Sérgio Freire  Profile picture
Escritor, Professor, Psicólogo, Pai, tuiteiro paleolítico, fotógrafo diletante, sommelier de jujuba  Pix/E-mail: sergio_freire@uol.com.br Insta: sergio_freire
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Mar 26 6 tweets 1 min read
Quando fiz terapia pela primeira vez, uma das minhas angústias era saber por que meus casamentos – dois – haviam acabado. Minha terapeuta me perguntava sempre para que eu queria saber, uma vez que isso não mudaria o que já fora. + Eu argumentava dizendo que se eu soubesse o porquê talvez evitasse que a história se repetisse. Foi quando ela me convenceu de que há coisas que acontecem em nossa vida cujas razões nunca saberemos. +
Mar 8 10 tweets 2 min read
Rita teve de sair do emprego porque seu chefe a assediava e quando o denunciou ninguém deu importância à denúncia. Flávia perdeu uma vaga que pleiteava porque, segundo o recrutador, tem uma filha e o concorrente, um homem, não tem. + Image Rosângela desempenha a mesma função que Valdo, mas ganha 70% do salário do colega na empresa em que trabalham. Mariana foi estuprada, há provas do estupro, mas o estuprador, por ser rico e influente, foi absolvido. +
Dec 5, 2023 11 tweets 2 min read
Para quem não está legal nesse fim de ano. E para quem está também. Segue o novelo. Vivemos de dobras, momentos que marcam e vincam a vida. Dobras boas e ruins, que demarcam novos mundos ou que puem duas partes, jogando o que até então era inalienável para o outro lado da calçada, alterando a ordem das coisas que pareciam tão acomodadas e tão partes de nós. É.+
Nov 29, 2023 4 tweets 1 min read
Relacionamentos terminam. É preciso também que acabem. É doloroso aceitar que alguém que fez parte total de nossos planos, de nossos sonhos, de nossa cama se foi. No entanto, sem deixar ir, nós é que não vamos a lugar nenhum. Não faz bem permanecer onde não pertencemos mais. + O tempo passa e o lugar já não é mais o mesmo, as cores das paredes mudam, os cheiros dos espaços se transformam. Outros terão prioridades para sentar no sofá que era nosso, para beber o cafezinho na cozinha em que nós um dia tomamos o café da manhã seguinte à noite boa. +
Oct 27, 2023 4 tweets 1 min read
Fio do amor próprio. Deixa eu dizer uma coisa pra você. Você é uma pessoa única, bonita, com seus sonhos, sua história, sua vida. Você merece ser feliz; você merece amar e ser amado na plenitude. Às vezes tem uns baixos na vida é porque ela, a vida, é assim mesmo.+ A gente desce para depois subir. Mais forte, tomando conta da porra toda. Vivemos alguns infernos para nos deliciarmos nos paraísos que vêm. Porque eles vêm. Não deixe que ninguém minimize sua felicidade potencial. +
Oct 17, 2023 6 tweets 1 min read
Uma revista pediu minha opinião sobre por que a direita odeia Paulo Freire. Como foi num domingo, só respondi segunda. Mas aí a pauta estava vencida. Então digo aqui: + A maioria das pessoas que se dizem de direita no Brasil reproduz um pensamento blocado: "A esquerda é comunista". "Ataca o Bis e compra Kitkat". "Obrigado, FAB (não o Governo Lula), por nos tirar de Israel". "Somos todos Israel". A agenda é dada é há uma repetição à exaustão. +
Oct 11, 2023 4 tweets 1 min read
Deixa eu facilitar a vida dos que estão em dúvida sobre me desseguir nesses tempos sombrios: sou favor da descriminalização da maconha e do aborto, das relações homoafetivas e de toda vibe LGBT, da universidade pública e gratuita, das cotas, da reforma agrária, do SUS, ... 1/4 ... da demarcação de terras indígenas e quilombolas, das ações afirmativas, da luta das mulheres por igualdade, da taxação das grande fortunas e das igrejas, do uso bom das redes, da ampliação de programas de distribuição de renda, das pesquisas com células-tronco, ... 2/4
Jul 10, 2023 7 tweets 1 min read
Cena tijucana, do face do Ivan Fernandes.

