Fio sobre as considerações do CDC e minhas opiniões a respeito da contaminação por fomites (superfícies). Se você não concorda comigo, tranquilo. Faça como achar melhor.
Esse é link (atualização do dia 5 de abril): cdc.gov/coronavirus/20…
O SARS-CoV-2 é um vírus cuja camada externa (envelope) possui proteínas e lipídios para “embalar” o material genético. O envelope contém estruturas (proteínas Spike) para se ancorar às células humanas durante a infecção.
O envelope do SARS-CoV-2, como acontece com outros vírus respiratórios envelopados, é frágil e pode se degradar rapidamente após contato com surfactantes contidos em agentes de limpeza e em condições ambientais.
Pense em um local com alta liberação de gotículas, deposição e dispersão. Pense nas barras de segurar dos ônibus, trens e metrôs. Estudos mostram que o vírus pode persistir por até 4 dias em certas superfícies. Esse é o caso dos plásticos, p. ex.
Considere que uma embalagem PODERIA estar com deposição de gotículas contendo partículas virais de uma pessoa contaminada. Você toca nessa embalagem e toca no seu celular, transportando a contaminação. Onde mais você vai tocar depois? Você vai se dar conta?
Uma gotícula aerossol, de tamanho de até 1 micrômetro vai carregar um certo número de partículas virais. Um gotícula de deposição possui 10 a 20 micrômetros, ou seja, carrega 20X mais partículas. Será que a chance de termos partículas viáveis entre 1-2 horas é tão baixa?
Passamos às considerações do CDC sobre os riscos de transmissão mediada por fomite como sendo dependentes, primeiro, "da taxa de prevalência de infecção na comunidade". Pergunto, com variantes, falta de vacinação e condições sanitárias, como está a taxa de transmissão no Brasil?
Segundo, "A quantidade de vírus que pessoas infectadas expelem (que pode ser substancialmente reduzida usando máscaras)". Pergunto, quantas pessoas infectadas temos e qual o comprometimento com o uso de máscara?
Terceiro, "a deposição de partículas de vírus expelidas em superfícies é afetada pelo fluxo de ar e ventilação". Como ocorre no Brasil? Sei de locais onde se prefere o ar condicionado e "não quero passar calor" e de outros onde "não abrimos janelas para o vírus não entrar".
Quarto, "a interação com fatores ambientais (por exemplo, calor e evaporação) causa danos às partículas do vírus enquanto no ar e em superfícies". É fato. O sol ajuda na neutralização. Mas medimos isso aqui?
Quinto, "o tempo entre quando uma superfície se torna contaminada e quando uma pessoa toca a superfície". Pense novamente nos botões de elevador, corrimão e produtos do mercado. Imagine compras num sábado e a chance de partículas virais em plástico por dias. Temos controle sobre?
Sexto, "a eficiência da transferência de partículas de vírus de superfícies para mãos e de mãos para membranas mucosas no rosto (nariz, boca, olhos)". Pense na quantidade de pessoas que faz isso sem perceber...
Por fim, "a dose de vírus necessária para causar infecção através da rota da membrana mucosa." Até hoje, ainda não temos estudo robusto sobre qual é a dose infectante.
A partir dessas considerações, o pessoal do CDC ponderou que a taxa de transmissão, baseados nos estudos existentes, é baixa. Mas os artigos citados são de locais onde as condições sanitárias são levadas muito a sério, além do comprometimento da população.
O que foi concluído: "as pessoas podem se infectar com SARS-CoV-2 através do contato com superfícies. No entanto, com base em dados epidemiológicos DISPONÍVEIS e estudos de fatores de transmissão ambiental, a transmissão de superfície não é a PRINCIPAL VIA de contaminação."
Em nenhum momento, o CDC mostra que não devemos dar atenção à contaminação de superfícies, mas enfatiza que cuidados com distanciamento e uso de máscaras deve ser prioritário, o que assino embaixo. Os riscos são amplos e assim também devem ser os cuidados.
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