a crise urbana. Vejamos: 1. Com a mudança climática, os padrões a que estávamos acostumados nas estações mudam, são desregulados e podem chegar a pontos extremos. Secas em época de chuva, tempestades intensas quando deveria chover leve em maior espaço de tempo. Frio quando deveria estar calor, etc.