Agência bancária lotada. Todos aguardam sua vez naquele martírio. De repente uma senhora muito idosa, pra lá dos 80, tira com toda calma do mundo um cigarro e acende. > Se tivesse entrado uma pessoa com um AR-15 dando tiros pro alto, não teria causado tanto espanto. As pessoas olharam pra velhinha com horror. Olhavam umas pras outras buscando explicação. >
Jul 4, 2023 5 tweets 1 min read
Há um problema novo na praça: o abuso via smart homes. Casas automatizadas. Marido e mulher se separam — ou entram e crise —, ela fica, ele sai. E, remotamente, ele faz piscar as lâmpadas, aumenta a níveis absurdos o nível do termostato, troca a senha da porta de entrada. > “Mulheres às vezes podem terminar parecendo paranoicas”, comenta Ruth Patrick, responsável por uma ong que trata de violência doméstica no Vale do Silício. Embora estes recursos já sejam razoavelmente comuns nos EUA, muitos policiais, advogados e até juízes não os conhecem. >
Jul 4, 2023 16 tweets 3 min read
A gramática do sonho

É uma infâmia resumir o conteúdo de A Interpretação dos Sonhos (1900), de Freud, em um fio. Mas vamos falar um pouco da gramática do sonho, de como ele se estrutura. Segue o novelo. 🧶 É comum ouvir as pessoas dizendo: "Tive um sonho maluco, sem pé nem cabeça." Bom, a vida traz coisas que não sabemos ou com as quais não conseguimos lidar. São desejos inconscientes que, de alguma forma, querem que saibamos que eles existem.
Jun 15, 2023 13 tweets 2 min read
EFEITO BORBOLETA - Segue o fio.

“Felizmente não sabemos nada a respeito das coisas que chegam muito perto de nós e nossas vidas e passam sem nos afetar. Se soubéssemos das muitas possibilidades de mudar nosso destino, nossa vida seria excessivamente cheia de esperanças e medos, surpresas e decepções, o que certamente não nos permitiria ter um minuto sequer de paz”.
Assim Nathaniel Hawthorne começa e termina o conto “David Swan”, a história de um rapaz que está viajando a pé de uma cidade a outra. No meio da viagem, cansado, David dorme na grama ao lado
Jun 14, 2023 5 tweets 2 min read
Na antiguidade, mulheres que sofriam de ansiedade, depressão e repentinas mudanças de humor eram encaminhadas ao médico. Após um "exame", era concluído que elas sofriam de "histeria feminina". >> Image Para combater essa doença, uma série de tratamentos foi criada, incluindo a "massagem pélvica", com o objetivo de alcançar o que na época era chamado de "paroxismo pélvico", ou seja, um orgasmo. >>
Jun 14, 2023 5 tweets 1 min read
"Experimentos com ratos engaiolados expostos a opção de comida e água ou heroína escolhiam a segunda alternativa até a morte. Ponto para a teoria da diabete cerebral. >> Mas na década de 1980, o psicólogo canadense Bruce Alexander desenvolveu uma série de experimentos mostrando que se em vez de enjaulados em um ambiente pobre, os ratos estivessem em uma “ratolândia”, com estímulos lúdicos, outros ratos, espaço para exploração, eles não se >>
Jun 14, 2023 8 tweets 3 min read
Segue o fio.

Minha irmã @artaxinho fez a compra de uma jaqueta de couro pela plataforma @enjoei, experimentou, serviu, mas acabou desistindo porque daria para usar apenas aberta. >> Na mesma hora, pediu devolução e embalou o produto como veio, em ótimas condições (ela tem vídeos), mas o vendedor contestou alegando “rasgos” no forro.

