Diz-se que Amorim, enquanto treinador, não teve uma crise destas. É verdade. Mas importa perceber os motivos que provocaram esta crise e se é possível dar a volta por cima. O Sporting, no ano do título, construiu-se a partir de trás. Já com uma base definida, pela entrada de Amorim na temporada anterior, viveu da organização defensiva, da gestão de vantagens com o bloco baixo, do aproveitamento da bola parada e da eficácia nas áreas.

Copinha, dia 1. Guilherme Santos, 2001, ponta-de-lança do Atlético Mineiro. Ameaçou na área pela agressividade e poder aéreo (um golo e outro cabeceamento perigoso, sempre respondendo a Carlos Daniel). Ofereceu mobilidade constante e participou em apoio para criar vantagens. Copinha, dia 2. Lucas Kawan, 2003, lateral-direito do Grêmio. Assistiu para golo, somou chegadas em profundidade (potência e critério nos cruzamentos) e também demonstrou facilidade para invadir zonas interiores e desequilibrar individualmente (joga com os dois pés).

Portugal vai ganhar a maioria dos jogos. Como a Alemanha, a França, o Brasil. É a normalidade. Tem qualidade individual de sobra para não depender de qualquer estratégia ou factor aleatório. Mas precisa de seleccionador quando defronta adversários do mesmo nível. Para voltar a ganhar (ou lá perto), é preciso saber como se ganhou. Portugal será melhor quando se assumir que aquelas circunstâncias não se repetem. Meter a cassete (frases como a do tabaco) e insistir na abordagem táctica que levou ao sucesso em 2016 é uma rejeição de estatuto.

Pode dizer-se que o Mundial de sub-17 teve um desfecho improvável. O Brasil não era o maior candidato à partida (não fosse o anfitrião e nem iria participar), mas conseguiu chegar ao quarto título neste escalão. Vamos aos destaques colectivos e individuais da prova 👇 Sem Reinier desde o início e com Talles Magno de fora nos últimos encontros, emergiram figuras como Yan Couto (lateral-direito tecnicamente evoluído e capaz de desequilibrar de diversas formas) e Kaio Jorge (5 golos em 7 jogos; muito frio a finalizar e contribui com apoios).

Começa amanhã a liga portuguesa 2019/2020. Os candidatos são os de sempre, mas o defeso trouxe mais qualidade para clubes com ambições modestas (jovens talentosos e aposta em mercados alternativos). Um possível destaque por equipa 👇 Florentino tem tudo para se assumir definitivamente como uma figura indispensável para Bruno Lage - e que bem esteve na Supertaça. Além da capacidade defensiva monstruosa, assume um papel importante na construção. Liga a equipa com e sem bola.