Não sei se vocês estão acompanhando esse caso, mas no sábado passado, dia 13/04/2023, pescadores paraenses encontraram um barco à deriva em alto mar, perto de Bragança, cidade do interior do Pará.

Ao abordar a embarcação eles encontraram 9 corpos. Oito corpos estavam dentro do barco, um corpo estava no rio, todos em avançado estado de decomposição.

As autoridades foram chamadas e logo atuaram para rebocar o barco, resgatar os mortos e descobrir o que tinha acontecido.

E, desde então, só sabemos tristeza.

Tem um senhor trabalhando aqui em casa, né?

Ele tá fazendo uns pequenos reparos por causa das chuvas e tal.

Geralmente ele é discretíssimo, mal notamos que ele está aqui.

Até pra aceitar lanchar conosco, de tarde, é uma luta. Ontem eu não falei com ele, sai cedo e cheguei tarde em casa.

Hoje, contudo, cheguei cedo e logo percebi a mudança no jeito do homem: de discreto e afastado, notei que ele buscava contato comigo, como se quisesse algo.

Abri a guarda.

Hoje, umas 14:30, sai da repartição e fui comprar comida na Senador Lemos, uma avenida de Belém onde há várias lojas de carros usados.

No meio do quarteirão, na frente duma dessas lojinhas, um grupo fazia festa diante dum carrinho vermelho parado ao sol. Era fácil perceber que todos eram da mesma família, a semelhança nos rostos sorridentes, que não paravam de olhar aquele carrinho simples.

Ao lado do grupo, dois empregados da loja seguravam aqueles cones de confetes e, na frente do grupo, outro empregado com um celular.

Seu Beto era um cara bacana.

Marido amoroso, pai carinhoso.

Sustentava a família dirigindo caminhão Brasil afora, levando carga de um canto ao outro sem parar.

Durante anos foi assim e, perto de se aposentar, seu Beto já se sentia cansado e só desejava aquietar. Contudo, paz e quietude não foram opções que a vida lhe deu.

Certa noite, já rodando fazia quase 12 horas, numa ansiedade doida pra terminar um trabalho, seu Beto acabou dormindo ao volante e perdendo a direção do caminhão, invadindo a pista contrária.

Não poderia ser pior…

Sempre me foi recomendado não ir a velórios.

Velar a morte de alguém, guardar seu corpo morto por horas sem consider todas as passagens e questões espirituais envolvidas, tudo isso é um risco para que é mais sensível. Contudo, há velórios que não podem ser ignorados.

Há mortos que, pelo amor que carregam, fazem necessária nossa presença, seja para se despedir, seja para dar força aos que ficam.

Mês passado eu tive um velório desses…

Eu tinha saído de uma prova e estava calmamente observando a paisagem, olhando as pessoas na rua enquanto aguardava meu uber chegar.

Distraído, só vi que chegaria um carro preto com um motorista já idoso, com fartos cabelos brancos. Eu esperava um carro como tantos outros que prestam serviço, bem simples, bem modesto, e me surpreendi quando, diante de mim, parou um carro muito chamativo, chique, de uma pretura encerada que brilhava a arder os olhos.

Conferi a placa, vi que era meu carro e entrei.

Ontem de noite aconteceu um fato inesperado e, de certa forma, arrepiante.

Fui dormir perto de meia noite e, não sei em que momento, fui visitado em sonho por uma menina muito jovem, usando um vestido de chita florido e claro, que começou a me conta uma história. De início eu não desconfiei do sonho. Achei que fosse somente mais um dos tantos sonhos estranhos que me povoam a mente e acabam, quase sempre, virando contos.

Inclusive, vários contos de Dois Mortos e a Morte nasceram assim, após sonhos bizarros e inexplicáveis.

Meu Uber chega e se chama Fernando. Entro no carro e digo:

- Cara, você é o 3º motora Fernando que pego hoje.

- Olha só! E você é o 2º Fernando que pego hoje!