Detalhe: o tempo entre ela abrir a caixa, experimentar e embalar foi de apenas 16 minutos, conforme os vídeos. >>
Jun 13, 2023 6 tweets 1 min read
Os aís da vida. Aí, no começo, bebês, a gente acha que é a nossa mãe. Aí vem a primeira pancada: não é. Aí, crianças, a gente acha que é o centro do mundo. Aí vem a segunda pancada: não é. >> Aí, na adolescência, a gente se rebela contra tudo e quer fazer tudo diferente achando que vai, com isso, mudar o mundo. Aí vem a terceira pancada: não vai. >>
Jun 13, 2023 7 tweets 2 min read
Eu entrei na casa e era como se eu estivesse reencontrando uma parte de mim. A mesma sala onde, deitado no chão, assistia ao Sítio do Pica-Pau Amarelo na velha televisão de tubo. Olhando para cima, sobre a cabeça, vi ainda o mesmo forro de madeira envernizada. >> Caminhei mais e vi, à direita, a porta do nosso quarto, do quarto dos meninos, como a mãe chamava. Não havia mais o beliche que tanto me enfezou por causa do balançar de perna do meu irmão, que só dormia assim, chacoalhando tudo. >>
Jun 3, 2023 4 tweets 1 min read
E a gente precisa falar, escrever, lembrar, chorar. Curtir o luto, como quem curte o couro para ficar macio, acomodado, laceado. Dizem que quando a pessoa está prestes a morrer, há a visita da saúde. + A pessoa melhora muito, como se fosse ali o momento de gastar o restinho de vida que há. E depois ela vai. Acho que quando a pessoa morre, há a visita da saudade porra-louca. Ela chega desbussolada, destrambelhada, tropeçando em tudo, desarrumando o que pode, batendo nas coisas.+
Jun 3, 2023 20 tweets 4 min read
Pregos na bunda 🧶

Quando era criança, sentei em uma tábua cheia de pregos. Minha bunda ficou toda furada. Com medo de mostrar para a minha mãe e levar uma bronca, coisa que quase todo dia acontecia comigo, fui tratado pelo meu irmão mais velho, que providenciou bandaids. + Um para cada buraquinho. Fui descoberto na hora do banho. Minha mãe viu aquele monte de pranticure e eu tive que me explicar.
Ganhei o maior esporro, talvez por eu ser estoporado e não ter prestado atenção à tábua com pregos, se mal lembro. +
Jun 1, 2023 9 tweets 2 min read
Um dia a gente chega, no outro vai embora. Mesmo existindo mil eufemismos para a morte, nenhum parece caber. Porque a morte não cabe. É a única certeza a respeito do futuro. Mesmo assim, a morte é uma equação que não fecha. É preciso reverter a turbina e girar ao contrário. + Desamar do jeito que a gente sabia para reamar diferente. Um amor imenso pulsando dentro que precisa ser desaprendido para ser reaprendido de outra forma, sem o estímulo da presença de quem não está mais lá fora. +
May 31, 2023 4 tweets 1 min read
Qual é o sentido da vida?
Gosto da resposta de Viktor Frankl. Depois de passar anos em Auschwitz, ele relatou sua experiência no livro "Em busca de sentido". Frankl surpreende com uma resposta inusitada. Para ele, perguntar "qual o sentido da vida?" não faz sentido. Image O mais adequado, filosoficamente falando, seria inverter a pergunta: "Qual o meu sentido na vida?"
Perguntar o sentido da vida pressupõe que a história de todo mundo é igual e se dirige para um sentido só.
May 29, 2023 4 tweets 1 min read
Ela me atraía como poucas. Sabia me tocar de leve. E sabia me tocar com força. No começo, os olhares suspeitos nos limitavam os movimentos. Com o tempo, abrimos nosso campo de conversa, de momentos divididos, de limites. + A cumplicidade cresceu e com ela o desejo cada vez mais constante da presença. Passamos a caçar jeitos. Aí nos descobrimos de vez pelo toque. Primeiro de almas, depois de mãos, depois de bocas, depois de corpos. Insuspeitáveis bares para a decência não ponhar olhos. +