Tiago dos Santos Rodrigues Profile picture
Jan 30, 2022 10 tweets 2 min read
Passou aqui um meme sobre como o acadêmico anglo só sabe inglês e o latino-americano se vira (tem que se virar) com até duas ou mais línguas estrangeiras.

Eu acharia graça se não fosse de dar raiva.

Isso não mostra como somos melhores, mostra como somos dependentes. O sujeito que é do mundo anglófono tem vantagem só nisso - de ser de língua inglesa. Porque mesmo não anglófonos, em muitas áreas, publicam boa parte de sua produção (quando não exclusivamente) só em inglês.
Jan 28, 2022 8 tweets 2 min read
Todos nós conhecemos ao menos de três a cinco (muitos ainda mais) pessoas que MORRERAM de covid. O risco da covid é real E explícito, não é conjectura.
+ Dada as MILHÕES de pessoas EM TODO O MUNDO que já foram vacinadas, SE as vacinas apresentassem risco, esse risco já seria real E explícito para, então, se julgar com razão e razoabilidade que “o risco supera o benefício”.
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Jan 27, 2022 7 tweets 2 min read
Eu tenho percebido dois problemas nos trabalhos sobre "a falácia" ad hominem:

i. conceituação deveras abrangente - em geral, estendem o conceito a qualquer "menção" ao interlocutor, e quando percebem que a menção faz sentido, abrem a exceção, "esse é um uso legítimo". Ocorre que não é o caso de ser um "uso legítimo do ad hominem", simplesmente não é o ad hominem; daí alguns autores diferem (considero válido) entre a falácia e a "argumentação" ad hominem.
Jul 26, 2021 11 tweets 3 min read
Devemos saber fazer uma diferenciação entre "valores" e "práticas".

Genocídio indígena não era um valor no séc. XVII, era uma prática fundada em valores que estabeleciam também "não-valores". O valor era o que era ou provinha do branco, do europeu, do português. + Tinha valor legítimo pera esse sujeito o que promovia e aumentava a sua vida (a despeito de vidas alheias).

Era uma axiologia exclusivamente etnocêntrica (digo "exclusivamente" porque toda valoração é, em alguma medida, etnocêntrica).
Jul 26, 2021 6 tweets 2 min read
Gostaria de contribuir aqui fazendo referência que essa tese já é heideggeriana. No §65 de "SuZ", Heidegger trabalha justamente isso, a precedência do futuro ante o passado e o presente, afirmando, por fim:

"O fenômeno primário da temporalidade originária e própria é o futuro". Aliás, essa semana mesmo eu li essa entrevista do Álvaro Garcia Linera para a Jacobin Brasil que me fez recordar desse parágrafo de "Ser e tempo" ( a entrevista toda é excelente, super recomendo).

jacobin.com.br/2021/07/como-o…
Sep 28, 2020 8 tweets 2 min read
Terminei essa leitura e digo sem medo de errar:

Esse livro é.... uma delícia! Super recomendo, gente amiga. O último capítulo, "A última viagem do Mouro", eu já havia lido na versão em artigo que há, e me emocionei de novo.

Só teria duas pequenas observações. + 1. A primeira diz respeito a uma crítica pontual que o Musto faz a Enrique Dussel quando inclui este entre os que, sem razão suficiente, defendem "um rompimento drástico de Max em relação a suas convicções anteriores [a respeito das comunas rurais russas]". pp. 76-77.
Sep 27, 2020 10 tweets 3 min read
Pequena amostra de como traduções ruins podem nos levar a cometer equívocos significativos.

Deparei-me com esse artigo do Mauro Iasi outro dia, não entrarei aqui na questão principal do texto, mas um trecho me chamou a atenção. +

pcb.org.br/portal2/23326/… Do que conheço de Hegel, achei bem estranho que o sujeito que uma vez disse que o cristianismo realiza a unidade do Espírito na história pela unidade da Igreja com o Estado [visão distorcida do cristianismo, diga-se de passagem], diga que a religião seja opositora da verdade.
Sep 23, 2020 6 tweets 1 min read
Eu tenho um esboço de critério.

Quando o sujeito enuncia dado falso sobre algo do mundo objetivo e no qual a verificação da veracidade está ao alcance de qualquer outro sujeito, sem que se exija "interpretações", ele mente. Se o Bolsonaro tivesse dito: "pagamos uma ótima quantia de auxílio emergencial", aí se exige que se interprete o "ótima quantia", pois não é algo "dado" no mundo, exige esclarecimento.
Sep 20, 2020 6 tweets 2 min read
O amigo tocou num ponto que eu acho importante: a "memetização" da militância política [agrego: de esquerda].

Há uns anos nós nos ríamos dos direitistas porque tudo eles respondiam com memes, com "mitagens" e etc.

Hoje uma parte da galera de esquerda está praticamente igual. É uma atmosfera de "jantar" o outro, de "lacrar" em cima do outro, e etc. que em nada contribui para qualquer debate.

O que importa mesmo é buscarmos o esclarecimento mútuo. Ninguém nasce sabendo, ninguém entende tudo de primeira, às vezes nem de segunda ou terceira.