- Que coincidência!

- Nada!! Sabe mesmo o que é coincidência? É que meu irmão se chama Frederico. Nessa hora minha curiosidade despertou toda!

- E o sr. sabe que só conheci um Frederico a vida toda. Nunca estudei ou trabalhei com ninguém que tivesse esse nome.

- Hummm…

- E Frederico já tem 43 anos. Significa que em 43 anos nunca vi outro Frederico.

Minha teoria sobre Gugu:

1. Gugu estava cansado da vida diante dos holofotes. Queria algo mais calmo.

2. Diante da impossibilidade de realizar seu intendo, Gugu forja a própria morte.

3. Morto, Gugu se esconde, seguro e afastado de todos. Deixa a confusão rolar solta. 4. Enquanto está escondido, Gugu faz procedimentos estéticos que modificam sua feição, mas nada muito radical.

5. Quando a situação da briga pela herança está acirrada, Gugu voltar, mas com nova identidade.

6. Gugu resurge como um filho desconhecido.

Essa história do submarino perdido me lembra muito do acidente com o Voo 123 da Japan Airlines, em agosto de 1985.

Na maior tragédia aéreas do mundo, envolvendo somente um avião, os 524 ocupantes da aeronave esperaram longos 32 minutos para morrer. O voo 123 era simples e rotineiro, numa das rotas mais voadas do mundo: sairia às 18:21 de Tóquio e pousaria em Osaka uma hora depois.

Nesse dia, contudo, era véspera de feriado no Japão.

A aeronave, infelizmente, estava lotada de pessoas que encontrariam suas famílias.

Me deparei com uma situação bizarra:

O rapaz tinha 28 anos.

Certa noite ele foi assaltado, reagiu e foi morto com 10 tiros.

Filho único.

A mãe dependia dele em tudo.

Depois de enterrar o menino, ela buscou os bancos onde ele tinha conta para sacar valores para sobreviver. Ela é única herdeira, mas acontece que, por equívoco, ela foi com o documento errado.

Os bancos negaram o saque, tudo correto, de acordo com a lei.

O advogado dela preferiu ajuizar ação para tentar os saques. O juiz negou o pedido (decisão absolutamente correta, reafirmo).

Festa junina da escola das crianças. Tudo correndo às mil maravilhas.

Sai mais cedo para ir na farmácia e, no caminho, vi um aspirador de pó fantástico.

Entrei na loja, perguntei o preço, disse que ia levar, ai tocou o telefone e era Livia, desesperada. - FERNANDO, VICENTE QUEBROU O BRAÇO AQUI NUM BRINQUEDO, POR FAVOR, VEM AQUI AGORA, URGENTE, BUSCAR A ÍRIS, QUE ESTOU INDO PRA UNIMED.

O coração chega saiu do meu peito. Nem sei o que senti. Desespero, angústia, medo!

Bem, diante disso não ia mais comprar o aspirador, né?

Faz uns 36 ou 37 anos, que me deparei com esse livro na biblioteca de minha mãe.

A capa, com desenhos meio macabros, um gato e um ser que olha de forma maldosa.

E um tal de Poe, figura até então desconhecida, nunca ouvida. A segunda capa, mostrando a cena de um cemitério terrivelmente assustador só fez crescer minha curiosidade.

Minha mãe jamais me proibiu de ler qualquer livro que estivesse nas estantes, nem mesmo alguns HQs mais pesados.

Certamente ela não me proibiria de ler aquele Poe.

Vocês conhecem a história de Alexandre I da Grécia?

Ele se tornou rei da Grécia em 1917, já no finalzinho da 1º Guerra Mundial, mas ele é mais conhecido pela sua morte pouco comum:

É que ele morreu por causa da briga entre um cachorro e um macaco!

Isso mesmo… Pois bem… o Alexandre era filho do Constantino I, que foi rei da Grécia de 1913 até sua abdicação em 1917.

