Rudá Ricci Profile picture
Sociólogo, trabalho com educação e gestão participativa. Presido o Instituto Cultiva

Oct 4, 2020, 12 tweets

Farei um fio comentando o que sinto como uma superficialidade cada vez maior no modo como discutimos ou nos chegam informações. O mote é um artigo de Antônio Prata. Segue o meio fiohttp://aldeianago.com.br/artigos/6-comportamento/24950-vamo-acorda-amizade-por-antonio-prata

1) Prata faz uma salada de frutas com pertences de feijoada e tempera com caldo de cana e molho shoyu. Compara Trump com Biden, justamente quando o último debate deu vitória para o democrata. Mas, no artigo de Prata, Biden é um bebê enfrentando um leão. Não fica por aí

2) Ao se perguntar sobre quem seria o maior líder da oposição no Brasil, cita.... Rodrigo Maia !!!!!!! Lasca Freixo e se esquece (?) de Lula ou Boulos, para citar dois nomes evidentes. Elogia Tabata Amaral, a liberal que adulterou a carteirinha da esquerda.

3) Esta bagunça de Prata é sintomática. Na minha avaliação, tem a ver com o perfil da Folha. A linha editorial da Folha é do perfil "gente boa" que fala de tudo, mas não se aprofunda em nada.

4) Quando leio a Folha, tenho a mesma impressão quando entro numa megalivraria, ao estilo Livraria Cultura. A livraria Cultura cresce para os lados, mas não aprofunda. É de uma superficialidade que dá a impressão de enciclopedismo, além de ser um ambiente muito agradável

5) Mas, se você deseja se aprofundar mais em histórica, filosófica, política, econômica e até mesmo literatura, melhor andar um pouco mais e visitar a livraria Martins Fontes.

6) A Folha dá a impressão enciclopédica, mas é superficial em quase tudo. O Datafolha socorre com dado fresco e certo ar de seriedade na informação. Mas, está errando feio em tempos de pandemia. É aí que entra Antônio Prata, filho do Mário.

7) Antônio entra nesta lista de herdeiros do qual faz parte Francisco Bosco, filho de João. A mesma linha histórica das identitárias, frente às feministas antirracistas clássicas: você percebe logo a falta de estofo, que tentam superar com uma forma agressiva intimidadora

8) As identitárias são agressivas na forma. Já no conteúdo, são dóceis. Não desejam a transformação, mas a inclusão, o sucesso. Algo próximo da teologia da prosperidade.

9) O caso do Wesley, que divulguei ontem e comentamos um pouco por aqui, também indica esta superficialidade "liberal" (no sentido norte-americano, de liberal nos costumes, mas preocupado com políticas sociais, com voluntariado, ações solidárias e intervenção leve do Estado)

10) Prata e Folha sugerem este período de muita informação e pouca formação. Prateleiras cheias de caixinhas, lugares vistosos e atraentes, mas que pouco nos instiga. Entramos nessas "megalivrarias" e saímos do mesmo jeito. Fica aquele sorriso amarelo de quem comeu isopor. (FIM)

11) O link para o artigo do Antônio Prata: aldeianago.com.br/artigos/6-comp…

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