E por que o Constantino abdicou?

Porque, durante a 1ª GM, Constantino escolheu uma política de neutralidade para a Grécia.

Bom dia, amigos.

Vim pedir ajudar.

Esse é o Miguel, pai da Camilly, minha estagiária.

O Miguel é motorista de aplicativo aqui em Belém, e assim ele sustenta sua família.

Acontece que o destino, as vezes cruel, resolveu pregar uma peça.

PIX

91 98094-0444 Em dezembro de 2022 ele precisou fazer cirurgia de catarata dos dois olhos, em caso agravado pela diabete.

Um olho ficou 100%, mas o outro não.

Começou com embaçamento pós cirúrgico que não melhorava, que foi piorando, até que
exames detectaram o pior.

PIX

91 98094-0444

Muito sem querer, acabei estabelecendo uma espécie de tradição com meus filho.

Sempre que eles completam 10 anos, fazemos uma viagem especial, somente eu e eles, para comemorar tanta coisa. Nanã completou 10 em 2011.

Fomos para Paris e foi fantástico mostrar o mundo para minha pequena. Foi bacana estreitar tanto amor e parceria entre nós dois.

Os 10 anos foram comemorados na Torre, e ela ainda viu Notre Dame intacta.

É chocante a quantidade de ataques a escolas que temos vistos nos últimos dias no Brasil.

Muito igual aos EUA.

Mas, diferente de lá, aqui, a maioria dos ataques é com armas brancas.

A loucura está instalada, então, quanto maior for a restrição à armas de fogo, melhor. Todos os ataques ocorridos nos últimos dias são terríveis.

Todas as mortes de professores e alunos são mortes de todos nós.

E, jamais minimizando essa dor, fica o questionamento:

O quão mais letais seriam esses ataques se tivéssemos liberação de armas como nos EUA?

Eu detesto mudança.

To saindo do apartamento atual para voltar ao meu, o assombrado da Presidente Vargas.

Então estou aqui, empacotando a casa enquanto vivo, cuido de criança catarrenta e sofro de crises respiratórias por causa da poeira absurda que tenho. Acho que nem se todos os meus parentes morressem e fossem todos cremados eu conseguiria juntar tanto pó numa casa só (e olha que minha família é gigante).

Ontem de noite sufoquei.

Desde 23 hs sem respirar, acordei às três completamente afogando.

Até achei que era a Piseira.

Eu já fui nesse troço.

Na hora que meu corpo descolou do tobogã e me vi em queda livre, pensei: PUTAMERDA, QUEBROU BEM NA MINHA VEZ!!!!

https://twitter.com/viviifernande/status/1629150975805071362

Ai, que eu fiz?

Tentei me salvar! Abri braços e pernas e tentei agarrar no troço.

Logo depois meu corpo voltou a tocar no tobogã, e eu fiz tanta força com os cotovelos que eles acabaram feridos.

Mas o pior estava por vir…

Coisa mais legal de comprar livro em sebo é quando descubro, dentro deles, rastros de passado, amor e carinho.

Este aqui comprei em dezembro, no Rio, no Sebo Berinjela.

Hoje comecei a ler. Numa de suas páginas havia uma foto perdida, provavelmente colocada lá para ser guardada e, por fim, esquecida (como fica esquecido quase tudo que se guarda por entre as páginas de livros - nunca guarde nada importante dentro de um livro - ou guarde).

Acho que nada marca mais nossa vida do que a morte de uma avó.

Porque avó é um amor calmo, forte e intenso.

A existência de uma avó é saber termos um canto certo e seguro, um porto sempre calmo, disposto a nos acolher em qualquer situação. Depois que minha avó morreu, em 2012, jamais reencontrei essa sensação, sabe?

Ficou só um vácuo imenso que, aos poucos, foi diminuindo e sendo ocupado por outros amores, outras certezas.

Esse vácuo virou a saudade com a qual consigo conviver.